Categoria: Câmara dos Deputados
Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A suspensão do deputado Glauber Braga (PSol-RJ) e a manutenção do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) representaram uma das raras vezes em que o grupo do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rachou. O cálculo dele previa a cassação de Glauber e de Carla, um da esquerda e outro da direita, de forma a preservar a imagem da Casa, não permitindo que um parlamentar que expulsou um influencer da Câmara a chutes, há alguns meses, e uma deputada presa exercessem o mandato. Porém, deu tudo errado. O plenário não desejava cassar Glauber por um destempero, porque muitos acreditavam que poderiam responder do mesmo jeito, se estivessem sob forte pressão. Para completar, viam na cassação uma vingança pessoal do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), contra Braga. Outros não queriam cassar Zambelli para dar uma resposta ao Supremo Tribunal Federal. Porém, o STF foi rápido e, em menos de 24 horas, o ministro Alexandre de Moraes anulou a decisão da Câmara e determinou a posse do suplente. E o Centrão ficou a ver navios.
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Moral da história/ Aos parlamentares, ficou a certeza de que o Centrão é forte unido, mas sempre poderá haver uma brecha para quebrar essa unidade. Ontem, pela esquerda e pela direita, essa hegemonia foi rompida. No agrupamento, há o sentimento de que Motta não está alinhado nem com esquerda nem com os conservadores e, nesse sentido, ou ele se recompõe com um dos dois ou não terá condições de concorrer à reeleição. Embora 2027 ainda esteja longe, e não dê para fazer movimentos ostensivos antes da eleição de 2026, uma parte desse grupo começa a estimular o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ) a uma candidatura a presidente da Câmara em 2027.
Voltas da política I
Glauber e seus apoiadores acusaram publicamente que a cassação era um desejo de Arthur Lira e que o ex-presidente da Câmara dos Deputados estava pessoalmente trabalhando para que ele perdesse o mandato. Contudo, foi graças a uma alteração de rito de apreciação de cassação em Plenário, que o próprio Lira fez em 2021, que permitiu a Glauber não ser cassado, e sim suspenso por seis meses.
Voltas da política II
O rito de cassação foi mudado no processo da ex-deputada Flordelis. Na época, Lira permitiu que pudessem ser apresentadas emendas de Plenário e destaques, instrumentos que não podiam ser usados antes. Glauber foi “salvo” graças ao destaque do PSol que pedia seis meses de suspensão em vez da cassação.
Sinais
O governo ainda não entregou ao Senado a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para completar, está a maior pressão das mulheres por uma mudança no nome. Na marcha “Mulheres Vivas”, no último domingo, a primeira-dama Janja e as ministras foram cobradas, em alto e bom som, pela indicação de uma mulher ao Supremo. A hora em que a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi justificar a escolha de Messias, muitas vaiaram. E olha que, ali, era uma plateia de maioria alinhada ao governo.
Discurso pronto
A base governista vai usar o discurso da segurança pública contra a oposição. Com o retorno da Lei Antifacção à Câmara, o governo quer garantir a aprovação do relatório do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) na íntegra, e planeja usar o discurso da segurança pública contra a oposição. E caso o secretário de Segurança do Estado de São Paulo licenciado, Guilherme Derrite (PP), queira alterar o parecer, os parlamentares de esquerda vão acusá-lo de proteger as bets e sucatear o Fundo da Segurança Pública.
CURTIDAS

Em busca de emprego/ Alguns funcionários do gabinete de Carla Zambelli iriam aproveitar esse período até fevereiro, quando ela deveria perder o mandato por faltas, para buscar colocação com outros parlamentares. Com a decisão de Moraes, terão de que acelerar essa procura.
Dosimetria sob risco/ Ainda que o Senado aprove a dosimetria na semana que vem, há um sentimento de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguirá as pesquisas que apresentam uma posição mais crítica. Aliás, hoje muitos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro consideram que, quanto mais o tempo passa, mais a campanha pela anistia arrefece.
Tarefas divididas/ Já era quase madrugada, quando, depois de Glauber ter o mandato preservado, a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP, foto), mulher do deputado, foi abordada por um colega, que confirmou a história à coluna, mas pediu o anonimato. Disse ele a Sâmia: “Olha, votei a favor da suspensão do Glauber. Agora, os papéis estão definidos: ele vai ficar em casa cuidando das crianças enquanto você fica aqui, fazendo política.”
Por falar em ficar em casa…/ Na semana que vem, a Câmara não exigirá a presença dos deputados em plenário para proceder votações. As deliberações serão pelo sistema remoto.
Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A certeza de que 2026 já está no ar e a negociação de uma nova proposta para tratar de pedidos de impeachment levaram ministros do STF e o comando do Senado a combinar com o decano, Gilmar Mendes, que ele tirasse de campo a parte da liminar que restringia esses casos à Procuradoria Geral da República. O próximo passo nessa matéria é aprovar uma proposta que amplie o quórum necessário à instauração de processos desse tipo para dois terços, ou seja, 54 senadores, e, de quebra, seja iniciativa de partidos políticos e organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Sai do texto de Gilmar um ponto e entram vários da sua liminar no projeto do Senado sobre o tema.
