De PF a influencer digital: a história da mulher acusada na internet de fraudar concurso

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A história de Glaucielle da Silva Dias, também conhecida como Glau Dias nas redes sociais e centro de uma polêmica envolvendo cotas raciais em concurso da Polícia Federal, amanheceu como notícia publicada em diversos sites e jornais.

“Mulher acusada de fraudar cota para entrar na PF pediu exoneração”, “Candidata branca é aprovada na PF em cota destinada a negros”, “Sou negra sim, diz mulher acusada na web”. Essas são menções feitas na internet.

A acusação da internet começou após uma foto, tirada durantes exame de heteroidentificação do concurso,  aparentar Glaucielle com cabelos mais ondulados e pele mais escura, quando comparadas a outras fotos de suas redes sociais.

glau dias
Crédito: Reprodução

Em defesa, a mulher publicou um vídeo na noite de quinta-feira (17/9) no qual afirma que é negra e nunca se escondeu de ninguém. “Eu não fiz nada de errado. Minha mãe é negra, minha avó é negra, toda a família é negra. Estudei sempre em escola pública. Estou sendo julgada por pessoas que não me conhecem e não conhecem minha história”, declarou. O vídeo já tem mais de 14 mil visualizações.

Atualmente, Glau Dias e o noivo dela usam as redes sociais para realizar aulas de motivação e preparação para concursos públicos. “Passei no Polícia Federal aos 27 e na PCRS aos 26”, é a descrição de seu perfil. “Minha missão é transformar a sua vida”, continua.

No instagram ela conta mais com de 175 mil seguidores e se define como criadora de conteúdo digital com postagens de estímulo como “Dica de ouro para ser aprovado” e “O segredo da aprovação”.

Em uma postagem de junho  deste ano, Glau compartilhou com os seguidores como não fazia ideia dos rumos que sua vida daria até conquistar o tão sonhado cargo pública na carreira da PF e que “tinha tudo para não ser nada”. “Era para a PF que eu tinha que estudar, em 2018 que eu tinha que passar, em 2019 que eu tinha que ir para a Academia de Polícia, era da turma Brasil que eu tinha que fazer parte (…) Obrigada, meu Deus, por tudo”.

Nas redes, ela conta que, para conseguir o cargo, estudava cerca de 6h/8h por dia, que é formada em educação física e que não teve facilidade nos estudos. “Estudei em escola pública, nunca fui exemplo de boa aluna. Tive que correr atrás do prejuízo”, conta.

Em outros momentos, Glau também usou as redes sociais para compartilhar momentos particulares e de uma “realidade lamentável” sobre violência doméstica, que afirma ter vivido com um antigo padrasto. Ao relatar detalhes do ocorrido ela usa a postagem para aconselhar outras pessoas: “Mulheres, não se relacionem com homens que mostrem um mínimo de agressividade. Eles dão sinais”, diz.

Exoneração da Polícia Federal

No último dia 5, o noivo de Glau publicou nas redes um vídeo de explicação para os seguidores sobre a saída da PF. Ele explica que eles não foram demitidos e, sim, exonerados a pedido, segundo ele, após o projeto nas redes intitulado de “Ouse passar” crescer muito e demandar atenção. Ele lembra também que quem é servidor público federal não pode administrar empresas, apenas ser sócio. “Tínhamos duas opções: ou continuar na PF ou sair para continuar com esse trabalho de mentoria e cursos. A gente acha que esse é o nosso propósito na Terra”, diz.

Ele comenta também o fato de Glau Dias se autodeclarar parda e defende a companheira. “Na PF ela se declarou parda e passou por todas as etapas, banca, por tudo. Além disso também passou por toda a investigação social, que começa desde a prova objetiva, até o final do curso de formação e posse”, explica.

No mesmo vídeo ele crítica pessoas que estariam ligando para ouvidoria da PF e mandando fotos do Instagram para acusar Glau de fraude. “ Isso é absurdo. Ainda mais nos dias de hoje, que as redes são cheias de filtro. Glau tem o filtro dela, eu tenho meu filtro. Aparecemos às vezes com pele mais branca, existe filtro”. Ele aproveita também para dizer que não se usa foto pessoal para se declarar pardo, negro ou branco. “É autodeclaração, com banca pessoalmente. Foto não pode. Está na lei”.

“A Glau é parda, sim. Muito cuidado com os comentários. Isso machuca uma pessoa que é muito batalhadora. A história não muda”, pede.

Para finalizar, ele resume que a saída da corporação é um ato de coragem e realização pessoal. “Largamos dois salários de polícia federal. R$ 24 mil. Mas temos um coração que ferve por algo. Quando duas pessoas têm um objetivo centrado, ninguém é capaz de pará-las. Agora a gente vai crescer e a gente vai transformar vidas”, enfatiza.

