Categoria: Eleições
Blog da Denise publicado em 5 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
O pacote do ajuste fiscal em estudo no Planalto é classificado internamente como uma prova para os partidos aliados. Isso porque são medidas cruciais para o governo reestruturar o gasto público de forma a garantir a preservação do arcabouço fiscal. Se a base ficar contra, é sinal de que o governo terá dificuldades no futuro.
Vale lembrar: há tempos, o presidente Lula não se vê tão pressionado em caminhos opostos. Se seguir o que pedem parte dos economistas de seu governo, o ajuste fiscal atingirá programas sociais provocando a ira dos partidos de esquerda. Se não seguir, perde parte daqueles que cobram mais austeridade. Até aqui, Lula tem conseguido navegar entre seu eleitorado e os legendas mais conservadoras que apoiam seu governo. Agora, avaliam alguns políticos com acesso ao Planalto, chegou a hora da verdade.
Vai mudar, mas…
O projeto do deputado Rubens Júnior (PT-MA) sobre as emendas parlamentares tende a ser modificado de forma a dar mais liberdade aos congressistas. Só tem um probleminha: se o relator Elmar Nascimento for muito generoso com seus colegas, vai ser difícil o Supremo Tribunal Federal (STF)
liberar as emendas.
… há riscos
O texto de Rubens Júnior está no limite do aceitável para garantir essas liberações das emendas. Porém não menciona o Orçamento de 2024. “Esse projeto é um retrocesso e muda algo que deveria ser modificado por emenda constitucional, que é impositividade das emendas. Vai dar problema”, aposta o deputado Danilo Forte (União-CE).
Dois senhores
O candidato a presidente da Câmara Hugo Motta caminha para arrematar hoje o apoio do PSB e do PDT. É que essas duas legendas consideram que não dá mais para apostar na candidatura do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA). Elmar havia dito que tinha certeza de que seu nome estaria na urna como candidato, mas os aliados acreditam que não é mais possível garantir isso. Com tantos apoios, essas legendas esperam que, se Hugo vencer, não jogue o pêndulo para a direita, e aposte numa postura de equilíbrio, no centro.
Reflexos da eleição nos Estados Unidos
A eleição americana continua polarizando a política brasileira. Depois que o presidente Lula disse apoiar Kamala Harris, Jair Bolsonaro gravou um vídeo defendendo a eleição de Donald Trump. O ex-presidente acredita que a eleição do republicano por lá ajudará o processo dele aqui.
João na área/ Futuro presidente do PSB, o prefeito do Recife, João Campos (foto), vai liderar esse processo de análise das emendas e do apoio do partido a Hugo Motta. O presidente da legenda, Carlos Siqueira, tira 12 dias de férias a partir de amanhã, para descansar da eleição.
Assim não dá/ Deputados e senadores reclamam que as sessões semipresenciais interditam o debate e dificultam que a maioria participe das negociações. “A Casa precisa voltar aos tempos dos plenários cheios. Não dá para tudo ser decidido em conversas fechadas”, afirma o senador Izalci Lucas (PL-DF).
Parceria/ Os acordos entre Emirados Árabes Unidos e Brasil estarão em debate, amanhã, na embaixada daquele país em Brasília, por ocasião da visita da ministra assistente para Assuntos Políticos, Lana Nusseibeh. Ela veio justamente preparar a visita do presidente dos Emirados ao Brasil no final deste mês. Brasil e Emirados Árabes têm estreitado relações desde a COP28, em Dubai. No início deste ano, a cidade-sede da Cúpula do Clima, há dois anos, foi ainda palco do Brasil Dubai Lide Forum, com uma comitiva de empresários brasileiros e árabes.
Assunto quente/ Formado em direito em Brasília, em 2011, o advogado Diogo Esteves Pereira retorna à cidade, hoje, para o lançamento do seu livro Teses defensivas: improbidade administrativa, na Livraria Leitura do Terraço Shopping, a partir das 19h. A obra relaciona estratégias para a defesa de casos de improbidade administrativa, situação que costuma tirar o sono de administradores públicos. O prefácio é assinado pelo juiz federal do Trabalho Maximiliano Carvalho.
Blog da Denise publicado em 3 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está tão interessado em maioria no Senado quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para isso, o petista pretende atrair adversários, tal e qual fez com o atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), em 2021. Cogita, inclusive, chamar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para concorrer ao Senado e fazer o mesmo com outros nomes de centro país afora. A ideia é evitar que a extrema-direita conquiste espaço ali e coloque o governo em xeque. Já chega o fato de o atual governo ter que engolir o Centrão comandando as duas Casas do Parlamento, cenário do qual Lula não tem como escapar nos próximos dois anos e, talvez, nos quatro anos seguintes. Em relação a Eduardo Leite, só tem um probleminha: O governador gaúcho declarou recentemente que a “arrogância aproxima o bolsonarismo do petismo”. E não pretende deixar de ser candidato ao Planalto para limpar o caminho de Lula. Nesse ritmo, o plano de Lula construir uma bancada mais de centro-esquerda no Senado será mais difícil do que o de Bolsonaro em alavancar uma bancada de direita.