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O problema central/ Da parte dos políticos, a avaliação é a de que, um projeto alternativo para pedidos de impeachment e a resolução dos casos Glauber Braga e Carla Zambelli (leia nota nesta coluna) será possível baixar um pouco a poeira. Restará a investigação sobre as emendas, que deixará alguns deputados sem dormir nesse período natalino.
Limpe a imagem
Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o União Brasil virou cinco votos em favor da cassação do mandato da deputada Carla Zambelli. Quem cavou esses votos foi o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Há quem diga que Motta deseja aproveitar esse caso para tentar melhorar a imagem.
Ali tem jogo
Muitos senadores da base admitem que é possível a aprovação do projeto da dosimetria das penas. Pelo menos, muita gente no centro votará a favor. As apostas são as de que o destino e a discussão do projeto não serão iguais aos da PEC da blindagem, que foi direto para a gaveta.
Teste de fidelidade
A avaliação dos senadores é a de que a votação da dosimetria na CCJ vai mostrar ao governo quais parlamentares de centro são mais confiáveis ao Planalto. A oposição, porém, conta com o apoio do centrão na Casa para aprovar a matéria na CCJ e no plenário.
Revolta
No Senado, parlamentares ainda não superaram a aprovação do marco temporal. Para muitos, é a legalização do “usucapião” para quem roubou terra da União.
CURTIDAS

Impedidos/ Na hora da confusão na Mesa Diretora, na terça-feira, os funcionários do café reservado a credenciados e parlamentares foram proibidos de acessar o plenário. Em conversas reservadas, interlocutores deles contaram à coluna que ficaram dois guardas na porta para evitar que os servidores saíssem e filmassem a retirada de Glauber.
Surpresas/ As falas de Pedro Paulo e Laura Carneiro em favor de Glauber Braga deixaram muitos parlamentares boquiabertos. Ambos são do PSD do Rio de Janeiro. A decisão de falar e votar a favor tem relação direta com as eleições. Se o prefeito Eduardo Paes for mesmo candidato a governador e o PSol do Rio não estiver num segundo turno, eles vão atrás desse apoio.
Olhos da família/ O filho da deputada Carla Zambelli (foto) acompanhou do Plenário a votação de cassação da mãe. João, pré-candidato à vereador em São Paulo pelo PL, caminhava ansioso pedindo aos parlamentares para manter o mandato de Zambelli.
Júlio Lopes e Lula/ No debate “Desafios 2026”, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) ensaiou o novo estilo indignado que adotará na campanha pela reeleição e surpreendeu a muitos ao dizer que a isenção do IR dará um gás a Lula. “Eu sou de direita, mas admiro e respeito o Lula. Ele é inteligente, e, se ganhar, vai ganhar com um Congresso à direita e terá que tocar pela direita”, disse.
Coluna Brasília-DF publicada na quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se reuniram com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (UNião-AP), ficaram para lá de irritados com os dois, pois não foram avisados sobre a votação, esta semana, do projeto que reduz as penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Agora, muitos desses ministros não têm mais dúvidas de que Motta escolheu marchar ao lado dos conservadores daqui para frente. Ainda que tenha acertado votar a proposta que reduz os benefícios fiscais, não dava para não avisar da votação do texto da dosimetria das penas.
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Quem manda/ Líderes relataram à coluna que Motta teve um momento de destempero durante a conversa sobre a proposta de dosimetria. O deputado gesticulava irritado, batia na mesa e, conforme relatos, teria dito: “É isso mesmo, vai ser assim, cansei de ser criticado sozinho. A decisão é minha e não vou voltar atrás” — frisou, ao comunicar que o projeto de dosimetria entraria na pauta. É nesse clima que os líderes se aproximam da virada do ano.
Na calada
Com o texto em mãos há mais de duas semanas, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), estudou a proposta de dosimetria de Paulinho da Força (Solidariedade-SP). A pena de Jair Bolsonaro pode ser reduzida de 27 para 20 anos com progressão para somente dois anos e três meses em regime fechado. O PL teria sido repassado, também, ao ex-presidente.
Cardápio
A dosimetria, aliás, foi pauta no jantar do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) com o PP e o União Brasil, na segunda-feira à noite. É a forma de a direita começar a se reaglutinar para tentar fechar uma candidatura que tenha mais poder de atração. No caso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Motor
As apostas na política são de que o contrato entre o escritório de advocacia da mulher do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, servirá de combustível para a proposta da dosimetria das penas.
Aqui não
Em conversas reservadas, parlamentares relataram à coluna que o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), apelou a Motta para designar um relator que mudasse o texto do devedor contumaz e, assim, obrigasse a uma nova votação no Senado. O plano de Ciro era segurar a matéria e adiar a apreciação. Contudo, o plano não deu certo devido à megaoperação contra o grupo Refit, suspeito de sonegar impostos no setor de combustíveis.
