Sem concurso há seis anos, Antaq solicita mais de 100 vagas ao Ministério da Economia

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A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) confirmou a solicitação, ao Ministério da Economia, para um novo concurso público. Ao todo, foi pedida a abertura de 109 vagas para cargos de analista administrativo, especialista, técnico administrativo e técnico em regulação.

As remunerações destes cargos são as seguintes: analista – R$ 13.807,57; técnico administrativo – R$ 7.016,67; especialista – R$ 15.058,12; e eécnico em regulação – R$ 7.388,37.

De acordo com a agência há déficit em todas estas áreas de atuação, por isso, há necessidade de um nova seleção. Entretanto, ainda não há previsão de lançamento de edital.

Veja a solicitação de cargos encaminhada ao Ministério da Economia:

Último concurso

A última seleção foi aberta em 2014 com 143 vagas de níveis médio e superior.O Cebraspe foi o organizador.

Foram registrados 51.218 inscritos. A concorrência média geral foi de 358 candidatos por chance. O cargo de técnico administrativo, com lotação em Brasília, alcançou o maior número de participações, 13.523 delas. Porém, a disputa mais acirrada foi em Salvador, pelo mesmo posto, com concorrência de 2.483 candidatos por apenas uma vaga.

Para nível superior concorrem ao cargo de analista administrativos formados em qualquer curso superior, ou em ciências contábeis e informática. O salário é de R$ 10.543,90. Para especialista em regulação de serviços de transportes aquaviários também foi admitida inscrição de candidatos graduados em qualquer área, mas o salário é de R$ 11.403,90.

Já para nível médio, tem o cargo de técnico administrativo (R$ 5.418,25) e técnico em regulação de serviços de transportes aquaviários (R$ 5.674,25).

Cebraspe nega ter vazado foto de mulher acusada de fraudar cotas no concurso da PF

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O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos, da Universidade de Brasília (Cebraspe), se pronunciou novamente sobre o caso de Glaucielle da Silva Dias, mulher acusada na internet de fraudar o sistema de cotas raciais para ser aprovada no concurso da Polícia Federal (PF). De acordo com a banca organizadora, não houve vazamento de informações ou fotos do exame de heteroidentificação.

A banca informou também que não tira fotos desta etapa e ela é gravada em vídeo no momento em que está acontecendo, para fins exclusivos de registro da avaliação e de uso da comissão de heteroidentificação.

“Quando ocorre suspeita ou denúncia de fraude, o que cabe a este Centro é enviar todas as informações necessárias à apuração para a polícia. No caso da candidata citada, a Polícia Federal requisitou todas as informações sobre o procedimento de heteroidentificação e o Cebraspe as enviou oficialmente”, explicou.

Relembre o caso

A acusação da internet começou após uma foto, tirada durantes exame de heteroidentificação do concurso, circular nas redes sociais e aparentar Glaucielle, mais conhecida como Glau, com cabelos mais ondulados e pele mais escura, quando comparadas a outras fotos de suas redes sociais. A PF informou que está apurando as circunstâncias do fato.

glau dias
Crédito: Reprodução

Em vídeo em sua defesa, Glau afirma que é negra e nunca se escondeu de ninguém. “Eu não fiz nada de errado. Minha mãe é negra, minha avó é negra, toda a família é negra. Estudei sempre em escola pública. Estou sendo julgada por pessoas que não me conhecem e não conhecem minha história”, declarou.

O Cebraspe também afirmou repudiar tentativas de fraudes que “maculem o sistema de cotas para negros” e que, diante da suspeita de alguma ilegalidade, sua função é encaminhar as informações às forças policiais. Leia aqui a nota na íntregra. 

Exoneração

No início do mês Glaucielle e o companheiro decidiram sair do serviço público para se dedicar a uma empresa familiar. Ela nega que a saída tenha envolvimento com a polêmica. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 3.

No último dia 5, o noivo de Glau publicou nas redes um vídeo em que explica que eles não foram demitidos e, sim, exonerados a pedido, segundo ele, após o projeto nas redes intitulado de “Ouse passar” crescer muito e demandar atenção. Ele lembra também que quem é servidor público federal não pode administrar empresas, apenas ser sócio. “Tínhamos duas opções: ou continuar na PF ou sair para continuar com esse trabalho de mentoria e cursos. A gente acha que esse é o nosso propósito na Terra”, diz.

