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Revogação de portaria do Exército a respeito do controle de armas preocupa militares

Coluna Brasília-DF

A decisão da procuradora regional, Raquel Branquinho, de pedir uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro por revogar portarias do Exército a respeito do controle de armas, é considerada dentro do governo um ponto mais nevrálgico do que o inquérito do Supremo Tribunal Federal. No Palácio do Planalto, prevalece a ideia de que o presidente da República é o comandante em chefe das Forças Armadas e, portanto, o Exército tem que caminhar com ele.

Na Força, porém, tem muita gente torcendo para que a iniciativa de Branquinho tenha sucesso, para que, depois, não se venha dizer que o país e suas Forças Armadas permitiram o aumento do tráfico de armas e munição no país e o aumento do crime organizado. A preocupação é geral, especialmente, em tempos de manifestações em defesa da volta do AI-5 no QG da Força.

Os militares, até aqui, têm feito suas críticas internamente, ou por meio de notas oficiais. Agora, há movimentos para ver se o Exército recupera o controle de armas e munições. Afinal, quem prometeu na campanha legalidade e combate ao crime organizado não pode deixar, na suspensão de portarias, janelas abertas aos criminosos.

André Mendonça, o bom companheiro

O novo ministro da Justiça, André Mendonça, será poupado pela oposição, especialmente, pelo PT. Primeiro, ele começou a carreira como representante da Advocacia Geral da União, em Londrina (PR). Na época, a cidade era administrada por Nedson Micheletti, do PT; o ex-ministro Paulo Bernardo comandava a secretaria de Fazenda; e Gleisi Hoffmann atuava como secretária de Gestão Pública.

André Mendonça, o técnico

A proximidade e a capacidade técnica de Mendonça convenceram Dias Toffoli, nos tempos em que era comandante da AGU, a trazer o atual ministro da Justiça para Brasília. Discreto e competente, Mendonça foi seguindo sua carreira.

Enquanto isso, na PF…

Alexandre Ramagem começa no comando da Polícia Federal sob tiroteio dos oposicionistas e vigiado pelos próprios colegas. Os delegados, de uma forma geral, deram um voto de confiança por, pelo menos, três meses de “estágio probatório”. Foi o tempo que Fernando Segóvia durou na direção da PF, depois de indicado por Michel Temer e chegar com a pecha de ter a missão de proteger o presidente da República.

Entre Dilma e Temer

Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro já o alertaram que, diante da atual situação, ele terá que escolher se preferirá agir como o ex-presidente Michel Temer, que soube manter uma articulação política e garantir o mandato, ou repetir a presidente Dilma Rousseff, que brigou com meio mundo e acabou perdendo a faixa presidencial. O que não dá é para continuar sendo… o Bolsonaro que arruma confronto em todas as frentes.

Cadê os deputados?/ Até o presidente Jair Bolsonaro ontem cobrava quem são os deputados relacionados às fake news. Cansou de ver apenas Carlos Bolsonaro citado. Para alguns parlamentares, é sinal de que, se houver acusação a aliados do presidente, alguém da base bolsonarista terá que ficar com essa conta. E não será 02.

Teich e o isolamento I/ Ao falar em “agravamento da situação” da Covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Nelson Teich, deixou a muitos palacianos a impressão de que não se afastará das recomendações técnicas, apesar de estar alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.

Teich e o isolamento II/ Falta, porém, entregar ao país um projeto de volta ao trabalho, o que, diante do agravamento da situação, parece impossível. O país continua sem um plano nacional, e cada governador cuidando do seu estado.

Abin em festa/ Na Agência Brasileira de Inteligência, a escolha de Frank Márcio de Oliveira foi recebida com entusiasmo. Afinal, foi a primeira vez em que um concursado da Agência chegou ao comando. Ele é da área técnica e operacional, sempre esteve dentro da agência, é estudioso e conhecido por não criar problemas.

Denise Rothenburg

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