Influência
A turma que pretendia segurar a proposta esperava que a bancada do Rio de Janeiro ajudasse nessa tarefa. Mas, ontem, estava tudo programado para aprovar o texto do senador Efraim Filho (União-PB), não correr risco de atrasos e dar uma reposta aos devedores contumazes.
CURTIDAS
Finge que não houve/ Além do corte do sinal da TV Câmara e a retirada de todos os jornalistas, fotógrafos de alguns parlamentares foram obrigados a apagar as fotos do depuitado Glauber Braga (PSol-RJ) sentado à Mesa Diretora da Câmara (foto). Mas a coluna estava lá, assim como a deputada Jack Rocha (PT-ES), que conversou com Glauber.
Faltou “equilíbrio”/ O presidente da Câmara tem repetido em todas as entrevistas a palavra “equilíbrio” para retomar as votações na Casa. Negou que tenha pedido a retirada dos jornalistas do Plenário, mas vários parlamentares e jornalistas terminaram agredidos. Há muito tempo isso não ocorria na Casa.
A internet não perdoa/ Assim que começaram a circular as imagens da confusão na Câmara, os internautas fizeram circular posts com a imagem de Motta com dizeres do tipo “traidor” — e por aí vai.
Onde mora o perigo/ A preços de hoje — e se não ajustar sua atitude —, Motta terá dificuldades de se reeleger presidente da Casa. Está difícil manter o “morde-assopra” que ele tem feito com governo e oposição. Mas essa história começará a ser construída quando o futuro presidente da República estiver eleito.
Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 9 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Ao dizer que pode deixar de ser candidato a presidente da República se o centro atender suas condições — anistia e o pai candidato —, o senador Flávio Bolsonaro não empolgou a política, apenas o mercado, que fez a leitura de que ele não disputará o Planalto. Para completar, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, deixa cristalino à coluna que “ainda há muitas águas para rolar”, quando perguntado se apoiará um Bolsonaro. Quanto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Marcos Pereira alega que é muito cedo. Para bons entendedores, está claro que o Republicanos vai esperar decantar esse movimento de Flávio Bolsonaro para, mais à frente, tomar uma decisão. Os demais partidos de centro também seguem nessa toada, conforme o leitor da coluna já sabe.
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Veja bem/ Em política, há uma máxima que ninguém é candidato de si mesmo. Ou seja, há que ter apoios e votos. Até aqui, as pesquisas e os políticos de um modo geral não indicaram uma grande empolgação com o nome de Flávio. Se continuar como um candidato meramente familiar, para atender aos interesses do clã Bolsonaro, será engolido pelas águas de março, quando a classe política fechará suas apostas.
Uma promessa para 2026
Tal e qual a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, o presidente Lula planeja colocar a tarifa zero no transporte público como parte do projeto de governo a ser apresentado numa campanha reeleitoral. Falta fechar a conta. O consenso no governo é que, do jeito que está, a população de baixa renda não consegue pagar (leia mais no blog da Denise, no site do Correio Braziliense).
E Geraldo, hein?
O MDB praticamente desistiu de se apresentar com um candidato a vice para a reeleição de Lula. Logo, o vice-presidente Geraldo Alckmin tende a ficar onde está na chapa de 2026. Só será deslocado se Tarcísio de Freitas desistir de concorrer ao governo de São Paulo. Ou seja, até que o governador decida seu futuro político, ninguém se move.
Pressão
Pelo menos 10 organizações da sociedade civil ligadas ao setor de combustíveis pressionam a aprovação do projeto do devedor contumaz, que cria o Código de Defesa do Contribuinte, do jeito que veio do Senado. Para o setor, o texto relatado pelo Senador Efraim Filho (União-PB) é “o caminho mais rápido, seguro e eficaz para promover segurança jurídica em todo o país”.
Segurança em debate
O tema está em alta esta semana, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no Senado, na CPI do Crime Organizado, e o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, Mendonça Filho, reunido com os líderes para tratar do texto do governo. O problema é que faltam só duas semanas para o recesso, e os deputados só querem saber de uma pausa antes do ano eleitoral.
De saída
Única petista a votar favoravelmente à soltura de Rodrigo Bacellar na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a deputada Carla Machado, vai deixar o PT e deve seguir para o União Brasil.
CURTIDAS

Política está no sangue I/ Oriundo da iniciativa privada, o ministro das Cidades, Jader Filho (foto), deixa o cargo em abril para ser candidato a deputado federal. O governador do Pará, Helder Barbalho, concorrerá ao Senado. O pai deles, o senador Jader Barbalho, vai se aposentar.
Política está no sangue II/ O secretário Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Leonardo Picciani (MDB), é outro que vai deixar o cargo para concorrer a um mandato de deputado federal, no Rio de Janeiro. É filho do político Jorge Picciani, falecido em 2021.
