Categorias: Análise da semana

Hora de arrumar a casa num mundo nada seguro

Com o presidente Michel Temer em Nova York, área que está hoje em estado de alerta por causa das explosões, os ministros que ficam aproveitam para mapear os cargos pendentes e a forma de atendê-los no período pós-eleitoral. No Congresso, um mini-esforço concentrado, nesta segunda e terça-feira tentará aprovar os créditos suplementares para as mais variadas áreas. E o PT agora aproveitará o uso de delações não-homologadas na denúncia contra o presidente para mostrar que os procuradores não tinham provas capazes de sustentar a peça acusatória. Caberá ao juiz Sérgio Moro decidir. Vamos aos temas:

O road show de Nova York

O presidente Michel Temer faz seu primeiro grande discurso internacional amanhã, abrindo a 71ª Assembleia Geral da ONU. Logo depois, será a vez do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentar seu pronunciamento de despedida, uma vez que está no último ano de mandato. O presidente da ONU, Ban ki-Moon, também fará um discurso de despedida do cargo. O fato de ser o último discurso de Obama promete ofuscar a apresentação de Temer no cenário internacional. O recado que Temer dará ali é no sentido de mostrar que as instituições brasileiras continuam funcionando, de forma a se contrapor à narrativa do golpe levada pelos petistas aos organismos internacionais.

Paralelamente ao discurso na ONU, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o próprio Temer, tentarão deixar claro aos investidores que o país tem um situação política estável e um terreno fértil aos bons negócios na área de infraestrutura. Daí, a presença na viagem dos ministros de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, e o de Transportes, Maurício Quintela, comandantes de pastas que abarcam u volume expressivo dos projetos de investimentos. O setor elétrico, por exemplo, é considerado estratégico politicamente nesse encontro, porque, no governo Dilma, não atraiu interessados.

O mini-esforço
Paralelamente aos projetos suplementares, o governo pretende conseguir nesse curto espaço de tempo aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017. Essa proposta tem que ser aprovada rapidamente para que, passadas as eleições, os parlamentares possam se dedicar a análise do orçamento do ano que vem, onde a situação econômica promete continuar deixando o brasileiro de mau humor.

Lula entre o discurso e Sérgio Moro
O ex-presidente Lula passará essa semana pelo Nordeste, em especial, em Recife, onde aproveitará o périplo em prol das candidaturas do partido para alavancar a própria defesa. o PT ganhou fôlego esses dias. O uso de delações não-homologadas, revelado pela Folha de S.Paulo, reforça a tese de que as provas contra o ex-presidente são frágeis. Moro, porém, sempre poderá chamar os delatores para depor e ver se eles mantêm as versões. Esse assunto promete tomar conta da semana no quesito Lava Jato.

Eleições, o desespero do PT
Por mais que Lula tente animar seu partido e apresentar a sua defesa, há um baixo astral generalizado nos militantes. O PT, pela primeira vez, deve ficar fora do segundo turno na disputa pela prefeitura da maior capital do país, ironicamente, a única que governa hoje. Terminadas as eleições, o partido pretende partir para cima do governo Temer e os projetos que o presidente enviará ao Congresso. É a tentativa de retomar o poder com um forte discurso de oposição.

E o mundo hein?
E o terrorismo parece realmente não ter fim. Atentados nos Estados Unidos, com uma explosão em Chelsea, bairro histórico da cidade de Nova York, criado em 1830. Chelsea fica entre as ruas 14 ao Sul e a 30 ao Norte. Foram encontradas ainda bombas na ferroviária de Nova Jersey, área muito frequentada por brasileiros. Isso na semana da abertura da Assembleia Geral da ONU. Num mundo em que aviões, panelas de pressão e lixeiras viram armas, ninguém está seguro.

Denise Rothenburg

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