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Vai sobrar pra ele

Brasília-DF

por Denise Rothenburg » deniserothenburg.df@dabr.com.br

Vai sobrar para ele

Os pré-candidatos a presidente da República aguardam as próximas pesquisas de opinião para saber que reflexo a execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista terá sobre aqueles que já estão postos. A aposta dos políticos e dos profissionais acostumados a lidar com o humor do eleitorado é a de que Jair Bolsonaro, o único a adotar a estratégia do deixa estar para ver como é que fica, é quem mais perderá. Os aliados dele estão na linha do artigo do coronel Washington Lee Abe, comandante do 5º Comando Regional da Polícia Militar do Paraná: “Por que ‘tanta tentativa de transformar essa vereadora em mártir. Ela representa o povo? que povo? Qual segmento do povo? Do cidadão de bem?”

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E o coronel vai mais além: “E quando morremos em combate, tentando salvar uma vida inocente que clama pela nossa presença, vamos aguardar pacientemente os políticos, a imprensa, as autoridades que estão fazendo todo esse alarde pela morte dessa “pessoa” intitulada vereadora, promotora dos direitos humanos, mãe, homossexual (como ela mesma se apresenta) fazerem também o mesmo alarde exigindo respostas rápidas e firmes das autoridades?” Vamos aguardar o humor do eleitor.

Múltipla escolha
O fato de as cápsulas de bala que mataram Marielle pertencerem ao mesmo lote vendido à Polícia Federal abriu um leque de investigações e fez descartar a hipótese de crime racial ou de gênero, ampliando a hipótese de crime político. Desvio antes de chegar à sede da PF? Dentro da PF? Munição vencida e cápsula reutilizada para recarga? O caso de Osasco, que se utilizou da mesma série, tinha envolvimento direto de policiais militares.

Vai demorar…
Antes de chegar aos verdadeiros culpados, a Polícia investiga três diferentes linhas: tráfico, PCC ou milícia. Quando houver uma conclusão sobre qual desses segmentos do crime executou a vereadora, é que se conseguirá chegar aos atiradores. O fato de haver uma intervenção federal ajudará na apuração, porque hoje todo o sistema de segurança do Rio de Janeiro trabalha sob um único comando. Já é alguma coisa.

Ele que nos procure
Se depender do presidente do PSB, Carlos Siqueira, procurar o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa com apelos em prol da filiação partidária, é melhor o magistrado esperar sentado. Siqueira aguarda a resposta do ministro até 7 de abril, o último prazo. Sem estresse.

Cunha e a CNC
De Curitiba, onde está preso, Eduardo Cunha tenta convencer o Planalto a dar uma ajudinha ao deputado Laércio Oliveira (SD-SE) para o comando da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que tem ainda o apoio de Orlando Diniz, preso na Lava-Jato. Aliados de Temer, entretanto, fizeram chegar a Cunha que o presidente quer distância dessa disputa entre Laércio e Roberto Tadros, da Fecomércio do Amazonas. A ordem do governo é trabalhar com quem vencer.

CURTIDAS

PPS vai de Geraldo/ O PPS do deputado Roberto Freire fará um Congresso entre 23 e 25 de março, quando aproveitará para indicar o apoio ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República.

Nem tanto/ A indicação, entretanto, não tem a unanimidade do partido. Já tem gente defendendo que se deixe uma porta aberta para outros caminhos, como Ciro Gomes. Até aqui, o PTB foi um dos poucos que anunciaram o apoio ao governador paulista.

Pinda lidera/ O ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, tem apostado com amigos que o segundo turno da campanha presidencial será entre ele e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Se estiver certo, é bom combinar o debate final para Pindamonhangaba, porque será a primeira vez que uma cidade terá certeza de que um de seus filhos será presidente da República. Ambos nasceram lá.

Pé na terrinha/ Perguntado se aproveitaria a viagem à Paraíba para comer buchada de bode, como fez Fernando Henrique Cardoso no interior do estado vizinho, Pernambuco, em 1994, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reagiu assim: “Tem nordestino no Rio e eu também tenho família lá (na Paraíba). Já comi muita buchada”.

Denise Rothenburg

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