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Com a redução de despesas obrigatórias, Congresso quer aumentar emendas de bancadas

Coluna Brasília-DF

A nove quartas-feiras do fim do ano legislativo, o Congresso já está com o relatório preliminar do Orçamento de 2020 praticamente fechado, esperando apenas a mensagem retificadora do projeto da Lei Orçamentária, com a redução das despesas obrigatórias, a fim de abrir espaço para investimentos — em especial, emendas de bancada.

A ideia é aproveitar a economia com o fim dos 10% de multa do FGTS — algo que os deputados calculam render uma economia de R$ 5 bilhões. É quase o total das emendas de bancada, R$ 6,6 bilhões, que passam a ser de liberação impositiva, R$ 248 milhões para cada estado e o Distrito Federal.

Muitos estados terão apenas esses recursos para investir e mostrar algum serviço ao eleitor. Daí, enquanto muitos se divertem com a guerra interna do PSL, os pragmáticos vão pressionar para garantir esses recursos.

Visão dos otimistas

Reunião de líderes verifica amanhã quais as chances de se chegar a um acordo para votação da reforma tributária e definir a pauta para essa reta final de 2019. Ninguém bota muita fé na apreciação da tributária, muito menos numa pauta extensa para essa reta final de 2019.

Mergulhado

Ligado ao governador de São Paulo, João Doria, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, não convidou Jair Bolsonaro a ingressar na legenda. A ordem do momento é ficar quieto e ver como é que fica o jogo lá na frente.

Cada um na sua

Kassab está dedicado a fortalecer o partido para as eleições municipais. Em São Paulo, por exemplo, o PSD irá de Andrea Matarazzo. “A lógica das eleições municipais é fortalecer os partidos. Alianças estaduais e nacional vêm depois dessa fase”, diz ele, que considera cedo para que se faça qualquer análise mais acurada sobre o cenário de 2022.

A hora deles

O novo presidente do MDB, Baleia Rossi, quer aproveitar esse fim de ano para tentar chegar a um consenso sobre as propostas de reforma tributária que tramitam na Câmara e no Senado. Nesse trabalho, aproveitará para dar mais visibilidade aos governadores do partido, Ibaneis Rocha, do Distrito Federal; Helder Barbalho, do Pará; e Renan Filho, de Alagoas. Afinal, são os governadores que vão puxar essas discussões, caso o governo federal não consiga se organizar a tempo de entrar nessa discussão.

» CURTIDAS

O trunfo de Eduardo/ Do alto de quem já foi primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, cargo conhecido como a “prefeitura da Casa”, Eduardo Gomes sabe perfeitamente onde aperta o calo dos antigos colegas. Ali, construiu uma rede de amigos que lhe abrirá as portas para a articulação política, não só entre os partidos de centro, bem como da oposição.

Novo tique entre os deputados / Quem entra agora em qualquer sala para reuniões no Parlamento olha logo para o colo do sujeito para ver se ele está com o celular equilibrado na perna. Outros chegam a ações extremadas, com olhar sob a mesa para ver se não há um aparelho de escuta. É que essa história de gravações não é de hoje e, agora, confirmado que deputados gravaram seus colegas e até o presidente da República, ninguém se sente tranquilo.

O desafio de Joice I/ Ao deixar o posto de líder do governo, Joice Hasselmann perderá a condição que lhe permitia participar das reuniões de cúpula da Casa e, de quebra, a legião de jornalistas que a seguia Salão Verde afora. A luta agora será para permanecer na ribalta como pré-candidata a prefeita de São Paulo.

O desafio de Joice II/ A primeira tarefa, a que muitos institutos de pesquisa já se dedicam, é saber qual o percentual de votos que ela conseguiu por causa de Jair Bolsonaro e aqueles que conquistou por conta própria.

Ninguém se mexe/ Os profissionais da política entraram em modo observação. Ninguém se mexe até saber onde vai essa guerra no PSL. O saldo, no momento, é pró-Bivar, por causa da composição do diretório e a liderança da bancada na Câmara.

Denise Rothenburg

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