O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, contou à coluna que, diante das restrições orçamentárias e da destinação dos poucos recursos para investimentos nas emendas de deputados e senadores, a forma de alavancar a economia em 2020 será via PPI — Programa de Parcerias de Investimentos. “Desde o início avisamos que esse governo não repetiria as receitas anteriores de apostar. Portanto, nem consumo, nem gasto público”, diz.
O governo também não está preocupado se o dinheiro vem da China, dos Estados Unidos ou de quem mais chegar. “Nosso nacionalismo não é de financiamento. É de brasileiro trabalhando, de carteira assinada”, avisa, ao comemorar os primeiros interessados na ferrovia Ferrogrão, entre Sinop (MT) e Itaituba (PA). “Há sete meses, não tínhamos um player. Hoje, chineses, russos e árabes estão interessados”, comenta o ministro.
Depois da operação da polícia na loja do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) para apurar se houve “rachadinhas” dos salários de servidores dos tempos de deputado estadual, o governo se uniu no “não temos nada a ver com isso”. A “visita” de Flávio ao pai, justamente no final da tarde de ontem, é que não estava no script.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez seu discurso de despedida do ano, ontem, no plenário da Câmara, sem defender o irmão. Pelo menos, essa é a forma de tratar o tema, até o presidente decidir dar alguma declaração na porta do Alvorada, uma vez que, dizem aqueles mais próximos, “ele não se segura”. Porém, os aconselhamentos são para que Flávio e seus advogados respondam sobre o episódio.
A alegria do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), e do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ao descerem a rampa do 3º andar do Planalto para o lançamento da campanha “Aqui é o Brasil”, foi lida da seguinte forma por alguns políticos presentes à solenidade: “Quanto mais Flávio se enrolar, mais precisará do MDB”.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou da COP-25 convencido de que o Brasil errou, em 2015, ao se comprometer com tudo dentro do Acordo de Paris, sem exigir nada em troca. “Agora, temos a pressão para cumprir metas, mas não o que poderia ser positivo para o nosso país, que é o mercado de carbono”, diz.
Esplanada cheia/ Engana-se quem pensa que os deputados abandonaram Brasília por esses dias natalinos. Estão todos em romaria pelo Palácio do Planalto e ministérios. Tudo para liberar as emendas que faltam. “Eu volto entre Natal e Ano Novo. Até lá, sai mais alguma coisa”, comentou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).
Maratona ministerial/ A correria está tão grande que os ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) chegaram atrasados à solenidade de lançamento da campanha “Aqui é o Brasil”.
Coincidência política/ A campanha do governo, apresentada pelo secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, espalhará vídeos sobre as ações de governo por todas as regiões do país no ano que vem. Coincidentemente, um ano eleitoral.
Embaixador antes do carnaval/ Relator da indicação de Nestor Forster para embaixador do Brasil em Washington, o senador Nelsinho Trad (PTB-MS) promete encerrar essa novela ainda antes do carnaval: “Não deu agora, porque os prazos estavam apertados. Mas, de fevereiro, não passa”.
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