A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que deseja a aprovação do excludente de ilicitude pelo novo Congresso, acendeu o pisca-alerta dos oposicionistas que apoiam Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara com o selo do governo.
Nos bastidores, os oposicionistas sabem que Lira tem muitos votos no varejo, mas a ordem agora é que Bolsonaro não estaria patrocinando tanto essa candidatura se não fosse para fazer valer a sua pauta. Por mais que Lira diga que será independente, a desconfiança impera.
Os partidos ficaram ainda muito desconfiados do bate-boca entre o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo. Sinal de que o governo foi mesmo para o tudo ou nada, e para mandar na Presidência da Câmara da mesma forma que deseja fazer em todas as instituições de Estado.
O vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), tem dito que só apoiará o grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ) se for o candidato. Caso contrário, levará seu partido para Lira, líder do PP.
Se Pereira fizer isso, jamais vai tirar a pecha de obediência a Edir Macedo, o todo-poderoso bispo da Igreja Universal.
A nova prorrogação do inquérito sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal serve de recado ao Planalto, em especial depois das notícias de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prestou assessoria informal às advogadas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das rachadinhas. Na seara da política, ninguém tem dúvidas de que, a partir de agora, o governo terá que ter cuidado para tratar dessa história.
A convivência entre o presidente do DEM, ACM Neto, e o da Câmara, Rodrigo Maia, passa por um momento para lá de difícil. Aliados de Maia têm dito que Neto joga contra Rodrigo.
Descanse uma rodada/ Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) voltou alguns pontos na corrida para ser candidato. É que tem muita gente com medo de repetir o que houve com o PT, em 2005. Naquela ocasião, Virgílio Guimarães e Luiz Eduardo Greenhalgh (foto), ambos do PT, eram candidatos. Deu Severino Cavalcanti, que foi para o segundo turno contra Greenhalgh.
Avance uma casa/ O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) voltou a subir na bolsa de apostas. Se garantir o apoio do MDB e de alguns pequenos partidos, será o candidato.
E as vacinas, hein?/ Ainda que o governo venha a insistir, a maioria dos líderes partidários não vai aceitar colocar o termo de responsabilidade no plano de imunização.
Esperem que eu já chego, talkey?/ Bolsonaro vai manter esse suspense sobre sua filiação partidária porque sabe que, assim, todos vão gravitar ao seu redor, na esperança de que ele se filie. Enquanto mantiver a aprovação registrada nas últimas pesquisas, ninguém moverá suas peças antes de o presidente escolher uma legenda.
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