Em tempo: no Distrito Federal, Lula terá dificuldades em atrair adversários. A tendência é uma das duas vagas em disputa ficar com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A segunda está entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a deputada Bia Kicis (PL-DF). A esquerda só tem alguma chance se for unida em torno de um candidato. Até aqui, não há sinal dessa unidade.
Vai além do primeiro escalão
A reforma ministerial do governo Lula vai além dos cargos de ministro. O segundo escalão e algumas estatais e autarquias vão entrar na roda para atrair o centro e manter o Centrão mais próximo.
Não será fácil
Um estudo sobre a eleição de vereadores feito pela Action Consultoria mostra que ninguém ficou muito grande nesta eleição a ponto de ter protagonismo total em 2026, Quando se faz a projeção sobre o pleito e as chances de deputados federais, a conclusão é a de que, quem vencer no futuro precisará conviver muito bem com, pelo menos, cinco ou seis partidos para conseguir governar.
50 motivos
A cúpula do Congresso não pretende dar informações sobre os padrinhos das emendas passadas. Há quem diga que, no momento em que a distribuição dos bilhões do orçamento secreto for apresentada publicamente, ficará clara a preferência de alguns em detrimento da maioria. E, neste cenário, os líderes tendem a perder força.
Expostos e na incerteza
A declaração de Arthur Lira à Folha de S.Paulo sobre o PT indicar o nome da Câmara ao Tribunal de Contas da União (TCU) irritou muitos petistas. Mostra que partido de Lula quer fazer barganha e deixa claro que, numa política viciada no “toma-lá-dá-cá” como a brasileira, ninguém apoia um candidato sem saber o que levará em troca.
Olho nela/ Enquanto os homens pensavam em fazer barba, cabelo e bigode na eleição municipal, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) fez cabelo, maquiagem e sobrancelhas. Elegeu a prefeita da capital e o PT não fez sequer um prefeito no estado de Mato Grosso do Sul.
Olho no combustível/ O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) lança, nesta quarta-feira, 17h30, no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o observatório da implementação do hidrogênio de baixa emissão de carbono e do combustível do futuro.
Olho na preservação/ Porto Alegre, no Brasil; Valência, na Espanha… Cidades unidas na dor causada pela mudança do clima. Ou o mundo parte para uma recuperação do solo, áreas verdes e matas ciliares, ou essas tragédias se repetirão.
Finados & política/ A coluna, ontem, mencionou os socialistas, tucanos e emedebistas que marcaram o diálogo na política. A lista é grande. Hoje, ficam aqui as homenagens a Marco Maciel, Jarbas Passarinho, Luís Eduardo Magalhães e ao grande construtor da política e de Brasília, Juscelino Kubitschek. Ah, que falta fazem nesses tempos de eleições marcadas por cadeiradas, ameaças, tentativas de assassinato e xingamentos.
Coluna publicada em 17 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg
De olho na campanha para prefeito de São Paulo a partir dos salões do Congresso, muitos petistas avaliam que o grande movimento pró-Guilherme Boulos perdeu força dentro do partido neste segundo turno. Aquele sentimento de “virou questão de honra”, surgido logo depois da divulgação de um laudo falso contra o candidato praticamente na véspera da eleição, se diluiu após a chegada ao segundo turno. Prova disso, avaliam alguns, é a pesquisa Quaest, a primeira deste segundo turno, a detectar que o postulante do PSol apresenta os mesmos índices de projeção de votos que tinha antes do primeiro turno, de 33%, enquanto Ricardo Nunes tem 45% das intenções de voto.
Os petistas, porém, não estão totalmente empenhados em reverter essa diferença. Em Brasília, de onde muitos acompanham os movimentos, a prioridade é resolver a questão das emendas, um tema nacional. O PSol que se dedique aos votos paulistanos.
“Meu” o quê?!
Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro vislumbram problemas mais à frente para fechamento de chapas. Embora a eleição de 2026 ainda esteja longe, já tem muita gente incomodada com o jeitão de Bolsonaro dizer em vários estados: “O candidato ao Senado é meu”.
Nem vem
Nenhum cacique estadual quer abrir mão de compor a própria chapa no futuro. A maioria resiste a liberar uma vaga ao Senado para abrigar outsiders bolsonaristas interessados em impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Apoio às escondidas
Mesmo depois de assinar um documento no qual reconhece a vitória de Maduro na Venezuela, o PT não quis fazer um estardalhaço sobre a decisão. O motivo? Medo do impacto negativo nos candidatos aliados durante o segundo turno das eleições municipais.
