Por Denise Rothenburg — O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pretende aproveitar a viagem de hoje a Belo Horizonte para avisar ao presidente Lula que a maioria dos líderes tende a apostar na devolução da medida provisória que reonerou a folha de salários e mexeu no Perse, o programa criado na pandemia para atender o setor de eventos. Também há pressão para que se avalie logo os vetos ao Orçamento. Se o governo insistir em manter tudo, ainda que transforme a reoneração em projeto de lei, algo vai escapar pelos dedos de seus articuladores políticos. A avaliação geral, no Parlamento, é a de que Lula criou embates demais para este início de ano.
O presidente Lula sempre ouve as ponderações dos congressistas, mas costuma fazer o que o seu instituto político recomenda. Há quem diga que Lula, escolado e experiente, vai contar com a “virada da ampulheta” do poder de Arthur Lira para negociar tudo. Ele sabe que os líderes do Centrão se sucedem ao sabor dos cargos que ocupam. E vai apostar nisso.
O que “pegou” para os deputados foi o governo começar a vazar suspeitas sobre os benefícios do programa do setor de eventos. A toada do Parlamento é deixar claro que, se houve algum erro, a culpa é de quem não fiscalizou o programa, e
não o programa em si.
Entre os congressistas, prevalece a visão de que, se fosse para extinguir todos os projetos que apresentaram problemas, nenhum ficaria de pé. Até no Bolsa Família já houve casos de pessoas receberem o benefício sem atender aos critérios. Esses foram cortados.
Líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS) esteve com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para conversar sobre a eleição em seu estado. Ela defende que o PP feche com o PL “onde for possível”.
A movimentação do PL e do PP deixa o ministro do Esporte, André Fufuca, no meio do fogo cruzado entre governo e oposição. Na Câmara, quem conhece o ministro, que já foi líder da bancada, não tem dúvidas: ele jogará para os candidatos do PP.
O samba de Randolfe/ Líder do governo no Congresso, o senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues (foto) — ainda sem partido —, fez questão de colocar em suas redes o samba de Zé Paulo Sierra, da Mocidade Independente, que traz na letra o seguinte verso: “Vou erguer um monumento para seu Luiz Inácio”. No vídeo, Randolfe emenda: “Se até Zé Paulo, o intérprete, está dizendo, quem sou eu para contestar?”
Espaço reservado/ Quem costuma fazer o trajeto Brasília—São Paulo já notou que, quando tem algum evento jurídico na capital paulista, alguns voos saem rumo a Brasília com a área “conforto” ou “premium” tomada por ministros ou ex-ministros do Supremo, mais a segurança de cada um deles.
Todo cuidado é pouco/ Desde que Alexandre de Moraes foi agredido em Roma, no ano passado, a segurança pede que os ministros sejam os últimos a entrar nas aeronaves e os primeiros a sair. Embora Moraes não tenha sido atacado dentro do avião, a prevenção é o melhor remédio.
Todos em movimento/ Lula nas capitais, Jair Bolsonaro no interior de São Paulo. Até a eleição, ambos não saem das ruas. É o esquenta para 2026 começando mais cedo do que o esperado.
Por Eduarda Esposito — O deputado federal e candidato à presidência da Câmara dos Deputados Hugo Motta…
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