“Foi livramento” / Na live que realizou logo após sua expulsão por unanimidade do União Brasil, o ministro do Turismo, Celso Sabino, foi consolado pelos apoiadores. Um achegou a dizer que Sabino deveria estar feliz por sair do partido, que está “bagunçado”.
Racha no DF/ O senador Izalci Lucas (PL-DF) anuncia que apoiará o ex-governador José Roberto Arruda, que se filiará ao PSD para concorrer ao Palácio do Buriti. O mesmo caminho deve seguir o deputado Alberto Fraga (PL-DF). No restante do PL, a tendência, hoje, é de apoio à candidatura da vice-governadora, Celina Leão (PP).
Sem parar/ O presidente Lula está com uma agenda turbinada nesse fim de ano para entregas de casas populares e outras obras do governo. Até outubro de 2026, Lula não pretende parar em Brasília. A estratégia é manter a visibilidade do presidente e de seus ministros.
Coluna Brasília-DF publicada no domingo, 7 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto ocorreu por dois motivos. O primeiro é que os Bolsonaro perceberam que estavam perdendo o controle do processo. Circularam conversas a respeito de uma ida dos presidentes de partido de centro ao Palácio dos Bandeirantes, convidando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a concorrer ao Planalto. Esse movimento deixaria Tarcísio como um nome de centro. E não do bolsonarismo. Os demais governadores pré-candidatos já são todos do centro — Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR). Agora, o bolsonarismo volta ao ringue. E o bordão do momento no grupo familiar é “melhor perder liderando do que vencer liderado” .
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Em segundo lugar, diz-se entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava reinando sozinho, sem que houvesse um adversário mais solto para fazer o contraponto. Afinal, os governadores estão ocupados. Se descuidarem-se de seus respectivos estados, fica ruim. Agora, tem um senador pré-candidato. Se será apenas esse o papel de Flávio Bolsonaro, o tempo dirá (leia as notas ao lado).
A outra disputa
O Progressistas, de Ciro Nogueira, já percebeu um movimento do PSD, de Gilberto Kassab, para tomar seu espaço e seus filiados na janela de 2026. É a vontade de controlar o centro.
O tempo do PL
Muita gente do partido diz que Flávio Bolsonaro tem até março para levantar voo. Se não conseguir, os Bolsonaro oferecerão o nome para uma vice, com o compromisso de indulto a Jair Bolsonaro e anistia.
Ou vai ou racha
Dentro da família, o que se comenta é que, com a candidatura de Flávio, chegou a hora de saber quem na política está com Jair Bolsonaro e quem apenas finge que apoia o ex-presidente.
À la PT
Até março, a briga na direita será semelhante àquela que dominou a esquerda quando Lula estava preso: um grupo queria a candidatura de um nome fora do PT e outro defendia que o partido não poderia ceder espaço. O PT não cedeu e lançou Fernando Haddad. Mesmo que fosse para perder — e foi —, os petistas manteriam seu patrimônio político.
CURTIDAS

Tem jogo em solo gaúcho/ Os petistas consideram que nem tudo está perdido no Sul do país. Afinal, Lula obteve 43,6% dos votos no Rio Grande do Sul em 2022. Agora, depois das ações de governo, a avaliação é de que será possível ampliar esse percentual num segundo turno.
Boca de siri/ Mesmo convocado para prestar depoimento no STF, o que se diz no mundo jurídico é que Daniel Vorcaro (foto), o ex-controlador do Master, não pretende comparecer. Ninguém gosta de produzir provas contra si mesmo ou contra quem pode ajudar. Se for, será para ficar calado.
É Orçamento e tchau/ Com o ano eleitoral logo ali, os parlamentares planejam votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) para sair de recesso. A tensão chegou ao ponto que não dá para votar mais nada.
Hora de leveza/ A jornalista Maria Lúcia Sigmaringa Seixas abre, nesta segunda-feira, a exposição de artes plásticas, no espaço Ivandro Cunha Lima, no Senado, às 19h. Malu Sig apresentará seus trabalhos Olhares desde o Cerrado.
Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 5 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes avisou a alguns líderes partidários que concederia o pedido liminar ao Solidariedade, restringindo à Procuradoria Geral da República a prerrogativa de apresentar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi comunicado pelos seus pares. Porém, não acreditou que Gilmar Mendes tomaria essa atitude e decidiu pagar para ver. O tema estava em maturação há mais de seis meses. E, com a proximidade do período eleitoral, era preciso mudar a lei do impeachment. Os parlamentares não se mexeram. Gilmar, “que é enfermeiro que já viu sangue” , topou o desafio.
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Ou vota ou vota/ Nos bastidores do Congresso, ninguém tem dúvidas de que a saída agora é o próprio Congresso reformular a lei de 1950, sobre pedidos de impeachment. O problema é que, a três semanas do Natal, os senadores não têm mais tempo, nem clima para tratar de um assunto tão relevante. A ordem agora é esperar baixar a poeira e tentar buscar uma nova lei sobre impeachment antes da eleição.