Congresso & apagão
Vem por aí uma proposta de emenda constitucional para dar ao Parlamento poderes de fiscalizar as agências reguladoras. O deputado Danilo Forte quer que essas instituições respondam, inclusive, por omissão, quando for o caso. “Todas as agências têm pendências a resolver e raramente são punidas por isso. Essa situação tem que mudar”, afirma.
Abstenção promete/ Os petistas estão preocupados com os 19% que disseram aos entrevistadores da pesquisa Quaest que pretendem anular o voto. É sinal de que um número expressivo de eleitores não deve sequer comparecer para votar.
Enquanto isso, em Belo Horizonte…/ A liderança que o prefeito Fuad Noman (foto), do PSD, apresenta na primeira pesquisa Quaest deste segundo turno na capital de Minas Gerais é o cenário natural. Difícil um prefeito com avaliação positiva de 48%, e regular de 35% perder a eleição. Fuad tem 46%, e Bruno Engler, 37%.
… e em Brasília/ Paralelamente às emendas parlamentares, há um olhar voltado aos compromissos com a agenda 2030. Às 9h, em sua sede, a Oficina Consultoria promove um evento fechado para lançar um indicador de reputação de empresas e organizações com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e pilares ESG, ambiental, social e governança. O lançamento contará com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira (foto), hoje consultora da ONU para o clima.
Por Denise Rothenburg — Empolgados com a chegada do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, ao segundo turno, o presidente do MDB, Baleia Rossi, o do PSD, Gilberto Kassab, e expoentes do União Brasil, de Antonio Rueda, já pensam em tornar essa parceria mais permanente. Em especial, PSD e União Brasil, que não se enfrentam em nenhum grande colégio eleitoral neste segundo turno e hoje caminham juntos na disputa pela Presidência da Câmara.
Os três não descartam uma parceria rumo a 2026 e, nesse sentido, tentar atrair o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para, a depender do resultado em São Paulo, construir um caminho alternativo ao PT e a radicais, como Pablo Marçal, que ficou de fora.
Até aqui, não há exclusão do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, o andar da carruagem no PL e a conquista de espaços políticos importantes acende a vontade dos expoentes do partido em lançar um candidato a presidente da República. Bolsonaro não trabalhou de corpo e alma para Nunes chegar até aqui como candidato. Quem fez isso foi Tarcísio de Freitas. O ex-presidente, aliás, vê seu partido concorrendo em nove das 15 capitais que terão segundo turno. Há quem diga que é em São Paulo que o ex-presidente será mais presente neste segundo turno.
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Hegemonia ameçada
Depois de reeleger João Campos em primeiro turno no Recife (PE) e ver Tabata Amaral fazer uma campanha altiva em São Paulo, o PSB não tem dúvidas: é o partido que tem as novidades para o futuro na esquerda brasileira. O PT, sempre hegemônico, não obteve sucesso no berço do partido, São Bernardo do Campo. E, onde concorre no segundo turno, chegou em desvantagem.
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Por falar em João Campos…
Ao ser reeleito com 78,11%, Campos mudou de patamar. Ao que tudo indica, ele deverá tentar o governo de Pernambuco em 2026. Fontes do partido não descartam uma candidatura à Presidência da República, quem sabe, um dia. É o maior nome do PSB hoje.
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Tarcísio, o vencedor
O resultado deste primeiro turno da eleição de São Paulo amplia a força do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a pressão para que ele concorra à Presidência da República. Não houve sequer um grito “Bolsonaro, Bolsonaro” nas comemorações de Nunes ontem à noite.
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Índice ruim
Na contramão de quase todos os prefeitos das capitais que tentaram reeleição, Dr. Pessoa (PRD), de Teresina, e Edmilson Rodrigues (PSOL), em Belém, não ficaram nem em segundo lugar. Na capital do Piauí, sequer haverá 2º turno. Na capital paraense, Rodrigues encerrará o mandato em 31 de dezembro.
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O Norte escolheu o MDB
O MDB conseguiu vencer em duas capitais da região Norte, Boa Vista e Macapá. Além delas, foi para o 2º turno em Belém. Se ganhar, será o partido com mais capitais da região.
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Curtidas
Vingança é um prato que se come frio/ Ao que parece, José Sarney (MDB) teve sua vingança. O ex-presidente perdeu a cadeira do Senado para Davi Alcolumbre (UB), e agora o partido conseguiu eleger Dr. Furlan (MDB). Enquanto isso, Alcolumbre sequer teve seu irmão eleito como vereador em Macapá. Resta ao parlamentar tentar a presidência do Senado como uma questão de honra.