Leia também: Acusada de fraudar cotas cita Neymar e Beyoncé em vídeo no qual se defende

Excluído por ter registros criminais, candidato consegue retornar a concurso da PF 

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O participante foi eliminado na fase de investigação social e será reintegrado ao curso de formação da Polícia Federal

Karolini Bandeira* – Um candidato que havia sido eliminado na fase de investigação social do curso de formação da Polícia Federal, devido à antigas ações penais em seu nome, será reintegrado ao concurso — conforme decidido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), após solicitação do participante.

Como não há sentença condenatória transitada em julgado, nem inquérito policial referentes às condutas pelo candidato praticadas, o tribunal declarou que é direito dele continuar a formação do cargo e que a restrição da participação de candidatos em concursos públicos que respondem a inquéritos ou ação penal é ilegítima.

Caso o candidato seja aprovado na seleção, a contratação e posse do cargo serão asseguradas. O julgamento ocorreu em 18 de agosto e o caso foi publicado no último dia 16.

 

 

 

*Estagiária sob a supervisão de Lorena Pacheco 

*Com informações do TRF-1 

Candidato sócio de empresa privada consegue posse em cargo público

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Na ocasião da posse, a sociedade não havia sido desfeita em razão de demora no julgamento de inventário referente aos bens de seu falecido pai

 

Karolini Bandeira* – O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) garantiu a posse de um candidato que havia sido impedido de assumir o cargo de professor universitário de engenharia civil, ao qual tinha sido aprovado no concurso público da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A contratação do profissional havia sido impossibilitada porque, na época, o homem era sócio administrador de uma empresa privada.

Ao analisar o caso, o relator do caso, juiz federal Ilan Presser, entendeu que, apesar de o disposto no art. 117, X, da Lei nº 8.112/90 proibir a participação de servidor público em gerência ou administração de sociedade privada, o candidato tem direito à posse.

Segundo o magistrado, candidato não pode ser culpabilizado, já que, na ocasião da posse, a sociedade não havia sido desfeita em razão de demora no julgamento de inventário referente aos bens de seu falecido pai.

“A impossibilidade de tomar posse na data marcada deveu-se a obstáculos burocráticos criados pelo próprio Poder Judiciário, não podendo o impetrante ser penalizado por isso,” afirmou Presser. Como o candidato já não faz mais parte da empresa privada, o TRF-1 decidiu que não tem motivos para não assumir a vaga a qual foi aprovado no concurso público.

 

 

 

*Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco 

*Com informações do TRF-1 

MPDFT: Candidatos não classificados dentro do quantitativo de vagas podem ser considerados eliminados

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O MPDFT obteve decisão favorável na ADI que foi proposta contra a lei publicada em janeiro que dizia o contrário

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) obteve decisão favorável na ação direta de inconstitucionalidade proposta contra a Lei distrital nº 6.488/2020, que dispõe que “os candidatos que não tenham sido classificados entre o quantitativo de vagas disponibilizadas no certame não podem ser considerados eliminados”.  A decisão que considera a alteração inconstitucional foi unânime e proferida pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

A lei foi publicada em janeiro e assinada pelo governador Ibaneis Rocha. A aplicação da norma previa também validade  “aos concursos em andamento e aos certames que se encontram dentro do prazo de validade ou de sua prorrogação” e o artigo à lei foi acrescentado nas normas gerais para realização de concurso público no DF.

Para o Ministério Público, a lei mostra-se materialmente inconstitucional, na medida em que desconsidera princípios que regem a administração pública e o próprio princípio da vinculação ao edital, pois cria novos critérios de aprovação e classificação não contidos na norma regente dos certames. “Ao prever a aplicação dessa norma a todos os concursos já em andamento, diversos deles inclusive com relação final de classificados e eliminados, gera questionamentos sobre benefício de determinados candidatos que não obtiveram nota suficiente para ficar entre os classificados no concurso”.

