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MERCADANTE LEVA A CULPA

Sobrou para Mercadante

Na reunião da bancada do PT ontem no Senado, foi diagnosticada uma disputa de poder dentro do Planalto, que tem como principal personagem o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A avaliação é a de que, apesar das dificuldades que o governo enfrenta, ele evita que outros políticos se aproximem de Dilma Rousseff no intuito de reinar absoluto. 

Basta chegar algum político no Planalto para conversar com a chefe que Mercadante aparece. Na presença dele, quem deseja dar o verdadeiro tom da crise apenas à presidente se recolhe. Nesse clima, ninguém vai a lugar algum. Agora, os senadores do PT vão buscar conversas reservadas com a presidente, sem a participação 

do ministro.

PSDB 1 x 0 PT

Os dois partidos queriam usar o depoimento de Pedro Barusco na CPI com o objetivo de jogar o petrolão um no colo do outro. Diante das declarações do ex-gerente da Petrobras sobre João Vaccari Neto, o PSDB levou a melhor. A convocação do tesoureiro petista para uma acareação com Barusco e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, é questão de tempo.

Cunha, a vacina

A data do depoimento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na CPI da Petrobras foi “milimetricamente” calculada de forma a ocorrer às vésperas da manifestação de 15 de março. Os aliados dele acreditam que se o presidente da Câmara for bem no depoimento, pode colocar o slogan “Fora, Eduardo” em segundo plano, ofuscado pelo “Fora, Dilma” e “Fora, Renan”.

Lula & Dilma

Em 2005, o então presidente Lula escapou de um desgaste maior contando com as ruas. Dilma, ao que tudo indica, não terá a mesma sorte por causa da crise econômica, em especial, o aumento de tarifas. Lula a aconselhou a rapidamente separar as estações petrolão e economia. Se continuar embolado como está, não terá conversa que dê jeito.

Por falar em ruas…

Dilma foi alertada pelos líderes que a manifestação de domingo promete lotar as ruas das principais capitais do país. Ciente dessa avaliação, Lula recomendou à presidente ouvir mais os aliados e refrigerar a coordenação política palaciana.

Dilma e os argumentos

A presidente aproveitou a reunião de líderes para se defender da história de que teria interferido na elaboração da lista do procurador-geral, Rodrigo Janot: “Como é que eu colocaria a Gleisi (Hoffmann) numa lista se ela foi minha ministra (da Casa Civil)?”, questionou Dilma.

Janela da negociação

O recuo do governo ao aceitar os 6,5% de correção da tabela do Imposto de Renda, ainda que escalonada, é visto como o primeiro passo para tentar amainar o clima beligerante na política. A conferir.

CURTIDAS    

Se André dançou…/ Primeira vítima da Lava-Jato no Congresso, o ex-deputado André Vargas, ex-PT-PR, o único a ter o mandato cassado, não figura entre aqueles que foram alvos de inquérito. Ontem, um petista lembrava: “Bem que ele dizia que era apenas o deputado da carona no jatinho. Imaginem agora o que não vai ocorrer com os demais”.

Temer e os gatos/ Um dos gatos pretos que vivem nas imediações do Planalto passou bem na frente de Michel Temer dia desses. Na hora, o vice-presidente parou. “Um gato preto”, disse, com o semblante preocupado diante do mau presságio. Na hora, a pessoa que estava com ele respondeu: “Fique tranquilo: quando passa da direita para a esquerda, é sinal de sorte”. O peemedebista soltou um: “Ufa, que bom”.

Maçonaria em campo/ A Loja Maçônica Santa Catarina convocou a “família maçônica” a participar da manifestação de 15 de março. “Combatemos a corrupção, a impunidade, defendemos a ética na política e a moralidade no trato da coisa pública”, diz o texto. Em momento algum, cita o afastamento da presidente Dilma ou a palavra impeachment.Enquanto isso, na CPI…/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) e o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), se elogiavam dizendo que os paraibanos não têm medo do trabalho, quando, de repente, o petista baiano Afonso Florence (foto) interveio: “Nós também não”. Motta, com a verve que lhe é peculiar, comentou: “E quem está dizendo o contrário? O partido não é ‘dos Trabalhadores?’”, ironizou. Florence estrilou: “Que o presidente não volte mais com essas pilhérias!”.

Denise Rothenburg

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