Tchau, Marçal/ Para quem começou a campanha dizendo que nem haveria segundo turno, Pablo Marçal precisa rever seus conceitos. A campanha de ataques e desrespeito mostrou que tem algum apelo, mas não o suficiente para levar a taça.
É só “até breve”/ Se não for preso e ficar com os direitos políticos cassados, Marçal voltará a ser candidato em 2026. Está entre governo de São Paulo e Presidência da República.
Rindo à toa/ A deputada Bia Kicis (PL-DF) está rindo à toa. Zoe Martinez, sua ex-assessora, conquistou uma cadeira de vereadora na maior cidade do país.
Coluna publicada em 3 deoutubro de 2024, por Denise Rothenburg
Com a aprovação do governo oscilando para baixo, conforme registrou a última pesquisa Quaest, a avaliação de setores do PT é a de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que refazer toda a estratégia de comunicação dos atos governamentais e dobrar o cuidado com os aliados. Se não houver uma recuperação rápida, a tendência é a turma zarpar em busca de outras alianças rumo a 2026.
O União Brasil, por exemplo, é aliado, tem ministros, mas concorre contra o PT e a esquerda em várias cidades. Além disso, já se sabe que o partido tem no governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um pré-candidato ao Palácio do Planalto. Nesse sentido, ou o governo recupera popularidade a fim de mostrar-se mais competitivo do que os adversários, ou os ministros terminarão por deixar o governo.
Em tempo: os petistas sabem que, com uma pauta econômica pesada no Parlamento, não dá para prescindir de aliados nesse momento. Tudo será feito para que as questões eleitorais de 2026 fiquem restritas ao ano eleitoral, de forma a manter uma base capaz de sustentar os projetos governamentais.
E tem mais
As investigações sobre desvio de recursos de emendas ao Orçamento, por enquanto, está focada no Maranhão e em Sergipe. Se a lupa ampliar o alcance, vai atrapalhar os planos do governo de manter uma base no Parlamento e a eleição para a Presidência da Câmara entrará no imponderável.
O centro reina
A avaliação dos políticos é de que o centro da política sairá vitorioso da eleição, no próximo domingo. Significa que quem quiser ter sucesso em 2026, terá que lhe render homenagens daqui para frente.
Racha prejudica
A disputa pela Presidência da Câmara ameaça tirar do centro esse poder todo. Divididos e magoados, eles não conseguirão chegar a 2026 tão fortes quanto pretendiam, ainda que saiam das urnas com um maior número de prefeituras.
Lula em fúria/ O presidente ficou irado ao descobrir que a internet do avião presidencial não funcionava. Em meio a palavrões, comentava que qualquer avião “mequetrefe” tem internet e ali não funcionava. Não dá para um chefe de Estado ficar incomunicável por horas.
Tem motivos/ Aliados de Lula dizem que, desde o 8 de janeiro, quando estava fora de Brasília e quase sofreu um golpe de Estado, o presidente não fica sem comunicação com o Planalto — onde a avaliação é na linha do “orai e vigiai”.
Campanha não tem fim/ Com o término do horário eleitoral gratuito de rádio e tevê nos municípios, restará o pugilato na internet. Território preferido de Pablo Marçal, em São Paulo, e dos bolsonaristas que apoiam Alexandre Ramagem, no Rio de Janeiro. Marçal, por exemplo, promete partir para o tudo ou nada.
Fafá é patrimônio/ A cantora Fafá de Belém (foto), uma das joias do Pará, teve seu trabalho transformado em patrimônio cultural de natureza imaterial do estado. A lei foi sancionada, esta semana, pelo governador Hélder Barbalho (MDB). Viva Fafá!
Coluna publicada em 24 de setembro de 2024, por Carlos Alexandre
A preços de hoje, as eleições municipais começam a emitir sinais para 2026. O primeiro indicativo que se tira é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se quiser tentar um quarto mandato à frente do Palácio do Planalto, precisará novamente recorrer a uma ampla aliança partidária, como fez em 2022. A exemplo de 2020, o PT enfrenta dificuldades nas disputas regionais. E isso terá reflexos na próxima disputa majoritária.
Analistas evocam o antipetismo como uma das razões para explicar o encolhimento do partido nas urnas. De fato, os números das pesquisas eleitorais reforçam essa perspectiva. Mas é preciso sublinhar, ainda, a dificuldade do PT em renovar seus quadros. Lula ainda é a maior força política da legenda — na verdade, ele transcende o petismo —, mas não pode fazer verão sozinho.
No campo da direita, observa-se que o bolsonarismo ganhou novos matizes. Se antes os defensores da pauta conservadora orbitavam em torno da figura do ex-presidente, atualmente, é possível diferenciar políticos mais ou menos próximos da constelação bolsonarista. Bolsonaro fez questão, inclusive, de se diferenciar de novos fenômenos, como Pablo Marçal.
