A turma de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez as contas e está convencida de que se o ex-presidente ampliar a diferença no Nordeste, onde cinco dos nove estados têm segundo turno para governador, dá para manter a distância que o petista abriu para Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. A região, no caso, compensaria os votos que o presidente-candidato deve obter em São Paulo e em Minas Gerais. Daí a visita do ex-presidente ao Nordeste esta semana.
Da parte de Bolsonaro, a conta é ampliar a diferença em São Paulo, virar Minas e, de quebra, não deixar Lula ampliar muito a margem de votos que obteve no Nordeste. A fraca presença de eleitores num dos eventos do presidente, no Recife, foi lida como um alerta de que é preciso aumentar a campanha na região. Não por acaso, assim que terminar o périplo pelo Norte, a primeira-dama Michelle Bolsonaro vai engrossar o coro pró-Bolsonaro entre os nordestinos.
Até aqui, a equipe de Lula não disse o que fará a respeito do processo de privatização do Porto de Santos, tampouco tratou dos limites de investimentos. O setor é crucial para promover as exportações brasileiras e está indócil com a ausência de uma sinalização sobre o futuro.
Linhas gerais
A intenção do PT, porém, é rever o processo. Assim, ganhará tempo para decidir o que fazer, uma vez que não há consenso na equipe sobre as propostas. Há quem diga que Lula abriu tanto o leque de economistas que o apoia que a disputa pelo modelo será grande.
Lula por Paulo
Enquanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmava o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas, ele dizia ao lado de Lula, num comício em Maceió, que aquele era um “dia de festa”. Nem o governador e nem o senador Renan Calheiros citaram que Dantas estava afastado do governo.
Janja só por Lula
A mulher de Lula, Janja, discursou e se esqueceu de pedir votos para Paulo Dantas. O petista, na hora, pediu que ela falasse, mas o locutor já chamava o próximo orador. Paulo, com ares de “tudo bem”, abraçou Janja, que prontamente pediu desculpas ao governador afastado.
Uso geral I/ A ida de presidenciáveis a Aparecida não é novidade. Em 2010, a ex-presidente Dilma Rousseff foi pela primeira vez ao santuário de Nossa Senhora Aparecida. E classificou as críticas à visita como um “preconceito” à sua religiosidade.
Uso geral II/ No mesmo ano, José Serra, que nunca foi muito de frequentar o local, também compareceu à basílica, acompanhado do então governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin. Alckmin frequenta Aparecida todos os anos.
Uso geral III/ Serra foi recebido na basílica com tapete vermelho. Teve ali seu melhor acolhimento naquele segundo turno, ciceroneado por Alckmin, que prometeu pegar a estrada contra Dilma, a seu favor.
Uso geral IV/ À época, a mulher de Serra, Mônica, foi chamada ao altar para receber uma imagem de Nossa Senhora Aparecida a ser entregue aos mineiros que ficaram presos em uma mina no Chile.
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