A penca de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrubada no Congresso passou por um início de acordo, no sentido de buscar a aprovação da Medida Provisória 1.185 — que trata da mudança da base de cálculo do Imposto de Renda para empresas que recebem benefícios de ICMS. A expectativa do Palácio do Planalto é garantir a aprovação dessa proposta, a fim de conseguir os R$ 35 bilhões. Aliás, no mesmo momento em que o plenário do Congresso analisava os vetos, a MP estava em votação na comissão especial, onde foi aprovada.
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A avaliação do governo é de que, dos males, o governo conseguiu o menor. A derrubada de boa parte dos vetos eram favas contadas. Em relação à MP 1.185, não havia qualquer garantia de que entraria em votação esta semana. A jogada, porém, mostra que o Poder Executivo não tem uma base forte no Congresso. Só consegue tocar seus projetos quando o Centrão se mobiliza, seja para auxiliá-lo ou para levar algo muito bom em troca.
O PT vai aproveitar o voto do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pela derrubada do veto do marco temporal das terras indígenas para ver se consegue catapultá-lo mais cedo do governo. Se não for agora, será em meados de janeiro, quando Lula deve promover uma reforma ministerial.
A derrubada dos vetos contou com a colaboração de todas as frentes parlamentares ligadas ao empreendedorismo, ao agro e à indústria nacional. O recado é claro: quando esses grupos se unem, não tem cargo ou emenda que dê jeito.
O empresariado anda meio desapontado com o governo. Em conversas reservadas, grandes investidores têm relatado que Lula não é mais o mesmo. Não os recebe para conversar, como era de praxe nos mandatos anteriores. Há quem diga, inclusive, que o presidente está isolado.
Quem passou pela reunião do Conselhão percebeu que Lula não ficou sequer meia hora por ali. Se o governo quer a parceria, melhor definir um plano claro de desenvolvimento ouvindo a iniciativa privada e voltando a conversar, como nos velhos tempos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e Comércio, é visto por muitos como um craque bem-intencionado, mas, como não tem voz no PT, as conversas não resultam em ações concretas.
Pacheco tem preferência/ Se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quiser disputar o governo de Minas Gerais, terá a precedência sobre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (foto). Os dois jogam juntos e não vão brigar por causa disso.
Música no Fantástico/ Num curto espaço de tempo, Flávio Dino foi ministro da Justiça, senador e futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma cabeça distribuída nos três Poderes da República.
Xandão é pop/ O ministro Alexandre de Moraes, do STF, virou “celebridade” na festa de fim de ano dos funcionários da Corte. Crianças, adolescentes, parentes e até servidores do Judiciário se aglomeraram para tirar fotos com ele. O magistrado, sorridente, pegou os pequenos no colo e posou ao lado de quem lhe pediu um registro. A festa foi custeada pelo Supremo para quem trabalha no prédio e seus parentes.
*Colaborou Renato Souza
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