Categorias: coluna Brasília-DF

Arthur Lira trabalha no sentido de prévia para Presidência da Câmara

Por Denise Rothenburg — O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seus mais fiéis escudeiros trabalham no sentido de articular uma prévia para a escolha do candidato do Centrão à Presidência da Casa. Lira sabe que, se o grupo rachar, ele terá dificuldades em fazer o sucessor. Por isso, a ideia é tratar desse tema como quem come mingau quente e deixar que o próprio grupo avalie o melhor nome.

Em tempo: a estratégia tem a finalidade de tentar conter o movimento do governo no sentido de dividir o grupo. Apesar de Lira ter conversado com o presidente Lula e acertado uma trégua, os generais do Centrão mais ligados a Lira não vão relaxar como se estivessem no paraíso. A palavra de ordem ali é “orai e vigiai”. Afinal, todos os sabem que essa trégua dura apenas até a próxima crise.

A nova roupagem militar

As Forças Armadas recolheram os flaps diante de generais enroscados na operação Tempus Veritatis. Quem conhece a caserna considera que é preciso isolar os golpistas e deixar claro de uma vez por todas que os militares agirão sempre dentro das quatro linhas da Constituição, sem medidas de exceção ou ruptura institucional. Há quem esteja convicto de que foi a primeira vez na história em que o senso corporativo, de defesa dos seus independentemente das atitudes, não falou mais alto. Até o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se viu numa situação de ter que baixar o tom em comemorações

Os comandantes militares também já acertaram que não haverá qualquer manifestação que exalte o 31 de março em 2024, quando a tomada do poder pelos militares, em 1964, completa 60 anos. Nada que possa atiçar ou exaltar a ruptura institucional que houve à época — um tempo em que os presidentes da República só voltariam a ser eleitos pelo voto popular em 1989.

Líquido…

A operação Tempus Veritatis vai provocar barulho no Parlamento no pós-carnaval, mas, no geral, os deputados e senadores têm outras prioridades. Em especial, vão cuidar das emendas e de tudo que lhes permita sobreviver em 2026.

… sólido

O que preocupa os partidos hoje é a necessidade de garantir, agora, em 2024, uma estrutura capaz de eleger, pelo menos, 15 deputados federais e ter 2,5% dos votos em nove estados da federação em 2026. É o que manda a legislação. E os grandes partidos não querem saber de mudança nesse quesito, porque é onde levam vantagem sobre os pequenos e médios.

thaysmartins

Posts recentes

Os recados de Lula no dia da  posse de Trump

Ao abrir a reunião ministerial, o presidente Lula deu as indicações de que estará voltado…

10 horas atrás

O papel de Michelle no jogo eleitoral

Blog da Denise publicado em 19 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda…

1 dia atrás

Um Sidônio só não faz verão

Blog da Denise publicado em 18 de janeiro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda…

2 dias atrás

PT trabalha para segurar o PSB

Coluna Brasília/DF, publicada em 17 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

3 dias atrás

Tiraram o bode da sala

Coluna Brasília/DF, publicada em 16 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

4 dias atrás

A disputa pelo discurso da democracia

Coluna Brasília/DF, publicada em 15 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

5 dias atrás