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Uma base trincada

Emendas & jeitinho

O acordo entre o presidente em exercício, Michel Temer, e os parlamentares para acalmar a base aliada e tentar melhorar o clima político no Congresso corre sério risco de terminar na “bacia das almas”. Ontem, enquanto o comando do Planalto, leia-se Temer, e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, se comprometiam a aprovar um projeto de lei com mudanças no Orçamento deste ano para atender os deputados novos, o líder do governo, José Pimentel (PT-CE) tirava o quórum do plenário, com medo da votação dos vetos que incomodam o governo. Resultado: base revoltada e indisposta com o Planalto.

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Agora, a uma semana do recesso parlamentar, dificilmente o Congresso conseguirá quórum para aprovar a proposta e liberar os restos a pagar de anos anteriores e, ainda, permitir a liberação de emendas dos novos parlamentares, ou seja, o governo queria aproveitar as férias dos parlamentares para baixar a poeira, agora corre o risco de sequer conseguir o recesso.

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A forma que os congressistas encontraram para levar o Planalto a aceitar votar o projeto, que atende pelo código de 

PLN nº 4/2015, foi incluir no mesmo texto a redução da economia que o governo é obrigado a fazer para pagar os juros da dívida, o tal superavit primário, baixando o percentual de 1,1% para 0,4%. Agora, é tentar arrumar uma sessão do Congresso que aprove o projeto e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sem precisar passar pela apreciação dos vetos, que trancam a pauta.Tarefa difícil.

O PMDB e a crise

O encontro dos peemedebistas amanhã no Rio de Janeiro servirá para a cúpula do partido desenhar os cenários e os planos para tentar sobreviver à crise que assola o governo e o PT. Eles não estão na linha de empurrar Dilma para o precipício, mas asseguram que não vão cair com ela.

Cabos eleitorais no telhado

A comissão de senadores encarregada de votar uma proposta de reforma política aprovou um dispositivo proibindo o uso de cabos eleitorais contratados pelas campanhas. Por incrível que pareça, a proposta, que foi a voto por insistência do senador Reguffe (PDT-DF) deixou Gleisi Hoffmann, do PT, e Aécio Neves do PSDB, no mesmo lado. Coisa rara. A maioria concordou com a tese de que cabo eleitoral é compra de voto institucionalizada.

TCU, a pedra

Os deputados e senadores petistas começam a estudar formas de mudar as regras para escolha dos ministros do Tribunal de Contas da União a fim de acabar com o que o líder do governo, José Guimarães, chamou de casa de “aposentadoria” de parlamentares. Falta, entretanto, combinar com os demais partidos, que não desejam rever a forma atual.

Efeito prático, zero

A entrevista da presidente Dilma Rousseff só conseguiu levar os congressistas a adiarem para agosto a proposta que reduz a desoneração da folha de pagamentos. Mais uma prova de que a base não atende ao comando do Planalto de aprovar logo essa fonte de receita.

Papel em desuso/ O banco Itaú cortou o envio de extrato mensal de seus financiamentos imobiliários pelos Correios. Quem quiser um documento, tem que pedir. E vai receber por e-mail. A ordem é economizar papel.

Marco Aurélio e Eduardo Cunha/ O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ficou todo cheio de si quando leu que o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello tinha dito, em entrevista ao Correio, que o deputado era um “craque” e que, se fosse mais jovem, poderia jogar no Flamengo. É que, muita gente não sabe, mas ambos nutrem a mesma paixão pelo rubro-negro. Quem diria que os dois tinham algo em comum…

Marta, o pêndulo/ A senadora Marta Suplicy (foto) passou o fim de semana no Recife, onde se reuniu com o PSB, e ontem se encontrou com o presidente em exercício, Michel Temer. Ela vai para o partido, mas quer abrir mais portas para o seu grupo do PT.

Por falar em Michel…/ Começa a crescer no Congresso a sensação de que o presidente em exercício é “o cara” para conduzir uma transição, caso Dilma Rousseff não consiga se segurar no cargo.

Denise Rothenburg

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Denise Rothenburg

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