Em sustentação oral, a vice-procuradora-geral de Justiça Selma Sauerbronn afirmou que a “lei tratou inequivocamente de tema afeto ao provimento de cargos públicos”, que é de competência privativa do Chefe do Poder Executivo distrital. Segundo o MPDFT, o próprio Conselho Especial já tinha julgado inconstitucionais normas semelhantes, que também tratavam de regras de concursos públicos.

“A lei impugnada subverte a regra de certames em andamento, em flagrante inobservância do edital e dos princípios da impessoalidade, da razoabilidade e da transparência, que devem nortear a administração pública e o processo de seleção e contratação de seus servidores”, ressalta Selma Sauerbronn.

Veja o que dizia o texto publicado em janeiro, no no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF):

Art. 16-A. Os candidatos que não tenham sido classificados entre o quantitativo de vagas disponibilizadas no certame não podem ser considerados eliminados.

A alteração procede o seguinte artigo:

Art. 16: É admitido condicionar a correção ou a participação em prova de determinada etapa à aprovação e classificação na etapa anterior, simultânea ou isoladamente.

Parágrafo único. O edital normativo do concurso pode limitar a quantidade de participantes da etapa seguinte a determinada quantidade de candidatos por vaga, observada a ordem de classificação.

Leia mais:  Ibaneis Rocha altera critério de eliminação para concursos no DF

 

Concurso PRF: diretor-executivo confirma que projeto básico já foi entregue pela comissão

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O projeto básico do novo concurso público da Polícia Rodoviária Federal (PRF) já foi entregue pela comissão da seleção. A informação foi confirmada pelo diretor-executivo da corporação, José Hott. Agora, o processo se encaminha para a escolha da banca organizadora. Entretanto, esse trâmite depende de aval do governo.

Em uma live realizada no Instagram, Hott explicou que a comissão cumpriu seu papel de providenciar o projeto e que a corporação está preparada para que o certame seja autorizado. “A PRF está preparada tão logo tenhamos a autorização”, diz.

Entretanto, ele aconselhou que os candidatos não devem criar expectativas com o projeto básico. “Não adianta o candidato estar preocupado com o projeto básico. Ele não é divulgado até que saia a autorização do concurso. A gente pode tornar o projeto básico público para as organizadoras”, explica.

Segundo Hott, o documento que vai para balizar quem está esperando para estudar ou aprofundar o conteúdo é mesmo o edital. “Então, tudo isso será publicado nos canais oficiais para que todos tenham a mesma oportunidade de acesso. Não adianta criar expectativa com o projeto básico. Teremos mudanças no edital, mas recomendamos que ninguém fique esperando. Esqueça o projeto básico e foque na preparação do concurso”, diz.

Expectativa

A corporação protocolou neste ano um novo pedido de concurso público, com 2.772 vagas. O plano do governo é abrir um edital por ano com 1.000 vagas até 2020. O órgão registra 2.758 cargos vagos de policial rodoviário federal. A participação no certame deve exigir ensino superior e os salários variam entre R$ 9.899,88 e R$ 16.552,34.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já afirmou que a PRF deve abriria seleção em breve. “Com certeza, a PRF vai abrir concurso em breve, de forma que seus quadros permaneçam cumprindo com o seu dever”, disse o presidente.

O chefe do Executivo deu a declaração na mesma ocasião em que confirmou que um novo concurso para a Polícia Federal já está autorizado e deve oferecer 2 mil vagas. Segundo ele, a seleção deve sair ainda em 2020 e além do concurso, a corporação deve receber mais 600 profissionais.

Jovem que pedia carona e livros emprestados para estudar passa em concurso para juiz

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O jovem de 28 anos, que pedia livros emprestado para estudar, foi aprovado para o cargo de juiz de direito no TJPA

Karolini Bandeira* – Sabe aqueles casos que são um exemplo vivo de esforço e motivação? A história de João Paulo Barbosa Neto, de 28 anos, é um deles. Crescido em Itaiçaba, um município no interior do Ceará com aproximadamente 7 mil habitantes, João nunca parou de sonhar. No ensino médio, cursado em escola pública, tinha vontade de ser engenheiro, médico, nutricionista e administrador. O que ele não imaginava, naquela época, é que estaria na posição que se encontra hoje: recém aprovado para o cargo de juiz de Direito no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA).

