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O constrangimento de tentar convencer capital estrangeiro a investir no país

Coluna Brasília-DF/Por Carlos Alexandre de Souza

A ausência de uma política de preservação ambiental começa a custar caro ao governo de Jair Bolsonaro. Em uma reunião com investidores nos Estados Unidos, um consultor relatou ao Correio o constrangimento que sentiu ao tentar convencer o capital estrangeiro a investir no país. Ficou nítida a preocupação deles com a questão ambiental e a forma como vem sendo tratada pelo governo. “Pela primeira vez, fui questionado pelos investidores sobre o compromisso ambiental do governo. Nunca se perguntou isso”, disse o consultor, citando que os ministros que mais recebem críticas são Ricardo Salles (do Meio Ambiente) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

“Os investidores estão atentos a tudo o que eles falam, seja em relação ao desrespeito ao Acordo de Paris, seja em relação às críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, no caso das queimadas na Amazônia”, observou. O executivo disse ainda que, entre os europeus, a imagem do país não anda nada bem. “A preocupação maior é com a questão ambiental e a gestão complicada do Salles”, completou.

Direita cultural contra-ataca

Integrantes conservadores no meio cultural se organizam para pressionar, no Congresso, a retirada de um dispositivo da Medida Provisória (MP) encaminhada pelo governo batizada de “A Hora do Turismo”. Entre os pontos propostos pela matéria está a isenção a hotéis do pagamento de direitos autorais por músicas tocadas nos quartos. O músico Lobão e o apresentador Danilo Gentili são alguns dos influenciadores que tentarão convencer os parlamentares.

Respiro palaciano

O clima na Presidência da República vai de bem a melhor. Além de vislumbrar uma melhora da atividade econômica, assessores comemoram, ainda que timidamente, a calmaria vinda dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Há menos de três meses, recordam que havia muita instabilidade institucional causada pelos herdeiros, com ataques disparados, sobretudo, pelo vereador Carlos Bolsonaro. A avaliação é de que só uma pessoa poderia ter feito algo para apaziguar os ânimos: o próprio pai.

Teste do povo

A visita de Bolsonaro à Feira dos Importados, em Brasília, não foi uma decisão tomada a esmo. A leitura feita por interlocutores é de que, à medida em que saem boas notícias, o presidente fica mais animado a “testar” a popularidade. O presidente sabe que não pode só pregar para os convertidos que o prestigiam no Palácio da Alvorada. Há um entendimento de que não pode se isolar nas redes sociais e ouvir os conselheiros mais próximos. A tendência é continuar ouvindo a célebre voz rouca das ruas.

Sempre alerta

Os ministros e demais conselheiros sabem que não vão conter o ímpeto de Bolsonaro em ir às ruas. Nem querem. Pelo contrário. Recomendam, no máximo, que ele avise com antecedência a ida às ruas. Com antecipação ou de sopetão — uma marca do presidente —, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pasta responsável pela segurança do chefe do Executivo, garante que toda a equipe está preparada para qualquer surpresa. Há um reconhecimento de que são eles que têm de se adequar ao presidente, e não o contrário.

BC no escuro

A sede do Banco Central também foi atingida pela falta de luz ontem à tarde, em razão do temporal que se abateu sobre Brasília. Um gerador a diesel foi acionado para manter a iluminação em áreas comuns. Algumas salas, no entanto, ficaram no escuro por cerca de meia hora. Não houve ocorrências no BC, e, segundo a assessoria, ninguém ficou preso no elevador.

Só dinheiro

Em um café da 202 Sul, na quadra ao lado da autarquia, o movimento da clientela foi afetado pelo temporal. Só era possível pagar a conta com dinheiro em espécie por causa da falta de luz. O problema em várias subestações da CEB e Furnas ontem deixou as regiões de Lago Sul, Asa Sul, Guará e Setor de Indústria e Abastecimento sem energia no início da tarde.

Carne salgada

A alta do preço da carne em novembro parece não afetar os restaurantes frequentados por personalidades políticas de Brasília. Em uma casa especializada em cortes argentinos, o carro-chefe com 600 gramas de bife sai por R$ 153. “A clientela não reclama”, observa a gerente do estabelecimento.

Colaboraram Rodolfo Costa e Rosana Hessel

Denise Rothenburg

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