A posição do governo de manter apenas os idosos em casa levou mais especialistas a virem a público defendendo o distanciamento horizontal nesse momento. Infectologista do hospital Sírio Libanês em Brasília, hospital que tem recebido os políticos portadores do coronavírus, dr. Alexandre Cunha fala da importância do isolamento horizontal da população nessa fase da pandemia, recomenda a não circulação de jovens e diz que “as medidas de distanciamento social são as únicas que se mostraram eficazes para conter a disseminação rápida do novo coronavírus”. Ele menciona ainda que uma vacina só estará disponível daqui a um ou dois anos e os tratamentos alardeados como a cura são experimentais e baseados em estudos metodologicamente muito ruins”, afirma, acrescentando que “provavelmente, não terão a eficácia alardeada pela mídia.Os novos estudos já estão mostrando que os resultados não são tão promissores”, diz.
A avaliação do especialista é a de que o distanciamento social é importante para evitar que um grande número de casos ocorra simultaneamente, mesmo que esses casos seja entre pessoas jovens. “É verdade que o vírus tem menor impacto e letalidade e menor hospitalização. Se o número de infectados for muito grande num curto período, isso pode gerar uma sobrecarga do sistema de saúde, o que pode fazer com que haja óbitos evitáveis entre jovens, o que já acontece hoje nos Estados Unidos. E também aumento em idosos, que precisarão de hospital muitas vezes por outros problemas. Se os hospitais estiverem lotados, esses idosos não terão como se tratar”, diz ele, referindo-s a outras doenças comuns nessa faixa etária como problemas cardíacos, hipertensão.
Dr. Alexandre Cunha considera que afrouxar as medidas dependerá de estudos. “É claro, temos medir a cada momento da pandemia qual o momento de baixar a guarda e afrouxar essas medidas. Essa decisão temeu ser tomada por dados técnicos, baseada em dados estatísticos, epidemiológicos, sempre pensando que a economia é importante, o país não pode ficar parado por muito tempo. Mas, se a gente deixar os jovens circularem livremente nesse momento, corre um grane risco do nosso país entrar em colapso, como aconteceu em países como a Itália. Nesse momento, a melhor medida é se manter em casa pra evitar esse contágio rápido. A gente espera que, a medida que a população for sendo imunizada, gradativamente, que as coisas possam ao normal, inclusive os idosos possam voltar a frequentar os lugares que frequentavam habitualmente”, diz ele.
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