Valdemar minimiza ataques de Eduardo e Carlos e acredita em Bolsonaro candidato

Publicado em Bolsonaro na mira, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, Eleições, EUA, Governo Bolsonaro, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, STF, Tarifaço de Trump

Por Denise Rothenburg* com Eduarda Esposito — O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, minimizou os ataques realizados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) aos pré-candidatos de direita na semana passada. De acordo com Valdemar, Eduardo e Carlos criticaram os governadores Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas e Ratinho Jr. por desespero em ver o pai preso.

Crédito: Evandro Macedo LIDE

“Às vezes, nós nos deparamos com problemas da família, algum desentendimento, porque é muito duro você ver o teu pai sofrer dessa maneira, como, por exemplo, aconteceu essa semana passada, que fizeram uma crítica grande aos candidatos que estão se colocando à presidência da República. Todos são parceiros nossos, são os melhores aprovados no Brasil, temos gente preparadíssima, tanta gente boa e eu tenho certeza de que nós vamos estar juntos no segundo turno, ou até no primeiro, quem sabe. Agora, acontece que às vezes um filho, como aconteceu na semana passada, vê o pai naquele estado e se desespera, fica nervoso e é natural porque o que temos que preservar e defender são as nossas famílias, nossos pais, nossas mães”, afirmou durante o 24º Fórum Empresarial LIDE no Rio de Janeiro.

Valdemar ainda afirmou que acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro possa ser o nome da direita em 2026 e lembrou das eleições de 2022. “Estamos atravessando esses problemas [críticas a aliados e prisão e julgamento de Bolsonaro], mas vamos solucionar, no fim vai dar tudo certo. Vamos estar na eleição e tenho esperança ainda de que o Bolsonaro será candidato à presidência da República. Quem diria que o Lula, que ficou 580 dias preso no Paraná, ia ser candidato e ainda ganhou, quer dizer que tudo pode acontecer”, disse otimista.

Indicação para 2026

O presidente do PL disse ainda que sabe que a direita espera o anúncio de quem será o apoiado por Bolsonaro na próxima corrida ao Planalto, mas ressaltou que a escolha será do ex-presidente. “Quem ele indicar, eu vou aceitar. Sempre digo: ‘você decide. Nós temos várias pessoas qualificadas disputando esse lugar e sendo escolhidas. Bolsonaro faz comentário comigo e eu não levo em consideração porque quero que ele decida e sei que, quando ele for decidir, vai ser pela cabeça dele. Porque quando ele escolheu o Tarcísio de Freitas para ser governador de São Paulo, falei ‘Bolsonaro, Tarcísio não vota em São Paulo, ele quer ser senador aqui no Mato Grosso ou em Goiás, ele não fez uma obra para São Paulo que destacasse o ministério dele. Mas ele fez essa luta e agora Tarcísio tem uma aprovação muito grande no país”, pontuou Costa Neto.

Humilhação

Valdemar ainda defendeu Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente está sendo injustiçado pelo Judiciário. “O que estão fazendo com o presidente Bolsonaro, a humilhação que eles estão impondo ao nosso partido e ao presidente, tem destruído Bolsonaro pessoalmente. Ele fez uma operação muito séria recentemente e, dia após dia, é um acontecimento. Resolveram pôr as tornozeleiras, sem motivo nenhum, Bolsonaro, se tivesse que ter saído do Brasil, já teria saído. Não entendi aquele documento pedindo asilo, você atravessa um rio aqui e está na Argentina. E o Bolsonaro ia ser muito bem recebido lá, porque eu fui na posse do Javier Milei com ele e fiquei impressionado com o povo na rua e no nosso hotel querendo conhecer e aplaudir Bolsonaro”, ressaltou o presidente partidário.

O presidente do PL também não deixou de lado a questão do Tarifaço aos produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos. Para Valdemar, os EUA não vão perder este embate. “Essa guerra que está acontecendo em Brasília hoje vai ter que ter um fim e acho difícil o presidente Donald Trump perder”, apostou.

