Coluna Brasília-DF
A Marcha dos Prefeitos chega hoje ao seu último dia, e a maioria deles volta para os municípios esperançosos com um aumento da arrecadação, por causa da proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de redistribuir o bolo dos impostos dentro de uma reforma tributária. É que, ao longo dos anos, os governos foram ampliando os recursos federais não compartilhados e dando incentivos com aqueles divididos com estados e municípios, ao ponto de a distribuição cair a menos da metade do que era nos anos 1980.
Aliás, a turma dos pequenos avisou que até apoia a reforma da Previdência, mas sem mexer na aposentadoria rural e no BPC (Benefício de Prestação Continuada). É que são esses benefícios que, ao lado do Bolsa Família, ajudam a incrementar a economia nos rincões do Brasil.
Dizem que, em política, a perspectiva de conquistar poder é mais estimulante do que o exercício do poder em si. Pois é justamente isso que o presidente Jair Bolsonaro vai jogar no ar para os potenciais partidos aliados, quando a reforma da Previdência chegar à Comissão Especial de mérito. Assim, a vontade de obter algum espaço no governo levará muitos a não desidratar a proposta da nova Previdência. Pelo menos essa é a aposta do governo.
Jair Bolsonaro completa 100 dias sem lotear o governo com os partidos políticos. Em compensação, não montou ainda uma base para o que der e vier nem na Câmara nem no Senado. O plano do governo é negociar projeto a projeto. Dentro do mérito das propostas, e não no toma lá, dá cá.
Fortalecido depois da demissão do embaixador Mário Vilalva da direção da Apex-Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, saiu da conversa com o presidente Jair Bolsonaro de posse de uma carta “off white” para escolher o substituto. Ou seja, é branca, mas não aquele branco que ofusca os olhos. É que o presidente sugeriu ao ministro que seria bom ter um diplomata de carreira na chefia da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Sugestão de presidente, avisam os escolados em poder, cumpre-se.
A manhã de quarta-feira foi de muita reclamação nos bastidores da diplomacia dos países árabes. É que, inicialmente, foi definido pelo Planalto que só o presidente Jair Bolsonaro e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falariam. Alguns embaixadores também queriam ter direito à palavra. Nem que fosse para saudar a iniciativa da ministra.
A decisão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado pelo arquivamento da CPI da Lava-Toga e o discurso de Renan Calheiros em defesa de uma agenda que leve à geração de empregos e investimentos, em vez de crises, deixaram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, livre do desgaste. Alcolumbre já avisou que, com ele, será assim: todas as vezes em que vier um tema polêmico, caberá ao plenário da Casa decidir, ouvida a CCJ.
Candidato natural/ Dentro do PSB, o deputado João Campos (PE) é citado como o nome preferencial para concorrer à prefeitura do Recife. Porém, nada será colocado agora por ninguém do partido. A ideia entre os socialistas é fazer mais ou menos o que adotou Eduardo Campos: falar de vários nomes para que o escolhido mais à frente não vire alvo dos adversários desde já.
Eles têm a força I/ O Secretariado Nacional do PSDB-Mulher vai se mobilizar para a sucessão de Geraldo Alckmin no comando do partido. É que, como a bancada feminina na Câmara aumentou 60% em relação à eleição de 2014, elas consideram que qualquer mudança passa pelas mulheres. Inclusive, chegaram a lançar Yeda Crusius para a presidência do partido, no ano passado.
Elas têm a força II/ Um grupo de articulação ficou de procurar os principais líderes partidários para dizer que elas não abrem mão de 30% dos cargos titulares da nova Executiva Nacional. O primeiro a ser procurado deverá ser o ex-presidente Fernando Henrique, depois Geraldo Alckmin e os governadores João Doria (SP), Eduardo Leite (RS) e Reinaldo Azambuja (MS). O ex-ministro Bruno Araújo, preferido por Doria para assumir o comando do PSDB, também está na lista. A eleição é em maio.
Zona Franca/ TCU e Correio Braziliense fazem hoje um seminário sobre a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do país. O presidente do TCU, José Mucio Monteiro, participará da abertura do seminário, e o ministro Bruno Dantas será um dos debatedores no primeiro painel. Num país em que faltam empregos, esse debate é mais que oportuno.
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