 

Cespe-Cebraspe, banca organizadora do concurso disse, em nota, repudiar qualquer tentativa de fraudar o sistema de cotas e que sua função é, em caso de suspeitas de ilegalidade, encaminhar os dados para a autoridade policial, que deverá fazer uma investigação.

Já a Polícia Federal informou apenas que está apurando as circunstâncias do fato.

Leia também: Acusada de fraudar cotas cita Neymar e Beyoncé em vídeo no qual se defende

Concurseira acusada de fraudar cotas: o que diz o Cespe-Cebraspe?

glau dias
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Karolini Bandeira*

Banca organizadora do concurso da Polícia Federal de 2018, o Cespe-Cebraspe comentou, nesta sexta-feira (17/9), o suposto caso de fraude nas vagas reservadas para negros na seleção.

Nos últimos dias, fotos da candidata aprovada Glaucielle Dias viralizaram nas redes sociais, após internautas compararem a aparência dela durante avaliação da banca e em outras fotos postadas por ela nas redes sociais.

Por aparecer com o cabelo ondulado e a pele mais escura na foto tirada pela banca, a hoje empresária e influenciadora digital (ela tem cerca de 170 mil seguidores no Instagram) foi acusada de fraudar as cotas raciais.

Em vídeo, ela nega a fraude e afirma ser negra parda, citando exemplos de celebridades que também aparecem com a cor da pele diferente em fotos, como o jogador Neymar.

Segundo o Cespe-Cebraspe, todos os candidatos que concorreram às vagas reservadas aos candidatos negros se submeteram ao procedimento de heteroidentificação, que consiste na análise do fenótipo do candidato. “A banca avalia se o candidato possui características físicas de uma pessoa negra, por meio da verificação da textura dos cabelos, da cor da pele, entre outras”, informa a banca por meio de nota.

No comunicado, o Cespe-Cebraspe diz repudiar tentativas de fraudes que “maculem o sistema de cotas para negros” e que, diante da suspeita de alguma ilegalidade, sua função é encaminhar as informações às forças policiais. “Compete ao Cebraspe observar a legalidade dos procedimentos relacionados ao concurso público e garantir as informações e documentos necessários para eventual apuração de crime. Havendo suspeita ou denúncia de que fraude tenha ocorrido, o que cabe a este Centro é enviar todas as informações necessárias à apuração para a polícia, que procederá com as investigações.”

Leia a nota na íntegra:

“O Cebraspe informa que todos os candidatos do concurso público para a Polícia Federal (PF) que concorreram às vagas reservadas aos candidatos negros, que fizeram a autodeclaração no momento da inscrição e que foram aprovados nas provas, se submeteram ao procedimento de heteroidentificação complementar à autodeclaração. Esse procedimento consiste basicamente na análise do fenótipo do candidato: a banca avalia se o candidato possui características físicas de uma pessoa negra, por meio da verificação da textura dos cabelos, da cor da pele, entre outras. Esse procedimento é feito por banca composta por cinco membros, todos com experiência em políticas públicas de enfrentamento ao racismo. Para garantir a lisura do procedimento e evitar fraudes, os editais possuem uma regra que traz a possibilidade de eliminação do candidato quando se constata que a autodeclaração feita no momento da inscrição é falsa.

Compete ao Cebraspe observar a legalidade dos procedimentos relacionados ao concurso público e garantir as informações e documentos necessários para eventual apuração de crime. Havendo suspeita ou denúncia de que fraude tenha ocorrido, o que cabe a este Centro é enviar todas as informações necessárias à apuração para a polícia, que procederá com as investigações.

O Cebraspe reforça, ainda, que repudia tentativas de fraudes que maculem o sistema de cotas para negros.”

*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

TCE-AM aprova proposta de realização do concurso público e define comissão

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Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) formou a comissão que ficará responsável por organizar e fiscalizar todas as etapas referentes ao próximo concurso público. Serão mais de 200 cargos de nível superior.

A comissão será presidida pelo presidente do TCE AM, conselheiro Mario Manoel Coelho de Mello. O vice-presidente do grupo será o conselheiro Érico Xavier Desterro e Silva. Ainda fazem parte da comissão a coordenadora Beatriz de Oliveira Botelho e os servidores Charles de Almeida e Silva, Patrícia Augusta do Rego Monteiro Lacerda e Carla Roberta Tiradentes.

O próximo passo será oficializar a contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), como banca organizadora.O concurso público já havia sido anunciado pelo presidente da Corte de Contas, conselheiro Mario de Mello, em janeiro deste ano. Na época, a estimativa era de preenchimento imediato de 150 cargos. No entanto, foi identificado que o TCE-AM pode realizar o certame para preenchimento de, pelo menos, 217 cargos. O número de vagas será estabelecido no edital do concurso público e levará em conta a disponibilidade orçamentária do Tribunal.