Meu legado
Paralelamente às questões partidárias, o governo Lula tem pouco mais de dois anos para defender a administração das críticas de um adversário nas urnas. Um dos pontos fortes que poderão ser destacados ao eleitor é a retomada de políticas sociais, como o combate à fome e o reforço do Bolsa Família.
Está devendo
Mas ainda precisam vir à mesa os avanços fiscais. O desemprego vem caindo, a inflação está sob controle, mas os juros ainda são uma amarga realidade a bloquear o consumo e o investimento. Passada quase metade do terceiro mandato de Lula, o governo ainda não conseguiu convencer sobre a austeridade fiscal.
Esse ou aquele
Do lado da oposição, são cada vez mais evidentes os movimentos de atores que podem ou não se aproximar do bolsonarismo nos próximos meses. Um exemplo é o prefeito Ricardo Nunes, que caminha para o segundo turno sem aderir de corpo e alma ao discurso do ex-presidente. Da mesma forma age o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, ex-ministro.
Sempre Minas
É em Minas Gerais, mais uma vez, que a balança pode definir os rumos para 2026. O governador Zema (Novo) e o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD), tendem a ocupar campos opostos. E as maiores cidades do estado estão divididas entre esquerda e direita. A julgar pelo cenário de 2024, tudo indica que 2026 será uma disputa voto a voto.
Aposta alta
A ordem de prisão decretada contra o cantor Gusttavo Lima entornou o caldo da discussão sobre a regulamentação dos jogos de azar. Como se já não bastasse o problema do vício dos apostadores, é preciso afastar as suspeitas de lavagem de dinheiro que pairam sobre essas atividades. É um tema espinhoso para o Congresso, na volta das eleições.
Mulheres na mira
Não foi à toa que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, alertou para a violência que assola mulheres nas eleições. O atentado contra a candidata à prefeitura de Guarujá (SP) Thaís Margarido (União) mostra como o país precisa conter a sanha assassina que contamina a política.
Atentado em SP
No último domingo, o carro de Margarido foi alvejado por cinco tiros no bairro de Santa Cruz dos Navegantes, após uma caminhada eleitoral na região. Além da candidata, duas crianças e uma assessora estavam no veículo. A polícia de São Paulo trata o caso como tentativa de homicídio.
Balas e votos
Seis anos após a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, é chocante ver que a política ainda se faz à bala e não pelo voto.
Margem no horizonte
Avança a passos largos a exploração de petróleo na Margem Equatorial. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ontem, em evento no Rio de Janeiro, que o governo está na fase “quase final” para obter a licença de estudos de viabilidade na região. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, sinalizou na mesma linha. “Nossas necessidades de reposição de reservas são sérias. Estamos trabalhando para conseguir explorar a Margem Equatorial”, ressaltou, no mesmo evento.
Dança da cadeira
Em tempos de cadeirada, duas candidaturas à prefeitura de Alexânia (GO) deixaram de lado a rivalidade em favor de uma causa comum: a valorização da cultura local. No fim de semana, os candidatos Warley Gouveia (Podemos) e Matheus Ramos (União), com os respectivos vices, participaram de uma dança conjunta, ao som de Falamansa e do hit Casca de Bala, em uma iniciativa denominada Diálogo Cultural. O objetivo era comemorar a inauguração do Teatro Marie Padille, prevista para 2025, na cidade goiana. Viva a cultura! Viva a democracia!
Blog da Denise, publicado em 29 de agosto de 2024, por Denise Rothenburg
Mal o governo anunciava o nome de Gabriel Galípolo para a presidência da Banco Central, e o Centrão já imaginava o que fazer com a sua sabatina, ainda sem data para ocorrer. A contar pelas informações de bastidor, não será uma conversa de comadres. Ele terá de convencer o Centrão de que não comprometerá a sua carreira para atender o governo. Ontem, muitos citavam o receio de que ele repita Alexandre Tombini, o jovem indicado pelo governo Dilma Rousseff lá atrás, quando o BC não tinha independência. Agora, a cobrança de não dizer amém ao Executivo será bem maior.
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Veja bem/ Obviamente, a esta altura do campeonato, não existe uma “vontade” de rejeitar o nome de Galípolo, um técnico que, até aqui, não deu sinais de que será dependente das ordens do governo. Porém, num cenário de descontentamento por causa das emendas, tem muita gente interessada em dar um susto no Planalto.
De “carona”, não sai do lugar
A tentativa do governo de aproveitar a transparência das emendas para tentar obrigar os congressistas a aplicarem parte dos recursos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) travou o acordo pelas emendas. A ideia nas reuniões dos deputados é cuidar apenas do projeto relacionado à transparência.
