Já se sabe a grife que poderá vir a ocupar o lugar do Gero, restaurante que funcionou por 10 anos no Shopping Iguatemi Brasília e não reabriu mais, após a pandemia. Será a paulistana Piselli, igualmente de inspiração italiana, e quase no mesmo padrão de elegância das unidades Fasano, detentora da marca Gero.
“Ainda não assinamos o contrato e estamos em negociações, que deverão ser concluídas em dezembro, quando poderemos bater o martelo, que eu espero de forma positiva”, declarou ao blog, o empresário Juscelino Pereira, de 52 anos, fundador do Piselli, aberto em 2004 nos Jardins, em São Paulo. O restaurateur, nascido em Minas Gerais, recebeu o convite para vir a Brasília de Carlos Jereissati, proprietário da rede Iguatemi, onde já existe o segundo Piselli, na capital paulista, instalado na entrada principal do shopping, na avenida Brigadeiro Faria Lima 2232.
Juscelino Pereira também confirmou que se vier a Brasília, poderá trazer um sócio paulista, mas gostaria muito de ter aqui uma parceria local. Nesse caso, o mais cotado é o empresário Celso Jabour, dono da premiada grife Sweet Cake, fundada há 28 anos. Os dois são amigos desde que fizeram juntos uma viagem de 13 dias, iniciada no Piemonte em visita às vinícolas ligadas ao grupo Antinori, em 2011. Desde então, eles se reúnem regularmente numa confraria, da qual fazem parte mais quatro empresários do setor de alimentação, que estiveram na viagem, e os irmãos Ricardo e Ari Carmignani, donos da importadora Wine Brands, autora do convite à Itália.
“Tenho uma admiração muito grande pelo Juscelino pelo empreendedorismo e dedicação a tudo o que faz. Ele é uma pessoa muito especial e a ideia de virmos a trabalhar juntos certamente me atrai. Para mim, seria um desafio”, disse Celso Jabour, que participou semana passada da última reunião da confraria — a primeira depois da pandemia — realizada no restaurante Piselli, que funciona há 16 anos na rua Padre João Manuel 1253, bairro Cerqueira César.
Diferente do Gero
Concebido como “restaurante de jardim”, no shopping a casa se chama Piselli Sud, que faz referência ao cardápio da Itália do Sul e difere da matriz. É essa versão que virá para Brasília se as negociações se confirmarem positivamente. Segundo o empresário Celso Jabour, que conversou recentemente com Juscelino Pereira, “a casa será muito diferente do Gero, que era fechado”.
Celso imagina um ambiente aberto, onde será praticada uma gastronomia mais leve. Entre os grandes hits da marca está o tonno arab, prato de atum em crosta de ervas, quase cru, com homus e babaganouche. Outra sugestão do mar é o tagliolini nero di seppia vem com lula, abobrinha e bottarga.
Ervilha em todos os pratos
Mesmo quem não conhece o restaurateur, pode deduzir que o nome foi homenagem dos pais mineiros ao presidente Juscelino Kubitscheck. Juça, como é chamado pelos amigos, iniciou o trabalho no campo, ainda em Joanópolis, cidade em que nasceu na Serra da Mantiqueira. Pensava em ser agricultor e escolheu para plantar uma leguminosa que não havia na região: ervilha. A plantação não deu certo, porque as sementes estavam erradas. Decepcionado, ele se muda para São Paulo e passa a trabalhar em restaurantes, primeiro como garçom até aprender todos os segredos do ofício.
Quando pôde abrir seu próprio estabelecimento, Juscelino fez questão de se referir ao começo de tudo e batizou a casa de Piselli, que em italiano, significa ervilha, o grão que transformou sua vida. Por isso, não estranhe se encontrar uma ervilha no seu prato. Ela decora todos eles. É praxe!