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Federação entre PT e PSB sob o risco de vida curta

Os partidos que planejam construir federações para as eleições de outubro têm feito a seguinte proposta para os potenciais federados: realizar esse tipo de casamento agora e, em 2023, extinguir essa possibilidade com uma nova lei. Assim, a união prevista para durar quatro estará desfeita. O casuísmo proposto, porém, não é tão seguro assim. Afinal, ninguém garante que, mais à frente, os grandes partidos dominem o cenário político e desistam dessa empreitada, sufocando aqueles que se aliaram a eles, confiando no fim da federação. Ou, num outro cenário, os tribunais mantenham a obrigatoriedade de segurar a federação, pelo menos, até a próxima rodada de eleições municipais, daqui a dois anos.

Esse raciocínio levou o comando nacional do PSB, que fechou 2021 empolgadíssimo com uma federação com o PT, a refazer suas contas e calcular que, politicamente, não será tão interessante fechar esse “casamento”. Isso porque em vários estados o PT não vai abrir mão de lançar candidato. E, como o PT é maior, a probabilidade é que nas eleições municipais os socialistas sejam engolidos pelos petistas, sem chance de fazer valer a sua vontade nas capitais.E, para completar, o prazo para decidir sobre a federação é curto, antes da janela para troca de partido. Diante de tantas ponderações e com a obrigatoriedade de que partidos federados só lancem um candidato a governador em cada estado agora, e apenas um candidato a prefeito em cada município daqui a dois anos, a tendência é o PSB desistir da federação com o PT. Em São Paulo, por exemplo, Márcio França, ex-governador que se viu às voltas com busca e apreensão esta semana, já não está tão empolgado com esse casamento.

Bia vai para o PL

A presidente da Comissão e Constituição e Justiça, deputada Bia Kicis (PSL-DF), jantou com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e praticamente acertou sua ida para a partido, ao qual já está filiado o presidente Jair Bolsonaro. A ideia dos liberais é fazer de Bia a puxadora de votos da legenda para a Câmara dos Deputados. A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, tem como “plano A” ser candidata ao Senado.

Por falar em Flávia Arruda…
Ela sai de férias por 10 dias, a partir de amanhã. Porém é bom os adversários da ministra não se animarem tanto: seus aliados garantem que não é uma despedida antecipada do cargo. No Planalto, o entorno do presidente Jair Bolsonaro avisa que Flávia sai apenas no final de março, no prazo de desincompatibilização.

Furnas em estado de greve
A mexida que a direção de Furnas fez no plano de saúde dos seus funcionários colocou os servidores em pé de guerra. O sindicato já repassou orientação a seus filiados para não tomarem medida de desistência do plano e já estuda ações judiciais para reverter as alterações.

Vai judicializar geral
Em meio ao aumento dos casos de covid e ao aparecimento de flurona, Furnas ampliou a parcela que cabe ao servidor pagar em consultas, internações e outros serviços. Há outras categorias do serviço público que já estão de olho no movimento dos sindicalistas por lá, a fim de preparar ações judiciais, caso a moda de alterar os planos de saúde de
servidores se espalhe.

E agora, Celina?/ A deputada Celina Leão (PP-DF) planejava unir forças com Bia Kicis (PSL-DF) para que tentassem conquistar, ao menos, uma vaga ao Parlamento. Agora, com Bia prestes a fechar com o PL e não PP, Celina terá de buscar uma federação com outra legenda para tentar garantir a vaga.

Foi coincidência, mas…/ Aliados de Jair Bolsonaro vão usar o ano, 2022, para pedir votos para o candidato a presidente, uma vez que o número do candidato será 22. E a briga nos estados pelo 2222 será grande entre os deputados do PL candidatos à reeleição.

Por falar em vacinas… / Desde meados de 2021, muitos médicos avisam que o mundo viverá pelo menos mais dois anos nessa gangorra da pandemia. Só nos resta aproveitar este Dia de Reis em orações para que esse pesadelo passe logo.

Denise Rothenburg

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