TSE cassa mandato do governador do Amazonas

Publicado em Eleições

Por cinco votos a dois, o Tribunal Superior Eleitoral cassou há pouco o mandato do governador do Amazonas, José Melo, por compra de votos. A decisão do Tribunal prevê ainda nas eleições, a serem marcadas pelo Tribunal Regional entre 20 e 40 dias.  Como ainda cabe uma ação cautelar ao Supremo Tribunal Federal, ainda não se sabe se o TRE conseguirá realizar a nova eleição nesse período.

A nova eleição foi decidida pelos ministros com base na minirreforma eleitoral aprovada após as eleições de 2014. A devotados do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), segundo colocado, argumentaram que deveria valer a regra vigente na eleição de 2014, que previa a posse do segundo mais votado. Com a reforma eleitoral, essa regra não se aplica mais, conforme entendimento do ministro Luís Roberto Barroso seguido pelos outros quatro ministros que votaram com ele. ( só foram a favor de Melo os ministros Napoleão, relator do processo, e Luciana Lóssio).

Braga, que acompanhou a votação, não reclamou: “O importante é que compra de votos foi punida com a cassação do mandato. Eu aplaudo a decisão do Tribunal”, disse ele ao blog. Braga viaja ainda hoje para Manaus a fim de reunir a partir de amanhã com seus correligionários e decidir se será candidato.

Cautelar

No final de 2016, o TSE cassou o mandato do prefeito de Tinguá(CE), que recorreu. O ministro Glmar concedeu uma liminar no STF suspendendo a decisão do TSE.  Nada impede que ocorra o mesmo no caso do governador do Amazonas. Se não houver liminar ou recurso, o governador terá que se afastar imediatamente do cargo.

Os obstáculos e a força de cada um rumo a 2018

Publicado em coluna Brasília-DF, Eleições

Passadas as eleições municipais, o país parte para a propalada reforma da Previdência e medidas para promover a criação de empregos, no campo minado da economia, enquanto 2018 surge no horizonte dos partidos. Eleitoralmente falando, 2016 termina com alguns personagens “se achando” e outros obrigados a colocar nas promessas para o ano vindouro recuperar terreno. A base de Michel Temer se saiu bem, porém, precisa passar pelas reformas e recuperar a economia para conseguir se manter no poder daqui a dois anos. Inclua-se aí o PSDB, grande vencedor dessa temporada e dividido no quesito pré-candidatos a presidente da República.

Os tucanos já haviam apresentado um bom desempenho no primeiro turno e agora arremataram quase tudo que disputaram nesse segundo turno. Belo Horizonte, capital das Minas Gerais de Aécio Neves ficou fora dessa conta, o que pode levar Aécio ao time dos que prometem melhorar no ano que vem. Porém, enquanto presidente nacional do PSDB, ele tem o que comemorar e faturar.

Entre aqueles que começam bem do ponto de vista eleitoral está Geraldo Alckmin. O candidato dele, João Dória, venceu na primeira rodada entre os paulistanos e ontem varreu o PT do chamado cinturão vermelho da Grande São Paulo. O PSDB venceu em Santo André e em São Bernardo, tradicionais redutos petistas, e o PSB arrematou Guarulhos. O PSDB sai forte e o PMDB, se quiser algum sucesso, terá que cuidar de preservar os tucanos ao seu lado. E o PT tem que torcer para que nada dê certo para os adversários.

Climão de disputa
NO WhatsApp de tucanos paulistas ligados a Geraldo Alckmin circulou a foto de Aécio Neves com cara de descrença ao lado de João Leite em Belo Horizonte. Há quem jure que Alckmin curtiu essa imagem tanto quanto a vitória de seus candidatos nos municípios paulistas.

PSB no pêndulo
Sem um nome forte para 2018, o PSB do falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos, desponta como um potencial aliado dos tucanos. Será importante observar o jogo entre o vice-governador de São Paulo, Márcio França, empenhado no projeto de Geraldo Alckmin, e o prefeito reeleito de Recife, Geraldo Júlio, mais afeito ao senador Aécio Neves, de quem Geraldo Júlio se aproximou no segundo turno em 2014.

E a família se dividiu…
A derrota do irmão de Eduardo Campos, Antonio Campos, para prefeito de Olinda foi vista com um alívio na base do PSB de pernambuco. A candidatura tinha o apoio da ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, mas constrangeu os socialistas por causa do PCdoB, que há tempos administrava a cidade. Com a disputa, o Solidariedade levou a melhor e vai governar a histórica cidade pernambucana.

PT no mar dos incertos
2016 é um ano que o PT deseja esquecer. Nada deu certo e a fumaça que sufoca seus planos não se dissipou. A única cidade desse segundo turno que o PT quase chegou lá foi Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O partido agora buscará a renovação e isso pode inclusive significar Lula fora da disputa de 2018 mesmo se escapar da Lava Jato.

Sempre governo
Chamou a atenção o desempenho do PR e do PP nessa eleição. Enroscados na Lava Jato e com dirigentes que passaram pela prisão, ambos cresceram em número de prefeitos. Ambos são ex-aliados de Dilma Rousseff assim como o PSD e o PDT, outros que ampliaram o espaço em número de prefeituras

Por falar em PDT…
Ciro Gomes comemorou a vitória de Roberto Cláudio como se fosse a chancela do eleitorado de Fortaleza à sua candidatura à Presidência da República. Tudo porque, dias antes, Ciro afirmou que, se o prefeito não se reelegesse, sua participação corrida presidencial em 2018 estaria comprometida.

E o Cristovam, hein?
Com tanta gente querendo tirar casquinha da eleição municipal, há quem diga que o senador Cristovam Buarque também tem o que comemorar, embora não tenha eleição em Brasília. Ele percorreu várias cidades ajudando os candidatos do PPS.