Por onde passa Flávio… Passarão outros mais. Enroscados na Lava-Jato que correm o risco de perder o foro privilegiado acompanham de perto os desdobramentos da liminar do ministro Luiz Fux que suspendeu a investigação sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). É que, se o pedido de Bolsonaro tiver sucesso, haverá uma avalanche de novos pleitos para que investigações enviadas à primeira instância no ano passado regressem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Há quem diga que, se o tribunal aceitar discutir um caso que não tem relação com o mandato para o qual Flávio foi eleito, e do qual o senador não é sequer alvo, todos os demais devem ter o mesmo destino. Assim, o STF, que pensava desafogar sua pauta e seu trabalho com a restrição de foro, corre o risco de ganhar muito mais atribuições.
Ao pedir o envio do caso da movimentação financeira do ex-assessor Fabrício Queiroz para a esfera do STF, o senador eleito Flávio Bolsonaro arranhou o discurso do “eu não tenho nada com isso”. Politicamente, até aliados do senador consideram que ele errou ao não ir até o MP do Rio de Janeiro para prestar os esclarecimentos como testemunha e deixar que o suspeito se explicasse às autoridades competentes.
Depois do recurso ao STF, há quem preveja uma estreia difícil para Flávio Bolsonaro no Senado. Afinal, no momento em que pede para que o caso seja enviado à esfera federal, serve um prato cheio para a oposição degustar na arena do Legislativo, a respeito da restrição de foro. Alguns dizem, em conversas reservadas, que não terão muito trabalho para fazer o novato tropeçar, uma vez que ele mesmo está amarrando uma corda nos pés.
A Casa Civil continua com dificuldade para colocar em dia a edição de decretos de nomeação e dispensa de pessoal. Até mesmo na equipe de Paulo Guedes, anunciada em 2 de janeiro, alguns demoraram mais de 15 dias. Marcos Troyjo, por exemplo, secretário de Comércio Exterior, só foi nomeado esta semana, praticamente às vésperas de acompanhar o presidente Bolsonaro a Davos.
Ao marcar a reunião do MDB para 29 de janeiro, a líder do partido no Senado, Simone Tebet, deu um nó na estratégia de Renan Calheiros. O senador contava com a reunião de bancada na véspera da eleição, de forma a não dar tempo de a campanha contra ele nas redes sociais influenciar a escolha de parte dos senadores. Já tem muita gente convicta de que Simone vai disputar contra Renan na bancada. Tal e qual Luiz Henrique fez em 2015 e perdeu. Agora, com a Casa mais pulverizada, há quem acredite que pode dar certo.
A deputada Yeda Crusius (PSDB-RS) aceitou o chamado da bancada feminina tucana e vai concorrer à Presidência do PSDB. Seu primeiro compromisso foi uma conversa com o governador de São Paulo, João Doria. Ele tem como candidato a presidente da sigla o deputado Bruno Araújo (PE). O nome de Yeda foi lançado pela senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP).
Yeda conta com a bancada feminina a seu favor. Bruno tem a desvantagem de o partido ter sido praticamente dizimado em Pernambuco, enquanto os gaúchos vêm com o jovem governador Eduardo Leite. Yeda chega com o discurso de que a legenda tem de montar um novo programa partidário, “não novos valores”, e acabar com a disputa interna que destroçou o PSDB: “Tem de ter lugar para Fernando Henrique, que não apoia Bolsonaro, e para Doria, que apoia, e as posições serem respeitadas”.
Os recados de Renan/ Ao dizer no Twitter que “bate continência para um major da polícia” e não para um coronel da política, como Tasso Jereissati (foto), Renan Calheiros manda um recado: pode ter conversa com o PSL. Como o partido de Bolsonaro tem quatro votos na Casa, se brincar, fica até a vaga que caberia ao PSDB na Mesa Diretora.
Dona Zezé I/ A tal “despetização” promovida pelo ministro Onyx Lorenzoni acaba de atingir uma filiada ao… seu partido. A maranhense Maria José Brasil é do partido desde os tempos em que o DEM ainda se chamava PFL. Tem até a certidão do cartório eleitoral de Bara do Corda, de 2001. Quem trabalha no Palácio do Planalto ou percorre seus gabinetes sabe de quem se trata.
Dona Zezé II/ Ela chegou ao Planalto ainda no governo de José Sarney, levada por Marco Maciel nos tempos em que ele era chefe da Casa Civil. Permaneceu por lá em todos os governos. De Sarney a Michel Temer, passando por Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma. É conhecida porque sempre fez questão de tratar todos pelo nome, algo raro no entra e sai palaciano. Quem falava com D. Zezé uma vez, na segunda, não precisava se reapresentar. Memória do Planalto que, pelo visto, o novo governo não dá o menor sinal de querer preservar.
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