Em entrevista ao Papo de concurseiro, João Paulo falou um pouco sobre a jornada que trilhou até a aprovação (que não foi nada fácil) e ainda deu dicas aos concurseiros que sonham chegar onde ele chegou. Confira:

Vocação

João pensou em vários outros ramos antes de decidir que queria cursar Direito. Chegou a fazer um período de engenharia antes de ingressar no curso da atual área de atuação: “Direito foi a última, e melhor opção, para mim. Fui me identificando naturalmente com a carreira de Juiz de Direito ao estudar, na faculdade, o que cada uma das carreiras jurídicas fazia no dia-a-dia, bem como observando isso no fórum”. Na época, havia sido aprovado em duas universidades públicas, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), optando pela segunda por ter a oportunidade de concluir o concurso em uma duração menor.

Desafios

João teve que ultrapassar muitos desafios para chegar onde está hoje. Após finalizar o ensino médio em sua cidade natal, que na época não tinha faculdades, se mudou para Mossoró, no Rio Grande do Norte, em busca de uma graduação.

Longe de casa e dos pais, o estudante passava por dificuldades para frequentar a UERN: “Em Mossoró, em matéria de locomoção, a luta foi grande. A cidade é dividida por um rio, e pontes ligam o lado leste ao lado oeste da cidade. Os campus universitários ficam em um lado e eu morava em um outro lado da cidade. Morava de favor com uma tia minha”.

Para ir às aulas, sem carro e ônibus, João teve que recorrer a outros meios: “Eu ficava à beira da estrada esperando alguém me dar carona. Em uma ocasião em que havia uma prova, um policial militar me levou, gentilmente, em uma viatura. Nunca mais o vi para agradecer. Outra vez, foi um carro sem banco, e eu fui sentado no piso do veículo. E outra vez foi no carro do reitor da universidade. Todo dia era uma aventura”.

Segundo o mesmo, era comum na época alunos sem meio de transporte receberem carona à universidade: “Era uma espécie de ciclo do bem. Hoje eu pego carona para conseguir me formar, amanhã eu dou carona. O Reitor mandou confeccionar na época uma placa com o nome ‘Carona Amiga’ para oficializar essa iniciativa solidária de se dar carona aos alunos”.

Além da dificuldade de locomoção, João Paulo muitas vezes teve que estudar com livros emprestados da biblioteca e faltar congressos da faculdade: “Eu não tinha como viajar para participar de congressos. Os livros de Direito eram caros. E eu passei pela publicação do novo CPC durante a faculdade. Não tinha como me manter atualizado. Então, eu pegava livros emprestados na faculdade ou com colegas. Eu não passei maiores dificuldades por que os meus pais faziam qualquer sacrifício para investir em minha educação”.

Após a graduação

Os desafios não acabaram com o fim da faculdade. Após graduado, João Paulo teve de iniciar outra batalha: a do mercado de trabalho. “Depois da graduação começou outra luta. Eu não podia voltar para o interior do Ceará porque lá não tinha mercado profissional, então saí em vários escritórios de advocacia atrás de emprego. Tentei atuar como assessor. Mas a autoridade nomeante nomeou outra pessoa e disse que me chamaria depois, caso houvesse necessidade. Até hoje, nada. Eu não tive sorte para cargos em comissão. Só naqueles que a gente passa mesmo pelo mérito”, relembrou. “Então, aluguei uma sala e comprei uma mesa e um computador. Passei quatro anos advogando por conta própria”.

Foi aí que João decidiu investir em concursos: “As duas primeiras provas da magistratura estadual que fiz, eu fiquei por um ponto da nota de corte na primeira fase. Depois, passei em seis primeiras fases (TJPR, TJAL – concurso suspenso- TJMS, TJRJ, TJAC, e TJPA). Estou aguardando a segunda fase do TJRJ e TJMS. NO TJPR, fiquei na segunda fase. No TJAC estou aprovado para a prova oral. E no TJPA já fiz a prova oral e fui aprovado com 9,40”.

Ele conta que passar em um concurso público já era a vontade do candidato há muito tempo. “Assim que eu entrei na faculdade de Direito eu já coloquei como propósito fazer concurso para Juiz. Fiz a graduação no menor tempo permitido para começar a contar tempo para o cargo almejado. Em quatro anos, adiantando disciplinas, eu estudava pela manhã e pela noite”.

