Por Denise Rothenburg — O ato do último domingo foi visto pelos apoiadores como uma forma de abrir o baralho do jogo eleitoral da corrida pela Presidência da República, com Jair Bolsonaro no papel de grande cabo eleitoral. Todos os potenciais substitutos do ex-presidente, hoje inelegível, compareceram e saíram satisfeitos com a demonstração de força na Avenida Paulista. Ele ainda mantém o domínio das ruas na ala à direita, assim como Lula mantém o da esquerda. A avaliação geral é a de que a polarização persiste e, se a direita souber jogar, tem condições de voltar ao poder.
Da parte do governo, a intenção de minimizar o evento não surtiu efeito. A manifestação, com milhares de pessoas, indica que a próxima eleição terá opositores fortes e que não está nada definido em favor dos atuais inquilinos do Planalto e da Esplanada dos Ministérios. Porém, Lula tem o mando de campo. Se fizer um bom governo, terá tudo para permanecer mais quatro anos, a partir de 2027. Não poderá errar e terá que jogar para manter os aliados. O primeiro desafio será a eleição deste ano, algo que sempre gera conflitos. Até aqui, o PT abriu mão de concorrer nas grandes capitais para preservar aliados. O próximo grande lance é a Presidência da Câmara dos Deputados. Mas essa é outra história.
Embora o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) tenha comparecido ao ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, quem caminha para ter a preferência do ex-presidente para concorrer na raia da direita ao GDF é a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Celina percorreu o país no segundo turno de 2022 ao lado da então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Não deu para vencer, mas o esforço dela é reconhecido pelos Bolsonaros.
Com o trabalho adiantado, a Frente Parlamentar do Empreendedorismo planeja apresentar os primeiros projetos de regulamentação da reforma tributária antes do governo. A ideia é começar os debates com quatro textos em mãos já em meados de março.
O aumento anual de mistura de biodiesel no diesel é o ponto mais polêmico do projeto do combustível do futuro. O setor de transportes, especialmente as empresas de ônibus, tem resistências.
Ainda não será nesta semana que o governo vai resolver a questão do veto dos R$ 5 bilhões no Orçamento. O Planalto, até aqui, tem conseguido adiar os temas polêmicos da agenda no Congresso.
Na pauta/ A proposta de Arnaldo Jardim para os combustíveis do futuro será debatida hoje na reunião de líderes. É um projeto que deve ocupar os parlamentares, enquanto os textos de regulamentação da reforma tributária
não chegam.
Futebol & política I/ “Colorado” quase à beira do fanatismo, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, deixou os bolsonaristas irritadíssimos quando mencionou “Nação vermelha” em suas redes sociais. Calma pessoal, ele se referia ao Internacional de Porto Alegre, vencedor do Gre-Nal do último domingo.
Futebol & política II/ O jogo de palavras, porém, remeteu à política quando Pimenta mencionou quebra-quebra, choro de perdedor. O que o ministro não disse, mas que está claro para muitos dentro do PT, é
que nada está tranquilo para a
próxima temporada.
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