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Dilma versus Aécio = Michel Temer

Enquanto dois brigam…

…Um terceiro se movimenta. Neste momento em que a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves trocam farpas e acusações, emissários peemedebistas, ainda que sem autorização do presidente em exercício, Michel Temer, têm procurado integrantes do PSDB, numa tentativa de atrair os tucanos para um hipotético governo do PMDB. Ocorre que não está nos planos dos tucanos tirar Dilma para se integrar ao projeto peemedebista. Se for para uma mudança de governo, o partido jogará as fichas em novas eleições, conforme dito aqui há vários dias. Ocorre que, até o momento, nada aponta nessa direção.

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Para uma cassação via eleitoral, que tirasse de cena tanto Dilma quanto Temer, a principal aposta dos tucanos era, até o início da semana, o depoimento de Ricardo Pessoa, da UTC, que jogou a campanha da presidente Dilma Rousseff no meio da Lava-Jato. Ontem, entretanto, a notícia era a de que Pessoa está disposto a ficar calado em seu depoimento à Justiça Eleitoral. Se isso ocorrer, enfraquecerá o processo eleitoral. Restará, portanto, as pedaladas, que podem levar a presidente a responder por crime de responsabilidade, se suas explicações não forem acolhidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e ainda pelo Congresso Nacional. Pelo jeitão da base aliada, a tendência hoje é Temer — o único que até agora tem dado declarações ponderadas — pregando a união e por aí vai.

Hora de afunilar

A decisão da CPI da Petrobras de convocar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a tentativa de chamar José Dirceu e outros ministros foram lidas como mais um capítulo em que Eduardo Cunha age nos bastidores para mostrar aos petistas que eles não vão controlar o colegiado.

PR em litígio I

A bancada do Partido da República entrou em pé de guerra depois que o assessor especial do Ministério dos Transportes e ex-deputado Edson Giroto foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Receita Federal. A ação fez crescer as pressões para que ele seja afastado de suas funções no ministério. O ministro da área, Antônio Carlos Rodrigues, foi chamado ao Planalto, mas quer dar tempo para que o ex-parlamentar possa se defender.

PR em litígio II

Giroto não é um assessor especial qualquer. Desde o início do ano, ele aguardava a nomeação para secretário executivo do Ministério dos Transportes. Não conseguiu por causa dos processos no estado. Aí, veio o “jeitinho nos transportes”, título da nota que a coluna publicou em 22 de março. O Diário Oficial da União trouxe naquele período a nomeação do ex-deputado no cargo de assessor especial, e, no dia seguinte, Giroto foi designado pelo ministro o substituto oficial do secretário executivo, quando o titular do cargo se ausentasse. E assim, Giroto praticamente passou a responder como vice-ministro da área. Agora, a bancada na Câmara pressiona para ficar com o cargo.

Agora vai

Eduardo Cunha pretende colocar em votação na semana que vem o segundo turno da emenda que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos em vários crimes. A pressa é para entregar a matéria aprovada antes do recesso, que até agora ninguém sabe se terá.

Nem…/ Os funcionários da Câmara que se preparem: a ideia do presidente da Casa, Eduardo Cunha, é não permitir a festa de todo mundo sair no recesso e ficar por isso mesmo. Quem quiser aproveitar o recesso fora do período regulamentar de férias terá que usar uma parte do chamado banco de horas.

…Para avisar?!/ Já tem servidor irritado porque não houve sequer um aviso para evitar que aqueles que compraram pacotes de viagem pudessem renegociar os dias.

PT e PMDB/ Enquanto os peemedebistas viajam ao Rio para bater bumbo na proposta de parceria público-privada que o prefeito Eduardo Paes (foto) montou para as Olimpíadas de 2016, os petistas vão a Belo Horizonte prestar solidariedade ao governador Fernando Pimentel.

PT e Dilma/ A mesma bancada que vai se encontrar com Pimentel, até aqui, não fez o mesmo gesto em relação à presidente Dilma Rousseff. Os senadores, por exemplo, soltaram no fim de junho uma nota de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, onde nem sequer mencionaram a presidente.

Denise Rothenburg

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