Depois de Finados
Em conversas com alguns senadores, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem dito que só pautará a sabatina de Jorge Messias em novembro do ano que vem. Será um recorde. O ministro André Mendonça esperou 10 meses para ser sabatinado.
Pode vencer no voto…
… mas não na opinião pública. Oposição aposta na revolta popular contra o governo por impedir a convocação do filho do presidente Lula na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS. Vai usar esse fato para tentar desgastar Lula.
Mistério na CPMI
O vazamento de arquivos analisados pela CPMI do INSS está deixando o presidente, senador Carlos Viana (Podemos-MG), encucado. A Secretaria Geral da Mesa Diretora do Senado está investigando quem foi que vazou as informações sobre documentos que sugerem que o filho do presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, teria recebido mesada do “Careca do INSS” , divulgado pelo site Poder360. Governo e oposição querem saber quem foi, já que nem os parlamentares da CPMI têm conhecimento dos documentos.
Ordem na casa
O setor de bets comemora a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Nunes Marques, sobre a suspensão de leis municipais a respeito do funcionamento de casas de apostas virtuais. Marques mostrou que mais de 55 municípios criaram essas loterias em 2025, e outros 80 fizeram o mesmo nos últimos três anos. “A decisão coloca um freio de arrumação nos municípios que estavam criando regras completamente desconectadas da regulamentação federal” , afirmou à coluna Bernardo Cavalcanti Freire, consultor jurídico da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL).
CURTIDAS

Izalci na cobrança/ O senador Izalci Lucas (PL-DF) vai cobrar que os deputados distritais do PL, Daniel Donizet, Thiago Manzoni e Joaquim Roriz Neto assinem o pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BRB na Câmara Legislativa do DF. O senador considera a investigação uma janela de oportunidade para fortalecer sua candidatura ao governo do DF em 2026. (Leia mais no blog da Denise).
Diplomacia/ Logo depois da decisão de Gilmar Mendes, alguns senadores se encontraram, por acaso, com o decano do STF, Alexandre de Moraes e Edson Fachin num jantar de embaixadores. Quem estava lá viu que eles se cumprimentaram, conversaram educadamente e pediram para não ser fotografados.
Esqueceu dela/ A decisão do ministro Flávio Dino, de suspender a liberação das emendas de Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não incluiu a Carla Zambelli (PL-SP). Enquanto não houver cassação de seu mandato, todas as emendas dela continuarão previstas, caso ela apresente.
Amor para a vida toda/ A família Sarney (foto) comemorou os 94 anos da ex-primeira-dama Marly Sarney. O ex-presidente da República José Sarney fez questão de postar os parabéns a d. Marly em suas redes sociais. “Hoje celebramos os 94 anos de Marly, minha companheira de toda a vida” , declarou Sarney.
Com STF exposto, governo tenta salvar Messias de “bala perdida”
Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A decisão monocrática do ministro decano do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que torna os pedidos de impeachment de ministros da Suprema Corte como prerrogativa da Procuradoria-Geral da República, foi considerada por muitos senadores como o terceiro ato de um embate entre os Poderes, reaquecido desde que o presidente Lula insistiu na nomeação de Jorge Messias para o STF. A avaliação de muitos políticos é a de que “embolou geral” e, nesse emaranhado de desconfianças, entreveros e notas duras por parte do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, vem por aí nova legislação para “enquadrar” o Supremo, algo que estava represado, e, de quebra, tornará mais difícil o caminho de Messias.
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Tire-me dessa/ O esforço do governo daqui para frente será no sentido de tentar tirar Messias desse fogo cruzado. A atitude do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, de se colocar contrário à decisão de Gilmar Mendes, foi lida entre os senadores como um gesto a fim de tentar tirar o Poder Executivo desse embate entre STF e o Senado. O problema é que não se vê, no horizonte, clima para a recomposição das relações. Para completar, o próprio Messias, advogado geral da União, pediu que Gilmar reconsidere sua decisão sobre o impeachment. É para Messias sair dessa história como o grande salvador do Senado.
Foi precaução
Quem conversou no reservado com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente acredita que a decisão de Gilmar veio sob encomenda para obrigar o Senado a regulamentar o impeachment antes das eleições. É que, há meses, os ministros do STF têm a seguinte preocupação: se a direita radical tiver maioria no Senado, pouco a pouco os 81 pedidos de impeachment contra ministros do STF vão sair da gaveta.
Candidatura queimada
Ainda que o presidente Lula não consiga os votos para aprovar o seu indicado para o Supremo Tribunal Federal, ele não indicará o senador Rodrigo Pacheco. Seria ceder demais ao Senado. Se não for Messias, será outro lulista de carteirinha.
O côro do agro
No 5º Brasília Summit Lide Correio Braziliense, sobre segurança jurídica no agro, a ex-ministra da Agricultura Katia Abreu e outros foram firmes em defesa da queda de juros, com críticas à gestão de Gabriel Galípolo no Banco Central. Kátia chegou a dizer que se arrependeu de ter apoiado a independência do BC. “Esses juros nunca deveriam ter chegado a 15%. E por que não se pode cobrar o Banco Central? Podemos cobrar, sim. Lá não é a Santa Sé, nem a Bíblia, que não pode ser mudada” , afirmou, com aplausos efusivos da plateia de empresários.
