Crédito: Maurenilson Freire
Coluna Brasília/DF, publicada em 15 de março de 2025, por Denise Rothenbug, com Eduarda Esposito
Aliados do presidente Lula são praticamente unânimes em afirmar que ele perdeu o “timing” de abertura da temporada de reforma ministerial para acomodar políticos de partidos de centro com pretensões eleitorais em 2026. Qualquer um que entre agora ficará menos de um ano no cargo, por causa do prazo de desincompatibilização para concorrer. Portanto, Lula, para mudar o ministério, terá de buscar um perfil mais técnico e que não tenha planos de disputar um mandato eletivo no ano que vem.
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Além da reforma…/ Tem muita gente tentando aconselhar o presidente Lula a deixar a primeira-dama Janja da Silva encarregada de algum programa importante do governo na área social. Seria a forma de tentar reduzir as especulações de que ela tem participação em tudo. Agora, se tem algo que os críticos de Janja não vão conseguir jamais é que Lula deixe de ouvi-la sobre os mais diversos assuntos.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, só analisará a regulamentação das emendas parlamentares quando for anexada ao processo em curso na Corte. Até lá, nada está garantido.
A atitude desrespeitosa do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ainda reverbera na política. A ex-deputada, ex-senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu deixou claro o pensamento sobre as afirmações de Gayer: “Sua atitude não pode ficar impune, faça um bem ao país, renuncie, respeite quem o elegeu. O senhor não merece o título de deputado”.
Depois da revelação de que 352 parlamentares deram passaportes diplomáticos a seus familiares, o Ranking dos Políticos apresentou uma denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a “farra” desse tipo de documento e pediu a suspensão. O TCU agora vai analisar o pedido. Os partidos na Câmara dos Deputados que mais emitiram foram: PL, PT, PP, União e Republicanos. No Senado, MDB, PSD, PL e PT.
Em março de 1985, o então presidente eleito Tancredo Neves assinou a nomeação de todos os seus ministros, antes de ser internado. Do chamado primeiro escalão, deixou de nomear apenas o governador do Distrito Federal, que, à época, era escolhido pelo presidente da República. E não o fez dada uma dificuldade política e pessoal bem mineira: não havia consenso entre seus aliados, e era um cargo com grande significação pessoal, histórica e política, pois ele queria homenagear seu grande parceiro e amigo Juscelino Kubitschek, o fundador.
Uma corrente política forte queria o então presidente da OAB, Mauricio Corrêa. Dona Sarah queria o primo querido de JK, o ex-deputado Carlos Murilo Felicio dos Santos. E ainda havia outros nomes em jogo. O próprio Sarney tinha nomes em mente. Mas para não criar arestas, o resultado foi a continuidade do governador José Ornelas de Souza Filho, afastado posteriormente. Sarney, então, colocou o ministro do Interior, Ronaldo Costa Couto. Só em 3 de maio, o presidente Sarney bateu o martelo e indicou seu compadre e ministro da Cultura, José Aparecido de Oliveira, que tomou posse em 11 de maio de 1985.
Quatro homenagens/ Além da homenagem no seminário de hoje, da Fundação Astrogildo Pereira em parceria com o Correio Braziliense, José Sarney, do alto de seus 94 anos, receberá honrarias em mais três solenidades sobre os 40 anos da redemocratização. Uma no Senado, na próxima terça-feira; outro na Câmara, na quarta, e, ainda, na Câmara Legislativa do DF, em 25 de março, quando receberá o título de cidadão honorário da cidade.
Por falar em homenagens…/ Quem for ao Panteão da Liberdade neste sábado, terá o privilégio de assistir a um vídeo com fotos do jornalista fotográfico Orlando Brito, que registrou com maestria a transição política, em 1985.
… a história presente/ O visitante também poderá passear pelas páginas do Correio Braziliense, numa exposição sobre o Congresso Constituinte. Nesses 40 anos da posse de José Sarney, só podemos agradecer à grandeza de homens que tiveram espírito público e souberam reerguer o nosso processo democrático sem dar um tiro. Muito obrigada!
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