Ele admitiu também que, não se dedicou aos concursos assim que saiu da faculdade pois precisava se manter: “Foi muito cansativo. Inicialmente, quando estava começando na advocacia, em 2016, tinha que trabalhar muito, por isso não estudava ainda de uma forma consistente e organizada. Em 27 de novembro de 2017, eu decidi empreender todo esforço rumo à magistratura e só parar quando tivesse sido aprovado”. E esse momento chegou dia 31 de agosto, quando o resultado final do concurso TJPA para juiz de direito foi divulgado.

Dicas

Aprovado em um e aguardando a finalização de outros concursos, João Paulo dá dicas para quem está na mesma jornada que ele: “Eu diria que entrem de cabeça nos estudos, e não parem. Às vezes, os resultados não aparecem como desejamos pelo fato de pararmos um tempo e depois de um mês ou mais retomarmos os estudos. Mesmo que o candidato tire um resultado ruim em uma prova, ele não deve parar de estudar. Lamente um dia. Dois, no máximo. Depois siga! Seus nobres objetivos são maiores do que a sua dificuldade”.

Algo que ajudou ele, além do árduo estudo, foi participar de fóruns de concurso e conversar com pessoas com o mesmo objetivo: “Eu visito muito os fóruns do Papo de Concurseiro e eles me ajudaram muito durante toda a preparação. São um local excelente para a gente interagir com os colegas sobre concursos”.

Polícia Federal apura caso de mulher acusada de fraude em concurso

glau dias
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Após a internet acusar Glaucielle da Silva Dias, conhecida como Glau Dias, de ter fraudado as cotas raciais em concurso da Polícia Federal (PF), a corporação informou que está apurando as circunstâncias do fato.

Há alguns dias, começou a circular nas redes sociais uma foto que mostra a mulher na heteroidentificação da seleção da PF. A aparência da hoje empresária e influenciadora digital foi comparada com outras imagens dela, colhidas de suas redes sociais. Por ela aparecer, na foto tirada pela banca do concurso, com o cabelo ondulado e a pele mais escura, internautas a acusaram de ter fraudado o sistema de cotas.

Em vídeo em sua defesa, Glau afirma que é negra e nunca se escondeu de ninguém. “Eu não fiz nada de errado. Minha mãe é negra, minha avó é negra, toda a família é negra. Estudei sempre em escola pública. Estou sendo julgada por pessoas que não me conhecem e não conhecem minha história”, declarou. O vídeo já tem mais de 14 mil visualizações.

A banca organizadora da seleção da PF, o Cebraspe, também se pronunciou sobre o caso e afirmou repudiar tentativas de fraudes que “maculem o sistema de cotas para negros” e que, diante da suspeita de alguma ilegalidade, sua função é encaminhar as informações às forças policiais.

“Compete ao Cebraspe observar a legalidade dos procedimentos relacionados ao concurso público e garantir as informações e documentos necessários para eventual apuração de crime. Havendo suspeita ou denúncia de que fraude tenha ocorrido, o que cabe a este Centro é enviar todas as informações necessárias à apuração para a polícia, que procederá com as investigações.” Leia aqui a nota na íntregra.

Exoneração

No início do mês Glaucielle e o companheiro decidiram sair do serviço público para se dedicar a uma empresa familiar. Ela nega que a saída tenha envolvimento com a polêmica. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 3.

No último dia 5, o noivo de Glau publicou nas redes um vídeo em que explica que eles não foram demitidos e, sim, exonerados a pedido, segundo ele, após o projeto nas redes intitulado de “Ouse passar” crescer muito e demandar atenção. Ele lembra também que quem é servidor público federal não pode administrar empresas, apenas ser sócio. “Tínhamos duas opções: ou continuar na PF ou sair para continuar com esse trabalho de mentoria e cursos. A gente acha que esse é o nosso propósito na Terra”, diz.

Leia também: Acusada de fraudar cotas cita Neymar e Beyoncé em vídeo no qual se defende

De PF a influencer digital: a história da mulher acusada na internet de fraudar concurso

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A história de Glaucielle da Silva Dias, também conhecida como Glau Dias nas redes sociais e centro de uma polêmica envolvendo cotas raciais em concurso da Polícia Federal, amanheceu como notícia publicada em diversos sites e jornais.