Crédito: Evandro Macedo LIDE

Agenda de Bolsonaro

Assim que terminou sua fala, Valdemar precisou deixar o evento para embarcar para o Acre, já que hoje o senador Márcio Bittar irá se filiar ao PL, deixando o União Brasil. Costa Neto disse ainda que, devido à prisão domiciliar de Bolsonaro, é ele quem está fazendo toda a agenda do ex-presidente. O presidente também falou sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que, até o momento, será candidata ao Senado no Distrito Federal, mesmo com bons resultados nas pesquisas eleitorais para o Planalto. “Ela está bombando no país inteiro”, afirmou.

O presidente também destacou a força que o partido vem conquistando graças à influência de Bolsonaro. “Para terem ideia, o PL atualmente tem 509 prefeitos, 5 mil vereadores, 128 deputados estaduais, elegemos 99 deputados federais — sendo hoje 88 —, dois governadores — Rio de Janeiro e Santa Catarina —, apoiou o de São Paulo, 14 senadores em exercício e estou indo para o Acre assinar a ficha do senador Márcio Bittar (União-AC) que vai entrar hoje no nosso partido, então teremos 15”, comemorou. De acordo com Valdemar, a legenda tem mais de 900 mil filiados e os números continuam a crescer. “Tudo isso nós conseguimos graças ao presidente Jair Bolsonaro Ele tem um carisma, não é normal, é um fenômeno. Se o partido chegou onde está, foi graças a ele”, ressaltou Costa Neto.

*Enviada especial

Congresso deve aprovar a LDO só em agosto

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Cúpula dos Brics, Economia, GOVERNO LULA, MDB, Orçamento, Política, Senado

Coluna Brasília-DF para terça-feira , 1º de julho, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Pelo andar da carruagem, o Congresso Nacional, mais uma vez, votará a Lei de Diretrizes Orçamentárias depois do prazo, impedindo o recesso formal de deputados e senadores. Desde 2013, apenas cinco das 12 LDOs analisadas foram aprovadas dentro do tempo previsto. A última foi em 2022, relativa ao ano de 2023, o primeiro deste terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para completar, a audiência pública com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, prevista para hoje, ficará para a semana que vem, porque ela iria viajar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos bastidores do governo, há quem diga que, se o Congresso deseja emendas liberadas no início do ano, terá que ter o Orçamento aprovado dentro do período regulamentar. Até aqui, não são poucos os que priorizam festas e viagens, deixando o dever de casa para depois.

Crédito: Kleber Sales

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Veja bem/ O relator da LDO, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), fez, ontem, uma reunião técnica para avaliar o que era possível. Antes da audiência pública com o governo, ele não tem como apresentar o parecer preliminar, que serve de base para a elaboração das emendas parlamentares ao texto. Faltam apenas 17 dias para o recesso parlamentar. Se a ministra Simone Tebet comparecer na próxima terçafeira, serão nove dias para aprovar. Será um recorde ou um castigo de não entrar em recesso formalmente. “Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para entregar tudo dentro do prazo”, promete Gervásio.

Brics disperso…

As ausências de Xi Jinping, da China, e de Vladimir Putin, da Rússia, além da falta de integrantes de outros países dos Brics para a reunião de cúpula, no próximo fim de semana, é sinal de “dispersão” do bloco, avalia o professor de Geopolítica e Negócios Internacionais e coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC-PR, João Alfredo Nyegray.

… num momento crucial

O professor explica: “O encontro, que deveria simbolizar a consolidação do bloco ampliado, infelizmente, já nasceu vazio. A ausência dos dois principais líderes do bloco não é apenas uma questão protocolar. Compromete a força simbólica e a capacidade decisória do encontro. O momento exige articulação de alto nível, mas o que se vê é dispersão”, afirma.

Quando entrar setembro

Quem já fez as contas sobre a federação MDB-Republicanos diz que, da parte dos emedebistas, está tudo praticamente fechado. O Republicanos, porém, tem seu tempo. O partido completa 20 anos em agosto e prepara uma série de eventos para marcar a data. Antes disso, não vai se federar com ninguém.