Dois olhares
O fato de o ministro Dias Toffoli, do STF, ter puxado para si as investigações envolvendo Daniel Vorcaro, dono do banco Master acusado de fraudes financeiras, deixou a Faria Lima sentindo cheiro de que há alguém a ser protegido. Toffoli, porém, considera que, se for para dirigir as investigações contra quem tem prerrogativa de função, é caso para tramitar no STF.
Veto certo
O Congresso pretende colocar na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 a obrigação de liberar, pelo menos, 65% das emendas. Quem conhece como esse sistema funciona garante que é um dispositivo a ser vetado pelo presidente Lula.
CURTIDAS
Quem ganha/ Com a prisão do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), Rodrigo Bacellar (União), o cenário eleitoral fluminense volta à estaca zero à direita do prefeito Eduardo Paes (PSD). Já tem gente apostando na vitória de Paes por WO.
Positividade/ No 5º Brasília Summit Lide Correio Braziliense, muitos ressaltaram que os fóruns do Lide mundo afora têm ajudado a falar bem do Brasil a representantes dos mais diversos setores. O head do Lide Agro, Francisco Matturo, apresentou os dados levados aos fóruns de Roma e Paris, no mês passado: “Em 20 anos, começamos a produzir cada dia mais na segunda safra, eles (os europeus) ficaram boquiabertos com isso” , disse Matturo. O ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera, no mesmo evento, contou um fato que deixa o mundo boquiaberto: “Fui a um plantio de soja no Rio Grande do Sul e, no dia seguinte, segui para Boa Vista (RR), onde participei de uma colheita de soja. Em que país do mundo isso é possível?” .
Fauna diversa…/ Na apresentação do estudo da FGV sobre a riqueza gerada pelas empresas nacionais, encomendado pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), chamou atenção o convívio harmônico de representantes do alto escalão do mundo empresarial com quase 40 autoridades políticas de diversos estados e partidos. Na Casa Parlamento, do think-thank Esfera, local do evento, circularam políticos do PT ao PL, em sintonia com o empresariado.
…e diálogo necessário/ Um empresário paulista de respeitado calibre presente à cerimônia destacou que essa interação precisa ser “normalizada” e é fundamental para que a pauta da prosperidade avance no país. “Num passado próximo, empresários preferiam manter distância, mas isso não faz mais sentido. É aqui em Brasília que as principais decisões são tomadas. Precisamos participar mais ativamente da formulação das políticas públicas de que precisamos” , reiterou, pedindo para ficar no anonimato.
Coluna Brasília-DF publicada na quarta-feira, 3 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O fato de o governo ter segurado o envio dos documentos de Jorge Messias ao Senado a fim de evitar a sabatina do Advogado Geral da União para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deixou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ainda mais irritado com o presidente Lula. Aumentou a temperatura, por causa das insinuações de que Alcolumbre só vota quando ganha algo em troca. Alguns amigos do senador amapaense repetem, reservadamente, uma frase dita lá atrás, quando Alcolumbre se lançou, pela primeira vez, presidente do Senado e venceu o todo-poderoso Renan Calheiros, do MDB de Alagoas: “Não subestimem o gordinho”. À época pré-Mounjaro, Alcolumbre pesava bem mais do que hoje. Atualmente, seu peso político no Senado é bem maior. O governo que se prepare. Lula pode até conversar e tentar refazer a relação, mas essa queda-de-braço entre Executivo e Legislativo terá reflexos.
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Um é pouco, dois é bom, três é demais/ Lula indicou seu próprio advogado (Cristiano Zanin) e seu ministro da Justiça (Flávio Dino) para o STF, e o Senado foi fiel ao presidente da República nas duas oportunidades. É quase um consenso entre os senadores que, embora Lula tenha a prerrogativa de escolher o ministro do Supremo, era chegada a hora de o petista dar uma demonstração de apreço e agradecimento aos senadores escolhendo um dos seus pares. Lula, porém, não abrirá mão da indicação. Alguém vai ter que ceder. Até aqui, nos bastidores, ninguém fala em bandeira branca.
Sempre eles Davi
Alcolumbre foi alertado de que, se insistisse na sabatina de Jorge Messias sem os documentos do Planalto em mãos, o caso poderia parar no Supremo Tribunal Federal. E, avaliam técnicos do Senado e políticos, Lula não costuma perder por lá.
Por falar em STF…
O centrão ficou feliz da vida com o fato de o ministro Dias Toffoli ter decretado sigilo no processo contra Daniel Vorcaro. Com a eleição à frente, seria ouro puro para os adversários nas redes sociais e na tevê. Especialmente, o WhatsApp.
Estanca isso aí, “talquei”?
Depois da briga pelo Ceará, onde nada ainda está resolvido dentro do PL, a determinação é avaliar estado por estado até o final do ano, a fim de evitar que a discussão pública se repita.
