Falta força do governo no Congresso para aprovar indicações em agências reguladoras

Coluna Brasília-DF publicada no domingo, 17 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito — O término das mais recentes sessões do Senado Federal sem votar as indicações para as agências reguladoras foi visto como um sintoma da fraqueza do governo no Congresso. O quórum foi diminuindo e quem ajudou o governo foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que encerrou a sessão antes que houvesse uma derrota. A presença de Alcolumbre na presidência é considerada fator importante por interlocutores. Ele pode ajudar o Executivo, mas não tem ferramentas para garantir a aprovação de nomes de interesse do governo federal. São 17 nomes para as agências reguladoras e outras instâncias que vão passar pelo crivo do Senado. Se o governo não tiver força, vai ser difícil conseguir aprovar todos.

Deu certo

A missão do agronegócio ao Japão volta para o Brasil com mais um mercado aberto à carne brasileira, em especial, a proveniente dos estados do Sul. Agora, é só acertar a parte burocrática
dos contratos.

Melhor aguardar

Com a eleição de 2026 ainda meio embaçada diante da ausência de um nome forte para concorrer à direita e ao centro, os partidos só adotarão uma posição mais incisiva em outubro, depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definir as regras que vão reger o próximo pleito. Até lá, ninguém fechará apoio a este ou aquele nome.

Poucas certezas I

O único movimento mais incisivo virá do União Progressista —PP e União Brasil — nesta semana. Eles farão a convenção que selará a federação e deixarão claro que não jogarão suas fichas na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Poucas certezas II

Outro partido que também avançou uma casa rumo a 2026 foi o PSD de Gilberto Kassab, que já deixou claro que manterá uma distância regulamentar de Lula no primeiro turno da sucessão presidencial e apostará no lançamento de candidatura própria. Só não o fará se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), for candidato.

Ninguém sai

Os partidos se organizam para se afastar de Lula em 2026, mas não pretendem entregar cargos. A banda do centro toca a seguinte toada: Se Lula quiser, que demita nossos ministros.

Clima esquenta em Pernambuco

Enquanto os partidos esperam, os personagens se enfrentam em outras arenas. Em Pernambuco, por exemplo, opositores do prefeito de Recife, João Campos (PSB), pré-candidato ao governo estadual, atacam em todas as frentes e agora acharam uma brecha. O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCPE) divulgou um relatório sobre investigações nas obras de infraestrutura do Parque Eduardo Campos. O documento detalha uma série de irregularidades na execução das obras e investiga pagamentos indevidos por serviços não executados ou sem respaldo contratual, incluindo um adiantamento ilegal e superfaturamento.

CURTIDAS

Ensaios para 2026/ Alexandre Bettamio, um dos nomes que comanda o Bank of America na área de investimentos, reuniu o Produto Interno Bruto (PIB) paulista, neste sábado, para homenagear o governador Tarcísio de Freitas (foto). E, para desconforto dos bolsonaristas, o convescote ocorre justamente às vésperas do julgamento de Bolsonaro.

E tem mais/ A festa reuniu pesos-pesados do PIB brasileiro e de instituições financeiras no condomínio Fazenda Boa Vista, onde há alguns meses, o empresário Ricardo Faria, conhecido como o “rei do ovo”, recebeu diversas autoridades em seu aniversário de 50 anos. Naquela oportunidade, Tarcísio já foi aplaudido como “nosso presidente”.

Vale lembrar/ Como o leitor da coluna sabe, Tarcísio não é hoje o preferido de Jair Bolsonaro (PL) para representá-lo na eleição de 2026, porque não tem o sobrenome Bolsonaro.

Tem jogo/ A possibilidade de Jair Bolsonaro abrir mão de lançar um sobrenome Bolsonaro ao Planalto, optando por Tarcísio, é a hipótese de os partidos de centro lhe darem o direito de lançar candidatos bolsonaristas ao Senado. Se houver esse acordo, tem chance de Jair fechar com o seu ex-ministro.

Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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