“Mulher acusada de fraudar cota para entrar na PF pediu exoneração”, “Candidata branca é aprovada na PF em cota destinada a negros”, “Sou negra sim, diz mulher acusada na web”. Essas são menções feitas na internet.

A acusação da internet começou após uma foto, tirada durantes exame de heteroidentificação do concurso,  aparentar Glaucielle com cabelos mais ondulados e pele mais escura, quando comparadas a outras fotos de suas redes sociais.

glau dias
Crédito: Reprodução

Em defesa, a mulher publicou um vídeo na noite de quinta-feira (17/9) no qual afirma que é negra e nunca se escondeu de ninguém. “Eu não fiz nada de errado. Minha mãe é negra, minha avó é negra, toda a família é negra. Estudei sempre em escola pública. Estou sendo julgada por pessoas que não me conhecem e não conhecem minha história”, declarou. O vídeo já tem mais de 14 mil visualizações.

Atualmente, Glau Dias e o noivo dela usam as redes sociais para realizar aulas de motivação e preparação para concursos públicos. “Passei no Polícia Federal aos 27 e na PCRS aos 26”, é a descrição de seu perfil. “Minha missão é transformar a sua vida”, continua.

No instagram ela conta mais com de 175 mil seguidores e se define como criadora de conteúdo digital com postagens de estímulo como “Dica de ouro para ser aprovado” e “O segredo da aprovação”.

Em uma postagem de junho  deste ano, Glau compartilhou com os seguidores como não fazia ideia dos rumos que sua vida daria até conquistar o tão sonhado cargo pública na carreira da PF e que “tinha tudo para não ser nada”. “Era para a PF que eu tinha que estudar, em 2018 que eu tinha que passar, em 2019 que eu tinha que ir para a Academia de Polícia, era da turma Brasil que eu tinha que fazer parte (…) Obrigada, meu Deus, por tudo”.

Nas redes, ela conta que, para conseguir o cargo, estudava cerca de 6h/8h por dia, que é formada em educação física e que não teve facilidade nos estudos. “Estudei em escola pública, nunca fui exemplo de boa aluna. Tive que correr atrás do prejuízo”, conta.

Em outros momentos, Glau também usou as redes sociais para compartilhar momentos particulares e de uma “realidade lamentável” sobre violência doméstica, que afirma ter vivido com um antigo padrasto. Ao relatar detalhes do ocorrido ela usa a postagem para aconselhar outras pessoas: “Mulheres, não se relacionem com homens que mostrem um mínimo de agressividade. Eles dão sinais”, diz.

Exoneração da Polícia Federal

No último dia 5, o noivo de Glau publicou nas redes um vídeo de explicação para os seguidores sobre a saída da PF. Ele explica que eles não foram demitidos e, sim, exonerados a pedido, segundo ele, após o projeto nas redes intitulado de “Ouse passar” crescer muito e demandar atenção. Ele lembra também que quem é servidor público federal não pode administrar empresas, apenas ser sócio. “Tínhamos duas opções: ou continuar na PF ou sair para continuar com esse trabalho de mentoria e cursos. A gente acha que esse é o nosso propósito na Terra”, diz.

Ele comenta também o fato de Glau Dias se autodeclarar parda e defende a companheira. “Na PF ela se declarou parda e passou por todas as etapas, banca, por tudo. Além disso também passou por toda a investigação social, que começa desde a prova objetiva, até o final do curso de formação e posse”, explica.

No mesmo vídeo ele crítica pessoas que estariam ligando para ouvidoria da PF e mandando fotos do Instagram para acusar Glau de fraude. “ Isso é absurdo. Ainda mais nos dias de hoje, que as redes são cheias de filtro. Glau tem o filtro dela, eu tenho meu filtro. Aparecemos às vezes com pele mais branca, existe filtro”. Ele aproveita também para dizer que não se usa foto pessoal para se declarar pardo, negro ou branco. “É autodeclaração, com banca pessoalmente. Foto não pode. Está na lei”.

