O mercado de vinhos nacional tem conquistado cada vez mais espaço dentro do Brasil devido a qualidade do produto. Isso se deve a diversidade cultural e as condições geográficas que potencializam o terroir único.
Em Monte Belo do Sul, a viticultura ganha ainda mais destaque em janeiro com o início da 8ª Festa da Vindima, programada para os dias 25, 27 e 28 nas ruas centrais do município do Rio Grande do Sul.
A grande atração da festa é a pisa de uvas, antigo hábito trazido pelos imigrantes italianos à Serra Gaúcha no final do século 19. Serão sete edições da pisa, sendo seis delas voltadas ao público. A prática consiste em esmagar, com os pés, as uvas colocadas dentro de uma mastela, um recipiente de madeira com 3 metros de diâmetro, para extrair o mosto da fruta para ser fermentado e produzir o vinho.
“A vindima é uma grande celebração para Monte Belo, porque ela celebra o legado cultural da uva e do vinho, base de nossa economia. A pisa da uva insere na nossa programação mais do que um resgate histórico, representa também a valorização e o respeito que temos por essa cultura”, comenta o secretário municipal de Cultura e Turismo, Alvaro Manzoni.
Cada pisa pode ser feita por um grupo formado por até 30 pessoas ao som de tarantelas. A prática custa R$ 50 ou R$ 150, para quem opta por levar uma garrafa do sumo gerado pelo amassamento dos bagos e acompanhar o processo de vinificação.
Qualidade da uva
A região dos Altos Montes, na Serra Gaúcha, também está na rota do vinho nacional. Segundo o enólogo e presidente da Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes (Apromontes), Felipe Bebber, esse é um momento de aumento da qualidade das uvas.
“Esse entendimento de terroir, o entendimento do vinhedo e do que realmente tem vocação a produzir é um fator que contribuiu muito para esse aumento qualitativo. Entendendo o solo, o clima, as condições e onde plantar, podem ser feitas as escolhas de variedades, de clones, de porta-enxertos adequadas para conseguir ter a máxima expressão e qualidade de uva e de localidade. Então, esse entendimento e evolução da viticultura proporcionou o avanço qualitativo que estamos percebendo nos últimos anos”, ressalta.
Para 2024, as perspectivas são promissoras. O presidente da Apromontes destaca que a expectativa é alta para o cenário regional, com lançamento de novos vinhos no mercado, junto com rótulos de safras anteriores que ainda não ingressaram. “E tudo isso vem com muita expressão, com muita característica da região, especialmente os rótulos com indicação de procedência que vão ingressar no mercado, então acreditamos que vai ser sim um belíssimo ano”, conclui.