Enquanto se alardeia a não indicação do Brasil para ingresso na OCDE por parte dos Estados Unidos como uma grande derrota política do governo Jair Bolsonaro, embaixadores tarimbados e experientes nessas negociações e acordos internacionais suspiraram aliviados.
Esses embaixadores classificam os códigos da OCDE como algemas para as negociações comerciais. Há quem diga inclusive que, se o Senado ler esses códigos, perceberá que não é ruim para o Brasil ficar fora desse clube.
A enxurrada de investimentos no Brasil, algo que a atual equipe econômica atribuía como o principal objetivo do ingresso na OCDE, pode vir com a eliminação de excessos regulatórios, melhoria do ambiente de negócios, em especial na área de petróleo e gás, e segurança jurídica. Ou seja, fazer o dever de casa. Assim, mais tarde, se o Brasil estiver com seu dever de casa feito e com todos os códigos da OCDE decorados, poderá analisar com mais calma se vale a pena.
Em março, o representante de Comércio do governo americano, Robert Lighthizer, conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre exigências para o Brasil ingressar na OCDE: “Ele me disse: ‘Vocês têm de entender que, para entrar na OCDE, tem de sair do grupo dos favorecidos na OMC. Não tem troca’. Ele fez essa exigência. Eu fiz o meu pedido: ‘Me ajuda a entrar na primeira divisão’. E ele respondeu: ‘Me ajuda a limpar a segunda divisão’”, contou Guedes à coluna, quando da visita a Washington.
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