Investimentos travados
No ano que vem, as grandes empresas não planejam investir pesado no Brasil. É que ano eleitoral é o momento de esperar as ondas quebrarem para ver como é que fica o país depois de outubro. “A ideia é retomar os investimentos em 2027”, diz o presidente da Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca).
CURTIDAS

Vai parecer provocação/ Conforme o líder do governo, senador Jaques Wagner (foto), comentou, Lula “fará o que tem que fazer” em relação ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na próxima quarta-feira, 10 de dezembro. Ficou implícito que será um encontro entre os dois presidentes justamente no dia em que Alcolumbre havia marcado para a sabatina de Jorge Messias na Comissão de Constituição e Justiça.
Modo turbo/ Prevista para hoje, a sessão do Congresso Nacional que votaria a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ficou para amanhã. Tudo para dar tempo de aprovar a LDO na Comissão Mista de Orçamento, que não fez o dever de casa. Governistas apostam que os parlamentares farão um esforço nessas votações orçamentárias de olhos nas emendas.
O partido é o mercado/ O evento da Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (Abrasca) premiou vários políticos que se destacaram na defesa da indústria brasileira, numa festa suprapartidária na Casa Parlamento, do think-thank Esfera.
Agro em debate/ O grupo Líderes Empresariais (Lide) e o Correio Braziliense reúnem hoje, a partir de 8h30, autoridades e especialistas em agricultura para debater a segurança jurídica no agronegócio, setor chave da economia. É o momento de projetar o futuro do setor com juristas, como o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Luís Felipe Salomão.
Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 2 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg

Os parlamentares do centrão logo associaram ao bordão da esquerda e de muitos sindicatos, “Congresso inimigo do povo” , o fato de o presidente Lula usar a expressão “governo ao lado do povo” em seu pronunciamento do último domingo, sobre a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Ainda que Lula tenha se referido à aprovação da proposta por unanimidade no Parlamento, não houve, no pronunciamento, um agradecimento especial aos relatores Arthur Lira e Renan Calheiros e tampouco aos presidentes das duas Casas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre.
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O que vem por aí/ Os reflexos desse pronunciamento, visto como um estímulo à luta de classes e de “ricos contra pobres ou nós contra eles” em pleno domingo, serão muitos. A desconfiança está instalada no centrão, grupamento do qual Lula precisa para aprovar as propostas que faltam até a eleição. O presidente, porém, sabe que esses partidos do centro não têm preferência pelo PT, seja com ou sem Lula. Por isso, o seu governo fará o que considera mais produtivo: Colocar-se ao lado do povo. Foi isso que lhe garantiu a reeleição e a vitória de Dilma Rousseff em eleições passadas. E, como os presidentes das duas Casas não estão no rol de legendas que pretendem seguir com Lula, entraram, na visão do Planalto, no rol dos “amigos, amigos, eleição à parte” .
Primeiro de muitos
A briga pública dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro com a ex-primeira-dama Michelle, por causa das alianças estaduais e federal, está apenas começando. Com Jair Bolsonaro fora do jogo e impedido de conversar a qualquer momento com toda a família, que se acha a solução para o país, os entreveros tendem a se repetir.
Chapa forte
Fora da família, muita gente defende que a composição mais promissora para 2026 sería uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o de Minas Gerais, Romeu Zema, de vice. É mais ou menos o que fez Lula, em 2002, quanto foi candidato a presidente com José Alencar na vice. A dupla venceu o PSDB, que passava por um desgaste de material depois dos oito anos do governo FHC.
A segurança e o PT
O Partido dos Trabalhadores vai comprar a briga contra aqueles que colocam a operação do Rio de Janeiro como “um sucesso” . É o que mostra o discurso do presidente do partido no seminário que debate a segurança pública. “121 corpos negros espalhados no chão mostram que o Estado falhou. Devemos ter vergonha e não fazer como a sociedade” , disse Edinho Silva. O partido quer políticas públicas que ganhem os jovens cooptados pelo crime organizado.
Por falar em segurança…
Muita gente no próprio PT considera que Lula errou ao não recriar o Ministério da Segurança Pública. Porém, diante do crescimento dos tentáculos do crime organizado no país, há quem diga que o desgaste seria maior.
CURTIDAS

A agenda esperada/ A expectativa da semana está em torno de um possível encontro entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Há quem diga que a relação só distensiona depois dessa conversa. Sem Lula e Alcolumbre acertarem os ponteiros, a caminhada do Advogado Geral da União, Jorge Messias, rumo ao STF ficará muito mais difícil.
Presente brasileiro/ O Presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu no Palácio Eliseu, em Paris, uma escultura da artista plástica Bia Doria, durante visita de empresários à sede do governo francês, organizada pelo ex-governador João Doria, esta semana. (foto) Mayara no jogo/ A primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha, tem participado ativamente da vida política da base do governador Ibaneis Rocha. Ontem mesmo esteve em um almoço da secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, com a cúpula do Podemos. Ana Paula está em busca de um partido para concorrer no ano que vem.
