Categorias: CongressoPolítica

Bolsonaristas pedem saída em massa das redes de Moro e alertam para “PEC anti-Mourão”

Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro mandaram uma mensagem de WhatsApp a todos os grupos pedindo àqueles fiéis ao capitão que se desliguem das redes sociais do ex-ministro Sergio Moro. Os coordenadores dessas redes estão convencidos de que, se Moro perder apoio massivo nas redes, eles conseguem conter os movimentos contra o presidente Jair Bolsonaro, em especial, processos de impeachment. Também, com o pedido, querem ter noção exata do tamanho da base virtual do comandante do Planalto.

Entre quinta e sexta-feira da semana passada, quando Moro deixou o governo, Bolsonaro perdeu 41 mil seguidores no Twitter, conforme levantamento da consultoria Bites. Os filhos também sofreram alguma desidratação. Agora, a ideia é saber quem está com o presidente e não pretende acompanhar o ex-ministro.

PEC Anti-Mourão

Esses mesmos apoiadores citam a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apelidada de anti-Mourão, como um risco de “ver o traidor” (Moro) sentado na Presidência da República no fim do ano. A PEC, de autoria dos deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP), foi apresentada em março do ano passado, ou seja, quando Bolsonaro vivia seus primeiros meses de governo e o país, confiante no governo, não imaginava uma crise deste tamanho.

A proposta dos petistas determina novas eleições em 90 dias, em caso de afastamento definitivo do presidente da República. O objetivo, à época, era abrir a discussão sobre o papel do vice-presidente e o colocar no mesmo patamar do presidente, em caso de afastamento. Ironicamente, se for aprovada, pode guindar ao Planalto o juiz que pediu a prisão de Lula e terminou com o sonho petista de governar o país por, pelo menos, 20 anos.

A proposta, agora, assusta tanto petistas quanto bolsonaristas. Afinal, se essa emenda for aprovada, Mourão não assume. E Moro, na avaliação de apoiadores do presidente, poderia ser candidato. O DEM, que hoje comanda a pauta das duas Casas, Câmara e Senado, não pensa em tirar essa carta da manga. O clima já está tumultuado o bastante para esse ingrediente bagunçar ainda mais o momento. A não ser, claro, que haja um acordo que envolvesse também os militares. Diante das incertezas, não custa nada prestar atenção no andar dessa carruagem.

Denise Rothenburg

Compartilhe
Publicado por
Denise Rothenburg

Posts recentes

Tudo novo de novo

Coluna Brasília-DF publicada na quarta-feira, 24 de dezembro de 2025, por Luana Patriolino com Eduarda…

20 horas atrás

Brasil conciliador

Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 23 de dezembro de 2025, por Luana Patriolino com Eduarda…

2 dias atrás

A data para Lula crescer

Da coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg (com Eduarda Esposito) Nas conversas da última semana, líderes…

4 dias atrás

Os Três Poderes entram no Natal devendo explicações

Da coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg (com Eduarda Esposito) O ano termina com os Poderes…

5 dias atrás

Senado aprova PL da Dosimetria; texto segue para sanção

Por Vanilson Oliveira O Senado aprovou o Projeto de Lei 2.162/2023, conhecido como PL da…

1 semana atrás