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Hambúrguer e vinho ganham festival na cidade

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O mês de novembro traz duas paixões, objeto de consumo do gourmet, que podem muito bem ser harmonizados: hambúrguer e vinho. Durante os 30 dias do mês, amantes do popular sanduíche poderão se deliciar no Burger Fest, evento patrocinado pelo Santander, que tem por objetivo fomentar os negócios. Mais de 50 endereços participam do festival no Distrito Federal, que se realiza concomitantemente em 10 estados brasileiros.

Já a bebida de Baco vem de fora, precisamente da pátria-mãe com sotaque 100% lusitano. Trata-se do Festival Vinhos de Portugal no Brasil 2021, que começou ontem e vai até o dia 7 de novembro, em parceria com a Abras- Associação Brasileira de Supermercados. Este ano, o evento reúne 3.027 participantes entre supermercados, lojas, empórios e e-commerces de todo o país. “Um dos principais objetivos do festival é promover o vinho em regiões fora do eixo Rio-São Paulo. Em relação ao evento do ano passado aumentamos em quase 50% o número de participantes, com estados estreantes, como Amazonas e Tocantins”, informa o consultor Carlos Cabral, que conta com mais de 40 anos de trabalho no mundo do vinho e duas décadas atuando na rede Pão de Açúcar.

Receita inédita

O Burger Fest vem sendo realizado há nove anos, mas é justamente “nesta edição que temos um propósito ainda maior: o apoio à retomada da atividade econômica”, salienta Claudio Baran, criador do evento. Participam desde redes nacionalmente conhecidas, como Bullger e Mania de Churrasco; marcas consagradas locais, a exemplo de Ricco, Páprica, Parrilla e Madre Teresa Deli, até pequenos negócios surgidos na pandemia.

Algumas casas desenvolveram uma receita inédita para o festival. Como o Authoral, onde o criativo chef André Castro lança o blend angus no pão brioche com provolone e muçarela derretidos, bacon caramelizado, tomate confit, rúcula e aioli secreto (R$ 44) acompanhado de batatas fritas fininhas. O Chicago Prime oferece o blend angus 100% preparado na parrilla com molho especial e queijo coalho de búfala no brioche crocante e macio ou se preferir lowcarb, na alface americana (R$ 36,90). Já no sanduíche da Castália vem o smash (burguer prensado diretamente na chapa) com queijo muçarela de búfala, rúcula, picles de cebola e maionese temperada, escoltado por chips de batata doce e inglesa (R$ 38).

Fora do Plano, você ainda pode conhecer o hamburguer Arca de Noé, servido em Taguatinga Sul, na Madre Teresa Deli, que vem com ovo de galinha, bacon de porco, queijo de búfala, carne da ovelha, mostarda das Índias, pão australiano e hortelã por R$ 40. Mais informações e lista completa dos participantes em burgerfest.com.br

Ofensiva portuguesa

Portugal é o país europeu que mais exporta vinhos para o Brasil. Na pauta de exportação, perde só para o Chile e está à frente da Argentina, da Itália e da França. Esse desempenho é fruto de um trabalho intenso dos organismos portugueses estatais e privados que veem o Brasil como um mercado, além de histórico, muito interessante. A novidade é a aposta nos vinhos premium. Segundo Carlos Cabral, o evento vai refletir o posicionamento de qualidade superior dos vinhos de Portugal. “Esse posicionamento está em consonância com demandas que o mercado aponta: os vinhos portugueses foram os únicos a registrar aumento em valor a preço médio ao longo de 2020”, resume o especialista.

Portugal tem mais de seis mil variedades de uvas e produz cerca de 600 milhões de litros de vinho de todos os tipos. Sua população de mais de 10 milhões de habitantes consome boa parte do vinho que produz, em média entre 46 e 47 litros per capita por ano – o Brasil consome apenas pouco mais de 2 litros –, daí exportar apenas o excedente para inúmeros países, entre os quais, as ex-colônias de língua portuguesa, os países nórdicos, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá (e até a França, que compra o vinho do Porto) e, claro, o Brasil.

Nada é mais curioso que o nome das castas portuguesas. Elas chegam até a trocar de sexo. Como por exemplo, a uva Fernão Pires produzida no Alentejo também é conhecida por Maria Gomes, no norte do país, daí talvez resida na diversidade de castas a grande riqueza dos vinhos portugueses, que têm bastante fruta, são fáceis de beber e especialmente agradáveis com a comida.