Os replicantes
O crescimento de Pablo Marçal nas pesquisas de intenção de voto, a ponto de embolar a disputa em empate técnico triplo, mostrou aos aliados do bolsonarismo que o ex-presidente Jair Bolsonaro é “replicável” e não detém o controle dos seus eleitores. O receio dos bolsonaristas é que isso se repita lá em 2026, quando governos estaduais e a Presidência da República estarão em jogo.
E os originais
O conselho daqueles que entraram na política graças a Bolsonaro é que ele mergulhe de cabeça na campanha de Ricardo Nunes, para recuperar o seu eleitorado. O receio é de que Marçal, num segundo turno, se torne o nome da vez, tirando o ex-presidente de cena.
Preocupação geral
No PT, o fato de Marçal praticamente replicar o que Bolsonaro fez no início da campanha de 2018 também preocupa. É que qualquer nome que venha das redes sociais e tenha carisma suficiente para embalar o eleitor consegue chegar, sem necessariamente estar ligado, seja a Bolsonaro, seja a Lula, hoje os maiores líderes de seus campos políticos. São os replicantes chegando. E, acreditam muitos, para ficar.
À esquerda/ Se Pablo Marçal surpreende na direita como um novo player a ser observado, quem desponta no rumo oposto é o prefeito do Recife, João Campos (foto), do PSB. Chega para ocupar em breve um lugar no seleto grupo daqueles com chances reais de voos mais altos. Sua gestão daqui para a frente será acompanhada com lupa por todos os partidos e especialistas em marketing político.
Queimaram a largada/ A maioria dos deputados que veio a Brasília saiu da cidade logo na quarta-feira, sem qualquer notícia de sessão do Congresso, convocada no final da tarde. Nem toda a bancada gaúcha estará no plenário para votar o projeto que vai auxiliar na liberação de recursos para pessoas físicas e jurídicas no estado, a pauta única desta manhã, até o fechamento desta coluna.
Por falar em “largada”…/ Governadores pré-candidatos ao Planalto têm feito reuniões sistemáticas para estudar os cenários políticos e econômicos. Até aqui, consideram que as queimadas na Amazônia, que continuam a ponto de defumar o Brasil, é um tema, assim como as atitudes em relação à Venezuela.
Coluna publicada em 16 de julho de 2024, por Carlos Alexandre de Souza com Maria Beatriz Giusti
As declarações de ontem do presidente Lula sobre o atentado a Donald Trump, para além do posicionamento do chefe de Estado da segunda maior democracia da América, vão de encontro ao tom contemporizador que se seguiu imediatamente após os tiros na Pensilvânia. O próprio atingido por um projétil de AR-15 procurou moderar o discurso, no momento em que a campanha republicana para a Casa Branca entra em momento decisivo, com a confirmação do nome Trump para a Presidência e o anúncio do candidato a vice-presidente.
Na avaliação de Lula, episódios como o atentado a Trump “empobrecem a democracia”. Não representam a vitória da direita ou da esquerda, e, sim, um golpe gravíssimo contra a civilidade. Tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, são muitos os casos em que divergências políticas custaram a vida de pessoas públicas. Infelizmente, existem poucos indícios de que o atentado contra Trump diminua o clima beligerante que há anos predomina na política.
A polarização constitui uma das causas da violência política, mas não é a única. Há razões mais profundas. A violência está cada vez mais presente nas sociedades e, por conseguinte, também na política. Vamos lembrar que foi também a violência política — conduzida pelo crime organizado e suas conexões — que vitimou de forma brutal a vereadora Marielle Franco em 2018. E de lá para cá, não se pode afirmar que houve um recuo de criminosos ou agentes públicos.
Alerta geral
A violência política é uma consequência de sociedades violentas. E a história mostra que os ataques partem tanto da direita quanto da esquerda — e, mais imprevisível, de qualquer cidadão. Eis um desafio que afeta a todos, e não apenas os políticos.
Medidas judiciais
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudiou os ataques do senador Marcos do Val (Podemos-ES) contra Fábio Shor, responsável pelas investigações que estão sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A entidade informou que estuda medidas judiciais contra o parlamentar, que denominou Shor de “capataz” do magistrado e comete “violações contra a Constituição e os direitos humanos dos brasileiros”.
Desabafo
Nas redes sociais, do Val disse que a postagem é um “desabafo” e uma “denúncia” dos policiais federais “indignados” com a conduta de Shor. O Correio tentou contato com o senador ontem, mas não obteve resposta.
De olho na praia
Duas pautas polêmicas prometem agitar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal amanhã. O primeiro é o PL 2511/2024, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC). A proposta estabelece uma pena de seis meses a dois anos de prisão a quem impedir ou dificultar o acesso à praia ou ao mar. Certamente virá à tona a controvérsia sobre a PEC 3/2022, que ficou conhecida como “privatização das praias”.