Aliás…/ Até aqui, o MDB conta com o apoio de todos os partidos da base aliada à candidatura de Ibaneis Rocha ao Senado. A avaliação de muitos é a de que quem terá a palavra final sobre isso é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Apesar da briga com os filhos por causa das candidaturas estaduais, o Distrito Federal é considerado terra dela.
Coluna Brasília-DF publicada no domingo, 30 de novembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A preferência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a deputados paulistas para relatar projetos importantes provoca mal-estar a parlamentares de outros estados da Federação: até aqui, Paulinho da Força(Solidariedade) relata o projeto de dosimetria das penas dos condenados pelo 8 de janeiro de 2023; Kiko Celeguim (PT) ficou com o que transforma em crime hediondo a falsificação de bebidas; e Guilherme Derrite (PP) foi pinçado da Secretaria de Segurança de São Paulo para relatar o projeto anti facção. Agora, Hugo Motta entrega o devedor contumaz a Antônio Carlos Rodrigues (PL), outro paulista. Isso sem contar Carlos Zaratini (PT), que relatou a medida provisória que tratava da tributação das fintechs e bets, e Arnaldo Jardim (Cidadania), que relatou a proposta da reciprocidade nas tarifas internacionais.
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Exceções/ Fora de São Paulo, quem ganhou uma relatoria de peso foi Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente da Câmara e fiador da candidatura de Hugo Motta à Presidência da Casa. Lira ficou responsável pelo projeto da isenção do Imposto de Renda, a “pauta do bem” de maior visibilidade da temporada pré-eleitoral. E Jadyel Alencar (Republicanos), do partido de Motta, que relatou a proposta contra a adultização. Essa situação leva muitos à seguinte conclusão: se Hugo Motta quiser concorrer à reeleição para comandar a Câmara, melhor distribuir melhoro jogo. Na atual conjuntura, um candidato que consiga quebrar os votos do centro e se aliar à direita ou à esquerda leva.
Diagnóstico
A derrota do governo nos vetos do licenciamento ambiental e a perspectiva de continuar a briga no Supremo Tribunal Federal (STF) só tornará mais difícil a vida do Poder Executivo no Parlamento. Há quem avalie que o entrevero entre a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, por causa da entrega da relatoria do projeto de anti facção a Guilherme Derrite, ainda terá outros desdobramentos.
Ainda não acabou
O governo tem outra batalha no licenciamento ambiental. É que a Comissão da Medida Provisória do Licenciamento Ambiental Especial (LAE) pretende votar a proposta ainda esta semana e, se possível, levá-la aos plenários da Câmara e do Senado. A ideia dos governistas é retomar pontos que terminaram caindo na derrubada dos vetos. Por exemplo, o protagonismo dos povos originários e quilombolas.
Mira nas milhas
O deputado Lucas Abrahao (Rede-AP), formado pelo RenovaBr, procura apoio dentro do Parlamento para alavancar seu projeto de lei “Voa Juventude”. A proposta pretende acabar com a farra das milhas aéreas oriundas de viagens oficiais que são pagas com recursos públicos. A ideia é direcionar para causas sociais de jovens atletas. Abrahao, aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP),quer urgência para essa proposta.
Probleminha
As dificuldades começam em casa. É que hoje as milhas aéreas vão para as contas pessoais dos deputados e senadores. Muitos não querem nem ouvir falar em perder a milhagem.
CURTIDAS

Contatos políticos/ Solto e com um acessório no tornozelo, o ex-controlador do Master, Daniel Vorcaro, e demais presidiários do caso que ainda não está totalmente esclarecido, podem ter contatos com todos que não forem nem investigados nem testemunhas. Já tem, no entorno deles, quem aposte na procura por parlamentares.
Disseram sim/ O prefeito de Recife e presidente do PSB Nacional, João Campos, postou uma foto com a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) confirmando o noivado. O casal está junto desde 2019. “Sim, com todo meu coração! Que Deus abençoe a família que hoje começamos a construir. Te amo demais da conta e pra sempre”, disseram os dois nas redes sociais. Falta marcar a data do casamento.
Que sirva de exemplo/ Por unanimidade, o Superior Tribunal Militar (STM) declarou a “Indignidade para Oficialato” — perda de patente — contra um capitão de corveta reformado da Marinha. A Corte acatou o pedido do Ministério Público Militar (MPM).O capitão foi condenado em 2024 a quatro anos de prisão por roubar mais de 118 mililitros de óleo diesel do navio em 2012. O combustível foi revendido por cerca de R$346 mil junto a um representante de uma empresa de transportes.
Façam suas apostas/ No seminário sobre segurança jurídica e desburocratização em Roma, o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes anunciou o deputado Danilo Forte (União-CE) como futuro ministro conselheiro da Corte de Contas. O cargo será um dos mais disputados na próxima temporada dentro da Câmara dos Deputados.












