O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a coordenação de campanha já sabem que não será possível atender cada partido aliado com um ministério para os deputados e outro para os senadores, como desejam várias legendas interessadas em apoiar o governo. Por isso, ele deixará para anunciar tudo depois da diplomação.
O tempo até lá será usado para definir um critério para ocupação de espaços no primeiro escalão. Só para o ministério que controlará o Bolsa Família (que hoje se chama Auxílio Brasil), por exemplo, o do Desenvolvimento Social, há uma gama de interessados e todos tiveram importância na vitória do petista. A ideia é compor por tamanho de bancada, mas isso ainda será avaliado na semana que vem.
Lula, aliás, tem evitado responder sobre os critérios para escolha dos ministros. Isso porque, nos 80% que ele já tem em mente, a regra tem sido a vocação de cada nome e não propriamente a preferência do partido aliado.
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Um enrosco será a área social, hoje a cargo do Ministério da Cidadania, que deve ser dividido em dois — Desenvolvimento Social e Cidades. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), considerada fundamental para a vitória de Lula, tem participado da coordenação nessa área e há expectativa de que assuma o cargo. O PT, porém, não quer deixar justamente o Bolsa Família nas mãos de aliados e quer colocar lá o ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana.
A expectativa do líder do PT, Reginaldo Lopes (MG), de formar uma frente com 14 partidos por fora do blocão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não vai se concretizar. O Cidadania, por exemplo, que integra uma federação com o PSDB, não tem meios de se desvincular dos tucanos para compor um grupo alternativo ao do PP de Lira.
…ou os 13
Outro que não quer saber de bloco alternativo é o União Brasil. O partido tem compromisso com Lira e, como o leitor da coluna já sabe, os integrantes da legenda preferem ficar com o atual presidente da Câmara, que não quebra acordos.
Sob nova direção…
O deputado reeleito Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, tem dito a amigos que seu partido não fará bloco como PT. Os tucanos têm convenção marcada para a semana que vem, quando o governador reeleito do Rio Grande do Sul Eduardo Leite assumirá o comando da legenda.
…com velhas disputas
Leite reassume o governo gaúcho em janeiro. Nesse cenário, quem comandará de fato o partido será o vice-presidente, cargo que fez ressurgir a velha rixa entre São Paulo e Minas Gerais. Desta vez, porém, Minas deve levar.
Um cargo para dois/ O Ministério das Cidades, que tem entre suas atribuições o programa Casa Verde e Amarela, que voltará a ser Minha Casa Minha Vida, é o sonho de consumo do PSol, de Guilherme Boulos, e do PSB, de Márcio França. Ambos abriram mão de concorrer ao governo de São Paulo para apoiar o PT.
CMO 24h/ Com os prazos para lá de apertados, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) fará um plantão neste fim de semana para receber os relatórios setoriais do projeto de lei do Orçamento de 2023. A ideia é votar todos esses pareceres na segunda e terça-feira.
Por falar em Orçamento…/ Depois da Comissão de Constituição e Justiça, o cargo considerado mais estratégico pelos parlamentares é a relatoria do Orçamento. Quem manda na destinação das verbas tem tudo.
Três eleições, um título/ Os petistas registraram à fala de Lula durante entrevista no CCBB sobre o PT ser grande, importante e “cheio de vontades”. O presidente eleito, aliás, segue para seu terceiro mandato como inquilino do Palácio do Planalto e o título de único nome filiado à legenda capaz transitar pelas várias tendências partidárias, sem contestação.
E a Copa, hein?/ Respeitem os adversários. Perder para Camarões no finalzinho foi dose.
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