Chef de cozinha expoente de sua geração se revela também um empresário de sucesso. O gaúcho Marcelo Petrarca, que, no último domingo, completou dois anos à frente do Bloco C, se prepara para lançar a terceira operação no segundo semestre, logo após o término do evento Praia, um mix de shows, festa e gastronomia comandada por ele, a ter lugar às margens do Paranoá.
Mais bistrô que restaurante, a casa — que ocupará na QI 5 do Lago Sul, o espaço onde era a boutique Ana Paula —, terá uma pegada bastante informal, mas com alto padrão gastronômico. “A informalidade permite uma mesa comunitária para 20 pessoas”, diz o chef, que entregou o projeto para a arquiteta Vanessa Rosseti, autora também do Bloco C. Outra diferença será notada na louça. Ao contrário da porcelana branca usada no endereço da 211 Sul, as louças do Lago serão de pedra-sabão e cerâmica.
Charutos e espumante
O nome ainda não está escolhido, mas possivelmente será Petrarca, revela o chef, que prestaria, assim, uma homenagem à família. Foi o seu bisavô quem tomou do intelectual, poeta e humanista italiano Francisco Petrarca (1304-1374), inventor do soneto, o nome emprestado para todo o clã. Os irmãos de Marcelo, Carolina e Daniel Petrarca, ambos advogados, são os únicos sócios investidores nos empreendimentos. O do Lago Sul ainda contará com uma charutaria, aproveitando o enorme espaço de mais de 500 metros quadrados, que inclui o antigo Café das 5.
Bons rótulos caracterizam a adega do Bloco C, que vai receber no próximo dia 9 de abril, o espumante Petrarca, produzido pela Don Giovanni, em Bento Gonçalves, como o primeiro vinho com o nome do chef. Trata-se de um corte de Pinot Noir e Chardonnay, cujas provas foram acompanhadas por Marcelo. “Por três vezes estive na vinícola provando o espumante”, lembra ele, que servirá também no Inverso, seu segundo restaurante instalado no Hotel Blue Tree Premium, no Park Sul.
Pratos novos
Cada vez mais realista, o chef do Bloco C lança hoje no cardápio dois pratos com a marca da simplicidade: galinhada e ovo caipira frito com farofinha de bacon e couve crocante; e baião de dois com um blend de carnes (patinho, filé-mignon e músculo), com banana frita, queijo coalho e ovo duro ralado, ambos por R$ 52, cada servidos só no almoço.
“Meu cliente não quer saber quantas horas cozinhou o magret de pato porque já tem informações demais. Ele quer uma comida gostosa e que remeta ao sabor caseiro que nós perseguimos aqui”, diz o chef, que cozinhou o arroz da galinhada no próprio caldo da ave, como faz a cozinha ancestral.
Outra sugestão do novo menu é a bacalhoada do chef (R$ 96), um farto prato de bacalhau do Porto cozido dentro de um creme de queijo grana padano com ovo, brócolis, tomate e batata assada. A iguaria pode ser pedida no almoço e no jantar.
Além dos restaurantes, o chef ainda mantém um serviço de cattering, no qual transporta todos os insumos para finalizar na casa do cliente. O segredo de atuar em tantas frentes está na sua capacidade de organização.“Tudo é questão de montar uma equipe, acreditar nas pessoas e capacitá-las”, afirma ele, que tem no principal auxiliar, o chef Adão Aguiar, “o meu braço direito e esquerdo”. O Bloco C funciona de segunda a sábado. Telefone: 3363-3062.