BC independente
O segundo ponto a ser discutido na CCJ é o que trata da autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central. A PEC 65 transforma a autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda em uma empresa pública. Independência do Banco Central, diga-se, é algo que o Palácio do Planalto não quer nem ouvir falar.
Igualdade salarial
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, considera positivo o primeiro ano da Lei de Igualdade Salarial, sancionada em julho de 2023 pelo presidente Lula. Em evento em São Paulo, Marinho comemorou a “grande adesão” das empresas no envio de informações sobre a discrepância salarial entre gêneros. Mais de 49,5 mil empresas contribuíram para o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado em março passado. No documento, ficou constatado que as mulheres ganham 19% a menos do que os homens no mercado de trabalho.
Nova cultura
A secretária-executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi, compartilhou o otimismo. “O mais forte sobre a lei é que ela propõe uma mudança de cultura”, destacou. “Desde que ela foi aprovada e sancionada, nós vemos muitos avanços”, disse. “A gente percebe que tanto a sociedade civil quanto os sindicatos, as centrais sindicais e as próprias empresas estão empenhadas em buscar essa igualdade”, acrescentou.
Tesouro brasileiro
Após o sucesso com o retorno ao Brasil do manto tupinambá, deslumbrante peça do século XVII que foi devolvida pelo Museu Nacional da Dinamarca ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, o governo federal prepara mais ações para trazer de volta o acervo dos povos indígenas. O Grupo de Trabalho de Restituição de Artefatos Indígenas pretende desenvolver protocolos para que povos originários tenham acesso e possam requerer a repatriação de itens expropriados do Brasil.
Virada histórica
Objeto sagrado na cultura indígena, o manto tupinambá deve ser exposto ao público em agosto. É uma oportunidade histórica de reabilitar o Museu Nacional, parcialmente destruído por um incêndio em 2018.
Coluna Brasília/DF, publicada em 14 de julho de 2024, por Denise Rothenburg
O escândalo das joias associado ao fato de a Polícia Federal ter em mãos áudio que, ao que tudo indica, tem potencial para desgastar o ex-presidente Jair Bolsonaro, aumenta as pressões para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), coloque-se mais no cenário nacional em nome do bolsonarismo. Tarcísio, porém, tem outros planos. Seus aliados em Brasília garantem que ele só se colocará no jogo presidencial rumo a 2026 se o presidente Lula estiver derrotado antes da hora. Até aqui, tem ocorrido o inverso.
As pesquisas da última semana indicam que Lula parou de cair e tem espaço de recuperação. Conseguiu, com a ajuda do centro, empinar a reforma tributária, retomou programas sociais, e a geração de empregos subiu. Nesse cenário, Tarcísio joga toda a sua energia em governar São Paulo, a fim de assegurar que os conservadores não percam essa joia da coroa.
MDB quer jogo
Ciente da lição política de que ninguém ganha eleição de véspera, o MDB se organiza para ter voz na eleição para a Presidência do Senado. A ideia é rejeitar o “já ganhou” de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e buscar espaço de negociação. Os primeiros acordes nesse sentido saem justamente do Maranhão de José Sarney, adversário do senador amapaense.
Movimentos
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) fez questão de comparecer à filiação do ex-senador Francisco Escórcio ao MDB do Maranhão, neste fim de semana. Com a ficha abonada por seu padrinho político, o ex-presidente José Sarney, Chiquinho é um ativo importante nos bastidores da articulação em Brasília. E a senadora adoraria presidir o Senado. Chiquinho vai verificar se há espaço nesse sentido.
O passado ensina
A lei “ninguém ganha eleição na véspera” funcionou, por exemplo, em 2019, quando Alcolumbre venceu. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) figurou por meses meses como praticamente eleito. Os ventos mudaram e Renan saiu da disputa no dia da eleição, muito irritado, porque o PSDB abriu o voto para evitar que seus filiados votassem nele. Agora, o MDB quer ver se vira o feitiço de Alcolumbre contra o feiticeiro.
Por falar em eleição…
A tensão em torno do palanque do prefeito JHC em Maceió vai até o último minuto do prazo das convenções para oficialização das chapas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, de olho numa vaga para o Senado em 2026, quer indicar o vice. JHC prefere o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que tem Eudócia Caldas, mãe do prefeito, como suplente.
…é preciso confiança
JHC quer a mãe no Senado para ter um suporte quando deixar o cargo, daqui a dois anos, para concorrer ao governo estadual. Só tem um probleminha: muitos apostam na política de que JHC desviará seu projeto para o Senado, em que a possiblidade de vitória é maior, deixando Arthur Lira a ver navios. Por isso, Lira quer indicar o vice de JHC agora, a fim de amarrar o prefeito ao seu projeto. Está um desconfiando do outro.