“A Glau é parda, sim. Muito cuidado com os comentários. Isso machuca uma pessoa que é muito batalhadora. A história não muda”, pede.

Para finalizar, ele resume que a saída da corporação é um ato de coragem e realização pessoal. “Largamos dois salários de polícia federal. R$ 24 mil. Mas temos um coração que ferve por algo. Quando duas pessoas têm um objetivo centrado, ninguém é capaz de pará-las. Agora a gente vai crescer e a gente vai transformar vidas”, enfatiza.

 

Cespe-Cebraspe, banca organizadora do concurso disse, em nota, repudiar qualquer tentativa de fraudar o sistema de cotas e que sua função é, em caso de suspeitas de ilegalidade, encaminhar os dados para a autoridade policial, que deverá fazer uma investigação.

Já a Polícia Federal informou apenas que está apurando as circunstâncias do fato.

Leia também: Acusada de fraudar cotas cita Neymar e Beyoncé em vídeo no qual se defende

Concurseira acusada de fraudar cotas: o que diz o Cespe-Cebraspe?

glau dias
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Karolini Bandeira*

Banca organizadora do concurso da Polícia Federal de 2018, o Cespe-Cebraspe comentou, nesta sexta-feira (17/9), o suposto caso de fraude nas vagas reservadas para negros na seleção.

Nos últimos dias, fotos da candidata aprovada Glaucielle Dias viralizaram nas redes sociais, após internautas compararem a aparência dela durante avaliação da banca e em outras fotos postadas por ela nas redes sociais.

Por aparecer com o cabelo ondulado e a pele mais escura na foto tirada pela banca, a hoje empresária e influenciadora digital (ela tem cerca de 170 mil seguidores no Instagram) foi acusada de fraudar as cotas raciais.

Em vídeo, ela nega a fraude e afirma ser negra parda, citando exemplos de celebridades que também aparecem com a cor da pele diferente em fotos, como o jogador Neymar.

Segundo o Cespe-Cebraspe, todos os candidatos que concorreram às vagas reservadas aos candidatos negros se submeteram ao procedimento de heteroidentificação, que consiste na análise do fenótipo do candidato. “A banca avalia se o candidato possui características físicas de uma pessoa negra, por meio da verificação da textura dos cabelos, da cor da pele, entre outras”, informa a banca por meio de nota.

No comunicado, o Cespe-Cebraspe diz repudiar tentativas de fraudes que “maculem o sistema de cotas para negros” e que, diante da suspeita de alguma ilegalidade, sua função é encaminhar as informações às forças policiais. “Compete ao Cebraspe observar a legalidade dos procedimentos relacionados ao concurso público e garantir as informações e documentos necessários para eventual apuração de crime. Havendo suspeita ou denúncia de que fraude tenha ocorrido, o que cabe a este Centro é enviar todas as informações necessárias à apuração para a polícia, que procederá com as investigações.”

Leia a nota na íntegra:

“O Cebraspe informa que todos os candidatos do concurso público para a Polícia Federal (PF) que concorreram às vagas reservadas aos candidatos negros, que fizeram a autodeclaração no momento da inscrição e que foram aprovados nas provas, se submeteram ao procedimento de heteroidentificação complementar à autodeclaração. Esse procedimento consiste basicamente na análise do fenótipo do candidato: a banca avalia se o candidato possui características físicas de uma pessoa negra, por meio da verificação da textura dos cabelos, da cor da pele, entre outras. Esse procedimento é feito por banca composta por cinco membros, todos com experiência em políticas públicas de enfrentamento ao racismo. Para garantir a lisura do procedimento e evitar fraudes, os editais possuem uma regra que traz a possibilidade de eliminação do candidato quando se constata que a autodeclaração feita no momento da inscrição é falsa.

Compete ao Cebraspe observar a legalidade dos procedimentos relacionados ao concurso público e garantir as informações e documentos necessários para eventual apuração de crime. Havendo suspeita ou denúncia de que fraude tenha ocorrido, o que cabe a este Centro é enviar todas as informações necessárias à apuração para a polícia, que procederá com as investigações.

O Cebraspe reforça, ainda, que repudia tentativas de fraudes que maculem o sistema de cotas para negros.”

*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende