Os senadores da CPI da Covid se preparam para dedicar muito mais perguntas a Luis Ricardo Miranda, técnico do Ministério da Saúde que se recusou a assinar a liberação de importação da vacina Covaxin, do que ao irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM-DF). Muitos estão desconfiados de que pelo menos parte da fala do parlamentar não está diretamente relacionada à vontade de proteger o Brasil da corrupção e, sim, à ânsia de levar vantagem eleitoral. A alguns integrantes do partido, inclusive, o deputado já revelou que, se essa sua guerra contra o Planalto der resultado positivo, poderá surgir um espaço para buscar um mandato de senador no ano que vem. Por isso, avaliam parlamentares, é preciso ter cautela.
Quanto ao técnico, se houver autenticidade dos documentos apresentados, o ministro Onyx Lorenzoni e o presidente Jair Bolsonaro que se preparem: a CPI terá a faca e o queijo na mão para emparedar o Planalto.
Ricardo Salles já saiu, mas o depoimento de hoje deve jogar mais luz sobre o atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Conforme o leitor da coluna já sabe, há um tiroteio dentro do Centrão entre Barros e o presidente da Câmara, Arthur Lira. Barros responde a ações de improbidade ainda do tempo em que era ministro da Saúde, e isso será explorado, hoje, na CPI.
Enquanto o PSDB não definir, na prévia de novembro, quem será seu candidato a presidente da República, a busca pela alternativa à polarização entre Jair Bolsonaro e Lula não terá um desfecho. A vantagem é que o nome não estará exposto ao massacre das redes sociais bolsonaristas e petistas.
Quem conhece o mercado de telecomunicações no país aponta uma razão clara para a ofensiva, junto ao Cade, da Algar e de outras teles menores contra a compra dos ativos móveis da Oi pelo trio das grandes teles — Tim, Vivo e Claro. O que está em jogo é o segmento de fibra, dominado por essas teles de menor porte, que, juntas, concentram 59,7% desse mercado. Depois vêm Vivo (21,7%), Oi (15,6%) e Claro (3%).
… agita o mundo dos negócios
A Oi, que já teve 21,2% desse segmento, planeja usar os recursos da venda para fortalecer sua empresa de fibra, a Infraco. Como o BTG Pactual é hoje candidato a adquirir o controle dessa empresa, ela poderia se tornar uma forte concorrente das pequenas teles. Ou seja, um pesadelo para a Algar e essas empresas.
Vai que é tua, Bolsonaro!/ Com a maioria do Supremo Tribunal Federal decidindo pela suspensão do depoimento de governadores, a CPI vai centrar mesmo no governo federal. Sinal de que Ibaneis Rocha e outros gestores estaduais podem dormir tranquilos que não será por ali que sofrerão qualquer desgaste para 2022. No fundo, nenhum dos governadores deseja comparecer. Afinal, reza a lenda das CPIs: sentar-se para depor, nem a favor.
Olho nele/ O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) desponta como um dos grandes articuladores da campanha do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como pré-candidato ao Planalto dentro do partido. Foi em torno do aniversário do parlamentar gaúcho que os tucanos se reuniram recentemente em Brasília.
E nele/ Quem volta à baila na construção de uma alternativa viável à polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula é o deputado Aécio Neves (foto), do PSDB-MG. Ele foi ao jantar de aniversário de Redecker, onde não havia paulistas.
Pedido de aniversário/ Ao reunir um pequeno grupo de amigos para brindar seu aniversário na parte externa do restaurante Lake’s, o ex-deputado Saulo Queiroz, do alto dos seus 82 anos, fez o seguinte pedido público ao apagar as velinhas: “Que Rodrigo Pacheco tenha coragem de se colocar como candidato a presidente em 2022”.
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