“Nestes últimos anos tivemos uma redução sistemática do quadro de servidores efetivos e/ou estáveis, fundamentalmente em razão da evolução etária e de tempo de serviço/contribuição dos servidores mais antigos na Casa, o que tem redundado em elevado número de inativações. E justamente com o escopo de recompor nosso quadro de pessoal, a Diretoria de Recursos Humanos (DRH), juntamente com a Secretaria Geral de Administração (Seger), elaboraram um estudo com o histórico de ocupação e vacância de cargos no Tribunal, principalmente com o advento da Lei n° 4.743/2018 que estabeleceu alguns preceitos de regência do quadro funcional do TCE/AM”, explicou o presidente do TCE-AM, conselheiro Mario de Mello, durante a 28ª Sessão Ordinária​ virtual​.

Vagas

De acordo com o conselheiro Mario de Mello, o estudo realizado apontou que há possibilidade de realização do certame para preenchimento imediato de 217 cargos de Auditor Técnico de Controle Externo A, distribuídos da seguinte maneira: 173 cargos na área de Auditoria Governamental; nove cargos na área de Auditoria de Obras Públicas; 15 cargos na área de Auditoria de Tecnologia da Informação e 20 cargos para o Ministério Público de Contas.

“Ressalta-se que também fora efetuado um levantamento acerca da quantidade de cargos que poderão ficar desocupados, em razão de aposentadorias, identificando-se o total de 89 cargos aptos a serem preenchidos no intervalo de 2020 a 2025”, disse o presidente do TCE-AM, conselheiro Mario de Mello.

Requisitos básicos e quem pode concorrer

Para disputar as vagas para auditor técnico de controle externo – auditoria governamental, o candidato deverá ter nível superior em qualquer área de formação. No entanto, até 20% das vagas poderão ser destinadas para bacharéis em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências atuariais, ciências contábeis, ciências econômicas, ciências da saúde, direito, enfermagem, estatística, fisioterapia, geologia, jornalismo, medicina, odontologia, pedagogia e psicologia.

Para o cargo de auditor técnico de controle externo – auditoria de obras públicas, o candidato deve ter nível Superior em qualquer das áreas de conhecimento da engenharia e da arquitetura, podendo ser destinado um percentual de 20% para os bacharéis em arquitetura e engenharias ambiental, elétrica, eletrônica, de estradas, mecânica, naval, de pesca, de petróleo e gás e de transportes ou logística.

O cargo de auditor técnico de controle externo – tecnologia da informação terá como requisito básico ter formação superior em tecnologia da informação.

Já para o cargo de auditor técnico de controle externo – Ministério Público de Contas, o requisito mínimo é que o candidato tenha nível superior em direito.

Demais requisitos e especificações serão estabelecidos no edital que regerá o concurso público e terá como premissas a legislação vigente.

Com informações do TCE-AM.

Lives gratuitas: cursinhos têm aulas para concursos da PCDF, PF e PRF

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IMP Concursos

Mesmo com o adiamento das provas para escrivão e agente os candidatos em busca da tão sonhada vaga na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), precisam manter o foco. Pensando nisso, no próximo sábado (19/9), das 9h às 15h, o IMP Concursos vai oferecer uma Maratona de Exercícios gratuitos na Day Live PCDF. Serão 06 horas de exercícios com um time de peso. Uma ótima oportunidade de reforçar a preparação!

Para participar, basta se inscrever no canal do IMP Concursos Online no Youtube.

 

Gran Cursos Online

AFO e LRF Sem Medo: Aprenda de um jeito fácil – 16/09, às 09h

Oficina de Redação – Correção- A Desigualdade Brasileira em suas Múltiplas Dimensões – 16/09, às 11h

Português: é possível estudar só por questões? – 16/09, às 14h

Plano de Estudos para o TJSC – 16/09, às 15h

A defesa do consumidor em face da jurisprudência do STJ – 16/09, às 15h

Síndrome do Impostor e Efeito Dunning–Kruger – 16/09, às 17h

Vale a pena investir em um curso Tecnólogo de T.I para prestar concurso na área? – 16/09, às 18h

Saúde Mental: Procrastinação – 16/09, às 18h30

Receita Federal o concurso fiscal mais esperado! – 16/09, às 19h

Técnicas de Estudo para a OAB 2ª fase. Qual a melhor forma de estudar? – 17/09, às 09h

Encontre o Erro – Regência – 17/09, às 12h

Sua saúde mental x horas líquidas: O que pesa mais? – 17/09, às 17h30

Banco do Brasil – Preparação a longo prazo – Como estudar a longo prazo? – 17/09, às 18h

Divã Amarelo – Medos e pensamentos negativos – 17/09, às 18h30

Encontro Pedagógico – Atualidades para Educação – 17/09, às 19h00

Português para a gente: Futuros PCDFs – 18/09, às 12h

Operação Mens Legis PCDF
O que fazer após suspensão do concurso da PCDF? – 18/09, às 13h

Plano de estudos na prática – PRF #16 – na descida – 18/09, às 15h

Dose Dupla TJRJ – Civil e Processo Civil – 18/09, às 15h

Plano de estudos na prática PF PRF #14 (policial) – saída tática – 18/09, às 16h

Plano de estudos na prática Policial Senado #07 – Senado próximo – 18/09, às 17h

Aprenda a ser dinâmico: Como ajustar seu planejamento de estudos? – 18/09, às 19h

Redação nota MÁXIMA PF e PRF – 18/09, às 19h

Maratona PCSE – Agente e Escrivão Substituto – 19/09, a partir das 08h

SPOILER INFORMATIVO – 19/09, 11h00 às 12h30

Montei um cronograma mas não consigo bater as metas: o que fazer?- 19/09, às 12h

Operação Mens Legis PCDF
Correção ao vivo do 36º Simulado PCDF – Escrivão – 19/09, a partir das 14h

Operação Mens Legis PCDF
Correção ao vivo do 9º Simulado PCDF – Agente – 20/09, a partir das 14h

Todas as aulas estarão disponíveis aqui! 

Reforma administrativa: secretário explica mudanças para concursos e servidores

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A reforma administrativa, enviada pelo governo no último dia 3, terá como principal mudança a criação de cinco novos vínculos na administração pública. Essa é a avaliação do secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, em entrevista à Agência Brasil.

São eles: : vínculo de experiência (ainda com uma etapa do concurso público); cargos típicos de estado (com estabilidade); cargos com vínculo por prazo indeterminado; vínculo por prazo determinado (substituirá a contratação temporária); cargos de liderança e assessoramento (contrato por seleção simplificada e parcela de livre nomeação).

Lembrando que, a proposta ainda precisa de aprovação no Congresso não altera as regras para os atuais servidores nem para os membros do Poder Judiciário, que são os juízes, desembargadores e ministros, do Poder Legislativo – deputados e senadores – e do Ministério Público, que são promotores e procuradores. Entretanto, o Congresso Nacional durante a tramitação da PEC pode fazer alterações no texto e incluir os membros dos poderes na reforma.

Confira a entrevista completa:

Qual é a expectativa do governo com relação ao tempo de tramitação da PEC?

Wagner Lenhart: O processo de emenda à Constituição não é simples. Tem uma tramitação mais complexa pela própria natureza da mudança. Então, não é algo que se faz da noite para o dia. Mas temos expectativa de que seja um prazo curto de tempo. A gente sabe que há um interesse de líderes do Congresso de ver a pauta avançar. O presidente [da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia constantemente tem destacado a importância da reforma.

O governo espera por muitas modificações no texto ou tem se articulado para manter a maior parte da proposta enviada ao Congresso?

Wagner Lenhart: É um projeto que a gente está trabalhando há bastante tempo. Buscamos referências e colocamos no texto aquilo que entendemos que é a melhor proposição para esse movimento de transformação da administração pública. Mas sabemos que o texto pode ser melhorado e o Congresso Nacional vai fazer um debate amplo sobre isso. Esperamos que aquilo que tem de mais importante na proposta seja mantido. Estamos sempre abertos para receber aprimoramentos do texto. Nosso objetivo é que ao final deste processo a gente tenha a melhor emenda à Constituição possível, que viabilize os outros passos que fazem parte dessa jornada de modernização da administração pública.

Ainda são necessárias mais duas fases para a conclusão da reforma, além do envio da PEC. Os projetos de lei serão enviados ao Congresso durante a tramitação da PEC ou só depois da aprovação?

Wagner Lenhart: Qualquer processo de transformação da administração pública, em qualquer país que já enfrentou essa temática, não se faz com uma bala de prata, não se faz da noite para o dia em um único ato. É necessário um conjunto de ações. O processo se inicia e vamos trazendo outros elementos. A apresentação da PEC é um marco muito importante, mas tem continuidade nesses projetos. Alguns deles independem da mudança constitucional e podem ir antes da promulgação e outros dependem da admissão da emenda pelo Congresso Nacional.

Quais projetos já podem ser enviados?

Wagner Lenhart: Vou dar dois exemplos. Um deles relacionado a gestão de pessoas e outro relacionado a estruturas organizacionais. O PLP [Projeto de Lei Complementar] de gestão de desempenho [prevê demissão de servidor em caso de insuficiência de desempenho] já poderia ir agora porque já está previsto no texto constitucional de hoje. O artigo 41 já determina que lei complementar deve trazer os regramentos dessa questão. Pode ser encaminhado no momento que o governo e o Congresso acharem oportuno. E o segundo projeto é de arranjos institucionais com revisão de um decreto da década de 60.

Já há definição sobre quando esses dois projetos serão enviados?

Wagner Lenhart: Esses projetos foram sendo trabalhados em paralelo com PEC. Já estão em estágio avançado. Mas a questão é de definição do momento político – o momento que o Congresso entende que é oportuno receber esses textos. Então isso tudo depende desse ajuste político. Não adianta sobrecarregar o Congresso com muitas temáticas.

Quais os principais pontos que o senhor considera como fundamentais na proposta?

Wagner Lenhart: O ponto mais importante é a transformação do vínculo jurídico único em um conjunto de cinco vínculos distintos. Essa é a mais profunda. Hoje temos o mesmo regime de estabilidade para todos os servidores – do policial federal ao operador de videocassete. Quando a gente olha para o serviço público ao redor do mundo, principalmente aqueles que oferecem um serviço de excelência, vemos que o nosso sistema atual não é adequado. Talvez fosse adequado quando foi criado na década de 80. Mas sabemos como o mundo mudou, o mercado de trabalho mudou, as novas tecnologias impactaram a nossas vidas. As organizações precisam de agilidade, de capacidade de adaptação, de fazer ajustes rápidos. No sistema atual, o governo tem muita dificuldade de acompanhar essas mudanças. Essa transformação que a gente está propondo não é simples, é algo estrutural que vai ter impacto nos próximos anos – daqui cinco, dez, 15, 20 anos. O vínculo de experiência é uma transformação do que hoje é o estágio probatório que não funciona. Além disso, as vedações das vantagens e benefícios que estão deslocados dos brasileiros e do mercado de trabalho é algo que consideramos uma questão de justiça, de entender a realidade da maioria da população e saber que quem paga a conta do estado são todos os brasileiros. Especialmente no nosso regime tributário em que os mais pobres é que pagam muito imposto. Então temos que ter muito respeito com cada real que é gasto pela administração.

O governo contou com a participação de servidores e entidades representativas na elaboração da proposta de reforma?

Wagner Lenhart: Muitos servidores públicos efetivos participaram da elaboração desse texto. A gente tem conversado com as entidades representativas, mas em nível conceitual, sem entrar em detalhes. A gente não debateu sobre o texto propriamente. Conversamos com especialistas, fomos buscar referências internacionais.

Esse é um projeto com grande impacto social porque melhorar o serviço publico é conseguir atender melhor nas escolas, nos postos de saúde, dar segurança. E vai ser bom também para o servidor. A gente não construiu tudo isso de costas para o servidor, a gente construiu isso junto com eles. É muito importante que a gente faça esse movimento para pagar o salário em dia, para dar condições de trabalho para o servidor.

A reforma prevê maior tempo para efetivação no cargo e, no futuro, a ideia é que os salários de entrada no serviço público sejam menores. Isso não retira a atratividade do serviço público?

Wagner Lenhart: A palavra-chave é equilíbrio. A gente tem uma preocupação muito grande de manter a atratividade do serviço público. Precisamos trazer pessoas talentosas, com boa formação e que vão desempenhar bem a sua função. Há diversas ferramentas para manter essa atratividade. Queremos um sistema que não seja muito descolado da realidade do restante dos trabalhadores brasileiros mas, ainda assim, seja atrativo. A ideia é não só atrair, mas reter os talentos na administração, motivá-los. Historicamente, a gestão de pessoas no serviço público da União, estados e municípios tem sido negligenciada. Não tem tido o protagonismo que deveria ter. No mundo de hoje, o grande diferencial de uma organização bem-sucedida, seja pública ou privada, são as pessoas. Vamos trabalhar de maneira mais estratégica, em vez de ser uma unidade meramente operacional que roda a folha de pagamento.

A proposta de reforma administrativa prevê a possibilidade de demissão de servidores por decisão judicial sem a necessidade de trânsito em julgado. Essa regra valerá para os atuais servidores?

Wagner Lenhart: Essa disposição, sim. É pontual, não é transformadora, não muda a natureza. Isso vai ao encontro do que já está sendo debatido em relação à prisão, que seja considera a segunda instância e não o trânsito em julgado. Na maior parte das democracias do mundo é dessa forma – a decisão por colegiado já têm seus efeitos imediatos.

Qual a garantia de que servidores com vínculo por prazo indeterminado não serão demitidos por questões políticas ou por decisão pessoal de um gestor?

Wagner Lenhart: É uma preocupação legítima das pessoas que pretendem prestar concurso. No texto da PEC, há um dispositivo que prevê que é vetado o desligamento por questões político-partidárias. No caso do prazo indeterminado, serão previstas em lei as possibilidades de desligamento. O Congresso vai definir em que situações isso será possível. Significa dizer que não vai poder desligar por questões de preferência pessoal. Vai ter que respeitar o princípio da impessoalidade, vai ter processo administrativo, o desligamento terá que ser fundamentado, vai ter direito a ampla defesa. Todos esses cuidados vão continuar existindo mesmo para o grupo com vínculo com prazo indeterminado. E o judiciário estará presente como última salvaguarda se ocorrer casos de injustiça.

Na prática, como poderá haver a demissão para os servidores contratados por prazo indeterminado?

Wagner Lenhart: Vou dar um exemplo de possibilidade que pode ser prevista na lei que o Congresso vai debater depois. A França fez reforma no ano passado e uma das previsões é a possibilidade de se fazer o desligamento em caso de obsolescência da atividade, ou seja, se foi contrato para uma atividade, que com o passar do tempo e o desenvolvimento tecnológico a atividade se tornou-se desnecessária. Não é um desligamento para uma pessoa especificamente, mas de um grupo. Esse exemplo ilustra muito bem por duas reações: é algo que aconteceu na França e também porque é fácil entender, de visualizar.

Como vai funcionar o vínculo de experiência para os novos servidores públicos?

Wagner Lenhart: O vínculo de experiência vai fazer parte do concurso. Nós entendemos que além do conhecimento técnico, avaliado atualmente na prova, tem um componente fundamental que é a prática, se aquela pessoa consegue entregar os resultados que se espera. O vínculo de experiência vai ser uma etapa para que o candidato comprove que tem capacidade. A ideia não é que todos sejam aprovados, mas que haja um sistema competitivo. Haverá um percentual, que vai ser definido por edital, de servidores que serão conduzidos ao cargo efetivo.

Dois anos de vínculo de experiência para servidores nos cargos de estado não é muito tempo?

Wagner Lenhart: É um tempo adequado com certo paralelo do que existe no estágio probatório para demonstração da aptidão prática. Nos pareceu um tempo adequado para fazer esse tipo de movimento.

Quais carreiras serão consideradas de estado e, consequentemente, terão estabilidade?

Wagner Lenhart: O momento adequado de fazer esse debate vai ser na regulamentação da emenda. Não nos parece que seria adequado fazer esse detalhamento dentro do texto da Constituição até para que não fique mais extensa do que deveria. Essa definição de quais carreiras serão típicas de estado, os conceitos, critérios para serem classificadas dessa forma, é um debate que vai ser feito dentro da esfera do Executivo, com o Congresso Nacional, com as instâncias representativas, com a sociedade, para que haja uma definição correta, coerente.

A eliminação de benefícios, como férias acima de 30 dias ou aposentadoria compulsória como punição, valerá para os atuais servidores?

Wagner Lenhart: Nenhum dessas questões se aplicam imediatamente. Muito desses temas estão previstos em lei de estados e municípios. A emenda à Constituição não altera nada para os atuais servidores. Só estabelece vedação para os novos servidores. Cada ente vai poder fazer um movimento. Na administração federal, muitos desses benefícios foram abolidos há anos, como a questão da incorporação [salário de valores referentes ao exercício de cargos e funções].

Seleção com 39 vagas para Ministério da Economia tem comissão formada

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A comissão tem 90 dias para concluir alguns procedimentos do novo processo seletivo

O novo processo seletivo do Ministério da Economia, previsto para 2021, teve a comissão organizadora formada! O nome da equipe responsável foi divulgado nesta terça-feira, 15, no Diário Oficial da União (DOU). A seleção prevê 39 vagas temporárias para profissionais de nível superior. Deste número, 37 serão destinadas a profissionais com formação em direito e duas serão para profissionais da área de arquivologia.

Como já noticiado pelo blog Papo de Concurseiro, a seleção foi autorizada em em agosto deste ano. O objetivo da contratação é o desenvolvimento de atividades técnicas especializadas no âmbito da Comissão Especial de Extintos Territórios Federais de Rondônia, Amapá e Roraima (CEEXT), do Ministério da Economia.

Reprodução/DOU

O edital de abertura está previsto para sair até fevereiro de 2021.

Provas do PCDF suspensas. E agora, o que fazer?

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Érico Palazzo, professor de Direito Penal e delegado da PCDF, relembra que a seleção, adiada devido à covid-19, é uma oportunidade única e dá dicas aos concurseiros. Confira:

Os concursos públicos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para agente e escrivão, estão sendo muito aguardados por concurseiros. As seleções trazem a oportunidade perfeita: ao todo, 2.100 vagas oferecidas para um salário inicial que ultrapassa R$ 8 mil. Entretanto, a suspensão das provas objetivas e discursivas não deve ser motivo de desestimulação. Em uma entrevista ao Papo de Concurseiro, o professor de Direito Penal do Gran Cursos Online e delegado da PCDF, Érico Palazzo, deu dicas aos candidatos de como prosseguir neste momento:

“Primeiro, é bom ressaltar que as provas foram suspensas, mas não foram canceladas”, relembrou o delegado. Segundo Palazzo, a expectativa é que o exame prossiga em 2021. Desta forma, há mais tempo para os candidatos se prepararem: “Não é hora de se desesperar. Vários candidatos gostaram da decisão, principalmente por causa dos riscos da covid-19. Não é momento de desespero, e sim um momento de se manter a sobriedade e estudar”.

O delegado também ressaltou a importância de continuar focado: “É fundamental que o candidato se mantenha motivado durante esse período, estudando durante os meses que vão se seguir até a realização da prova”. As provas podem ter sido suspensas, mas isso não significa que o concurso deixará de acontecer. No momento, revisar conteúdos e estudar partes que faltaram é uma boa estratégia. “Não tem outro caminho a não ser estudar e persistir. É uma oportunidade única com uma remuneração de quase dez mil reais”, reafirma Palazzo.

Ainda segundo o delegado, a suspensão do exame devido à pandemia causada pelo coronavírus não foi uma grande surpresa para os candidatos: “Os alunos já sabiam dessa possibilidade, não foi surpresa para ninguém. Vai ter mais tempo para se preparar agora, então temos que enxergar uma possibilidade de estudar e se dedicar mais”.

Vantagens e desvantagens da suspensão

A boa notícia é que os candidatos terão mais tempo de estudo. Em contrapartida, a falta de previsões e um cronograma pode ser um fator desmotivador os participantes, segundo Érico: “Sem uma data da prova já designada, os candidatos terão que manter um bom ritmo de estudo para continuar estudando até uma nova data ser divulgada”.

Provas objetivas

Serão 120 questões (50 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos) na prova objetiva. A prova discursiva valerá 30 pontos, consistidos em uma redação de texto dissertativo.

Cronograma

Sobre a atualização das datas, Érico Palazzo ressaltou que ainda não há previsão: “A PCDF e o Cebraspe irão aguardar a diminuição de contágio e mortes por coronavírus para estabelecerem um novo cronograma”. Porém, o delegado afirmou várias vezes que as provas serão aplicadas: “Existe uma incerteza sobre a data da prova, mas o concurso será realizado”.

Os concursos

A PCDF está oferecendo dois concursos públicos: um para preenchimento de 1.800 vagas de nível superior no cargo de agente — sendo, deste número, 600 de provimento imediato e 1.200 para formação de cadastro reserva. E outro que oferece 300 vagas para escrivão, cargo de nível superior. O salário de ambas as profissões é de R$ 8.698,78 para 40 horas de trabalho semanal.

 

Suspensão das provas do concurso da PCDF repercute nas redes sociais

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Victória Olímpio – Nessa segunda-feira (14/9), o Cebraspe suspendeu as provas objetivas e discursivas dos concursos públicos para agente e escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). De acordo com comunicado divulgado pela banca, o motivo da suspensão é a priorização dos cuidados que devem ser tomados durante a pandemia do novo coronavírus.

Mas mesmo com a suspensão, os candidatos não poderiam deixar de comentar e até fazer memes nas redes sociais sobre o assunto.

 

Teve até quem previu a suspensão do concurso!

 

 

Sobre o concurso

Os concursos da PCDF para preenchimento dos cargos de escrivão e agente somavam mais de 2 mil vagas: 1.800 para agente e 300 para escrivão. O salário inicial ultrapassa o valor de R$ 8 mil, e a carga horária é de 40 horas semanais.

Parceria oferece curso preparatório para a carreira do MPF para negros e negras

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Candidatos cotistas interessados na carreira de procurador da República, do Ministério Público Federal, terão mais uma chance de complementar os estudos. Um novo curso preparatório gratuito vai orientar os candidatos negros com aulas de temas principais sobre a carreira. A iniciativa, que busca aumentar a diversidade nos quadros do Ministério, é da Fundação Pedro Jorge, com participação da Associação Nacional dos procuradores da República (ANPR) e da Educafro. A inscrição para estudantes vai de 15 a 25 de setembro; para professores-voluntários já estão abertas e fecham em setembro.

A ideia inicial é garantir a inclusão da diversidade racial. Portanto, serão disponibilizadas 100 vagas para bacharéis em direito negras e negros. Em caso de inscrições acima desse quantitativo, poderão os parceiros envolvidos promoverem inclusão de mais um critério de definição com base na renda. Futuramente haverá ampliação para outros grupos.

O projeto conta com o trabalho de voluntários e não gerará qualquer custo para os envolvidos. As aulas serão gravadas e disponibilizadas em plataforma única. Outros voluntários poderão auxiliar no planejamento de estudos e retirada de dúvidas sobre a carreira, matérias do concurso e formas de estudo.

Para mais informações e inscrições acesse aqui!

Inclusão

Segundo a organização do projeto piloto a ideia é incluir, neste momento, a diversidade racial. De acordo com informação expedida após pesquisa da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão , brancos correspondem a 84% dos membros, enquanto negros, 14%.

Segundo a ANPR, a proposta é resultado direto da tese 17, aprovada no 1º Congresso Técnico da classe, em 2017: “Favorecer a inserção de membros oriundos de classes sociais menos abastadas, negros e mulheres através da realização, pela FPJ, de curso de preparação específico, online, a ser ministrado pelos Procuradores da República aos aprovados na primeira fase do concursos para membros do MPF”.

Cronograma

Inscrições para professores-voluntários: até 25 de setembro

Inscrições para estudantes: 15 a 25 de setembro

Início da gravação das aulas: 1º de outubro

Análise das inscrições e divulgação dos deferimentos: 5 de outubro

Recurso de indeferimento: 6 a 8 de outubro

Julgamento dos recursos e decisão final sobre lista de inscritos: 16 de outubro

Disponibilização das primeiras aulas e materiais: 19 de outubro

Aposentadoria de servidores abre janela para reforma

Publicado em Deixe um comentárioConcursos
Agência Estado – Até 2025, 22% dos servidores efetivos atuais terão condições de pedir aposentadoria, fatia que sobe a 35% até o fim da década, segundo dados do governo obtidos pelo Estadão. O quadro é visto como uma “janela” para aprovar a reforma administrativa e mudar as regras do RH do serviço público, inclusive com a flexibilização da estabilidade.

Essa mudança é importante para evitar continuar “carregando” todos os servidores para a folha de inativos da União, que poderia continuar crescendo mais até que a dos ativos.

Pelo levantamento do Ministério da Economia, que serviu de base para a elaboração da proposta de reforma administrativa enviada ao Congresso Nacional – 110.481 servidores podem se aposentar até 2025. A maior parte dessas aposentadorias previstas (57.142) é de servidores com nível intermediário, cuja taxa de reposição é cada vez mais baixa.

Até 2040, 108.088 de servidores de nível intermediário poderão se aposentar. Entre os servidores com nível superior, o total de aposentadorias previstas nos próximos cinco anos é de 45.264, valor que sobe para 152.762 até 2040.

Segundo técnicos do governo, se não houver disciplina do longo prazo, a reforma acabaria sendo apenas uma pequena inflexão e a despesa voltaria a subir de novo.

O governo não esconde também a sua aposta na menor taxa de reposição dos servidores que se aposentam, com a diminuição de concursos, e na maior digitalização dos serviços públicos para diminuir o quadro do funcionalismo público.

Digitalização

A avaliação é de que o governo digital vai ganhar força com a experiência da pandemia da covid-19. Um exemplo que tem sido citado para dimensionar o alcance da mudança é o Certificado Internacional de Vacinação, que antes precisava do trabalho de 700 funcionários, hoje é feito por menos de 100 pessoas.

Hoje, a taxa de reposição dos cargos de auxiliares é zero. Muitos desses cargos que já têm o chamado “marcador de extinção” Ou seja, que não serão repostos. Pelo levantamento do governo, 8.075 servidores de nível auxiliar se aposentarão até 2025; 13 425 até 2030 e 17.552 até 2040.

No nível médio, 172 mil servidores estão na ativa, quantidade considerada elevada para o governo federal. A reposição de nível médio só tem acontecido nas universidades e nos institutos de pesquisa para atendimento do apoio administrativo, laboratórios e atividade de campo dos professores.

O restante dos 600 mil servidores são servidores com nível superior. A diretriz hoje de reposição é priorizar apenas os cargos de nível superior.

Vínculos

A proposta de reforma administrativa do governo cria cinco novos tipos de vínculos para servidores públicos, apenas um deles com garantia de estabilidade no cargo após três anos. O texto mantém a previsão de realização de concursos públicos, mas também vai permitir ingresso por seleção simplificada para alguns vínculos

Para os futuros funcionários da administração pública, o ingresso por concurso público valerá para cargos típicos de Estado (que não encontram paralelo no setor privado, única categoria que terá direito a estabilidade) e cargos por prazo indeterminado.

Em ambos os casos, haverá um vínculo inicial de experiência, que terá prazo mínimo de dois anos, no caso das carreiras típicas de Estado, e de um ano, para cargos de prazo indeterminado. O vínculo de experiência será uma etapa do concurso público e não dará direito automático ao cargo. Os mais bem avaliados serão efetivados.

O ingresso por seleção simplificada vale para cargos com prazo determinado e cargos de liderança e assessoramento (que substituirão uma parte dos cargos de confiança).

O presidente da Frente Parlamentar de Defesa da Reforma Administrativa, Tiago Mitraud (Novo-MG) defende a inclusão na reforma de regra que exige seleção para a ocupação de cargos comissionados, proposta que tem simpatia da área econômica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.