Otimismo em alta
O Radar Febraban (Federação Brasileira de Bancos) indica que a população do Centro-Oeste está confiante na melhoria do país. Do total pesquisado, 57% dos entrevistados acreditam que o Brasil vai melhorar até o fim de 2024. A percepção é mais positiva que a média do país — 55% veem perspectivas melhores até o fim do ano, enquanto outros 23% acreditam que continuará da mesma forma.
Nordeste reina
Na região, 42% consideram que o país já melhorou. No comparativo nacional, em termos de otimismo, o Centro-Oeste fica atrás do Nordeste (56%) e do Norte (52%), empata com o Sudeste (42%), e se posiciona acima do Sul (36%). Na média, 46% consideram que o país melhorou, um percentual cinco pontos acima do registrado em julho de 2023. Ou seja, Lula e o governo têm tem motivos para comemorar
Uma pausa
Aproveito o recesso parlamentar para recarregar as energias. Neste período, a coluna ficará a cargo do editor Carlos Alexandre e da equipe do Correio.
Colaborou Vinicius Doria
Ramagem não pretende desistir de candidatura a prefeito do Rio
Coluna Brasília/DF, publicada em 13 de julho de 2024, por Denise Rothenburg
Pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, alçado a essa condição com festa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em março deste ano, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) não vai renunciar à candidatura para facilitar a vida de quem quer que seja. Ele pretende aproveitar a vitrine para fazer contraponto em relação ao que foi apresentado até aqui pela Polícia Federal. A convenção que oficializará Ramagem candidato está marcada para o dia 22 deste mês, e, até aqui, nada muda. O PL espera, inclusive, a presença de Jair Bolsonaro.
Vale lembrar: se Ramagem quer permanecer candidato, tirá-lo da disputa não é visto como o melhor caminho por alguns bolsonaristas. Afinal, deixar o ex-diretor-geral da Abin de Bolsonaro magoado, nesta altura do campeonato, avisam alguns, pode ser o pior dos mundos. Ruim com ele, pior sem ele. E nenhum aliado pretende meter a colher nessa briga.
Muito além do conteúdo
O que irritou e muito Jair Bolsonaro e seus mais fiéis aliados foi o fato de Alexandre Ramagem ter gravado a conversa com o ex-presidente. No meio político, isso é considerado um gesto de alta traição.
Os trabalhos de Chiquinho
O ex-senador Francisco Escórcio se filia, nesta manhã, ao MDB do Maranhão. Fiel escudeiro do ex-presidente José Sarney e ex-assessor dos presidentes Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, Chiquinho, como é conhecido, não se junta ao partido a passeio. Em outubro do ano passado, ele escreveu um artigo defendendo a candidatura da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) à Presidência do Senado. E agora chega ao MDB para trabalhar nessa empreitada.
Se tiver espaço…
O MDB sarneyzista convive, mas não engole Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Afinal, foi Alcolumbre quem atrapalhou a vida de Sarney lá atrás e que interrompeu a sucessão de emedebistas na Presidência do Senado. O partido só apoiará Alcolumbre se não houver qualquer brecha para mudar o jogo.
Urgência das férias
O Congresso entra em férias na semana que vem, mas não será possível suspender os prazos de apreciação de projetos que não estejam diretamente relacionados a número de sessões. É que com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) adiada para agosto, não tem recesso no papel. Só na prática. Daí, o apelo dos senadores para que se tire a urgência da votação da reforma tributária. Eles querem calma para avaliar o texto que saiu da Câmara e sem comprometer o recesso branco deste mês.
Cenário 2022
Em maio de 2022, a casa da festa do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (foto), foi palco do Arraiá da Bia Kicis e do Ricardo Caiafa, então pré-candidatos, ela a deputada federal e ele, a distrital. A então deputada Flávia Arruda, que concorreria ao Senado, compareceu à festa acompanhada de José Roberto Arruda, seu marido à época. Num outdoor, “Juntos por um DF melhor”, a foto de Flávia e Caiafa. No telão, mensagem do então presidente Jair Bolsonaro. Dos quatro, só Bia Kicis se elegeu. Nem Bolsonaro, exibido no telão, saiu vitorioso.
Cenário 2024
Esta semana, o palco ficou para a Timbalada e, entre os convidados, brilharam os partidos de centro, União Brasil e PP, e os de esquerda, PT e PCdoB, com destaque para os ministros de Lula que compareceram ao aniversário, inclusive, o da Casa Civil, Rui Costa. São dois retratos das voltas que o mundo da política dá.
Haja festa!
Nos rolês parlamentares da semana, chamaram a atenção os… showmícios. Em pré-campanha para a Presidência da Câmara, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, brindou deputados, na quarta-feira, com um show da Timbalada. Na noite anterior, Dudu Nobre e Gil da Banda Beijo animaram a festa do PSD. Se agora já está assim, imagine depois da eleição municipal.