Por falar em MDB…

Os caciques do partido calculam que não há chances de o governo reaglutinar uma base parlamentar potente. Agora, é negociar caso a caso e esperar 2026 chegar. Há quem diga que, neste ano pré-eleitoral, a pecha de “só pensa em arrecadar” ecoa pelos quatro cantos. E nem todos acreditam que seja para atender aos mais pobres, uma vez que Brasil afora muitos serviços deixam a desejar.

CURTIDAS

Crédito: José Sarney

Pedido atendido/ O Tribunal de Contas da União acatou o pedido de quatro parlamentares e determinou a suspensão imediata dos repasses do Ministério do Trabalho à Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil (Unisol) e ao Centro de Estudos e Assessoria (CEA). Na decisão, o TCU constatou irregularidades, como falta de metas claras, ausência de cronograma de desembolso e repasse integral dos valores em apenas três dias após a assinatura dos contratos. A decisão suspende novos pagamentos e veda o uso dos valores já repassados até a conclusão da análise técnica. (Leia mais no Blog da Denise)

Enquanto uns curtem…/ …outros são sabatinados. Pelo menos três ministros de Lula têm audiências previstas em comissões do Parlamento esta semana — o da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; o de Comunicações, Frederico de Siqueira Filho; e a do Meio Ambiente, Marina Silva. Já os deputados, muitos estão em Lisboa, para o XIII Fórum de Lisboa, evento capitaneado pela faculdade IDP, fundada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

…e outros se exercitam/ Em suas redes sociais, o ex-presidente José Sarney ensina a receita inspiradora do alto de seus 95 anos (foto): “Muitos me perguntam sobre longevidade. Minhas segundas-feiras começam assim. Na fisioterapia com a Loise Aline, reencontro o movimento e aprendo, mais uma vez, que o corpo precisa de disciplina e paciência. O tempo nos ensina muitas coisas. Uma delas é que, para continuar, é preciso cuidar”, observa

Setor privado não quer sair do Mercosul

Publicado em Eleições na Argentina

 

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, pode se preparar para receber pressões do mercado e do setor privado que ele tanto defende. Quem está ganhando dinheiro vendendo seus produtos para o Brasil e apostando nas negociações do bloco não pensa em sair do Mercosul. A avaliação de empresários brasileiros que têm laços com os argentinos é a de que, diante das dificuldades da economia portenha, essa porta não pode ser fechada. Ou seja, Milei terá que manter as pontes da boa vizinhança com o Brasil e com o bloco econômico, para facilitar a navegação no mar revolto desse período de transição.

A próxima reunião do Mercosul, em 7 de dezembro no Brasil, será a despedida do atual presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que já confirmou presença. Não se sabe ainda se o governo eleito enviará um representante. Milei, no segundo turno, foi mais moderado em relação ao Mercosul. E nesses primeiros acordes pós-vitória evitou mencionar a política externa. Prometeu apenas que irá guindar a Argentina a potência mundial _ algo que, para os diplomatas, soou como algo descolado da realidade, dada a situação econômica do país.

Antes de colocar os dois pés na política externa e realizar o sonho de uma Argentina grande e poderosa, Milei terá que tratar da grave crise econômica, negociar com os credores e, principalmente, construir maioria no Parlamento. Para muitos argentinos, já está claro que a politica do presidente eleito exigirá sacrifícios da população, haja visto o discurso de que não há espaço para gradualismos, da necessidade de mudanças “dráticas” e da difícil tarefa de reconstrução. não será fácil. São tantos problemas que, antes de virar um global player ou se tornar uma grande potência, conforme prometeu, levará um longo período tentando arrumar a casa. E, para isso, melhor não comprar briga com o vizinho Brasil e nem com o Mercosul. Afinal, alertam os empresários, ninguém cresce em clima de guerra. Melhor adotar a política da boa vizinhança.