Há alguns dias, quando o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, fazia campanha, na feira central de Ceilândia, ao lado do governador-candidato, Rodrigo Rollemberg, a segurança retirou um sujeito, em atitude considerada suspeita, que portava um facão e recolheu a arma. Em janeiro, o ônibus em que a comitiva do ex-presidente Lula viajava no Sul do país foi apedrejado. Agora, esse atentado a Jair Bolsonaro completa o círculo e acende o sinal de alerta na Polícia Federal. A avaliação da PF é de que nenhum candidato está totalmente seguro.
Aqueles que conversaram ontem com policiais garantem que algumas possíveis situações de perigo para os candidatos, como a do sujeito com facão no dia de Ciro e Rollemberg na feira, já foram evitados. Nunca se sabe onde um sujeito tomado pelo desequilíbrio — por enquanto, é assim que eles tratam esses casos — atacará. A ordem é reforçar especialmente os serviços de inteligência.
O representante
Enquanto Bolsonaro estiver fora de combate, quem o representará é o candidato a vice, general Hamilton Mourão, que, ontem, num primeiro momento, acusou o PT pelo atentado. Pelo visto, os ânimos vão continuar acirrados.
Vai sem ele
Apoiadores de Jair Bolsonaro convocaram manifestações em várias cidades para manter a campanha do candidato viva nas ruas. Será a prova dos nove da mobilização sem a presença do deputado que lidera as pesquisas de intenção de voto.
Próximos capítulos 1
Analistas ontem eram unânimes em afirmar que, depois do atentado, Jair Bolsonaro se manterá na liderança e conquistará apoios. Mas, daqui a alguns dias, o fato de o candidato defender a liberação de armas de fogo e, em alguns casos, incitar a violência contra adversários, deve voltar à baila.
Próximos capítulos 2
Ninguém arrisca dizer quando Jair Bolsonaro voltará à campanha. Mas seus apoiadores desejam algo bastante voltado à religiosidade do povo brasileiro.
E o PT, hein?
A decisão do ministro Celso de Mello de negar a liminar liberando a candidatura de Lula não deixa outra opção ao partido, se não organizar a passagem do bastão para Fernando Haddad. Apesar das resistências, deverá ser mesmo em 11 de setembro.
Ficou para depois/ O atentado a Jair Bolsonaro parou o Brasil. Pelo menos, no Palácio do Planalto. A reunião que tratava das medidas provisórias para a criação de fundos patrimoniais e a definição do modelo de gestão dos museus teve que ser suspensa. A ordem é retomar ainda hoje, depois do desfile.
É para ontem 1/ O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que presidia a reunião, foi chamado para o encontro em que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, fez um relato ao presidente a respeito da segurança dos candidatos e, juntos, decidiram reforçar a atuação.
Por falar em Temer…./O presidente pretende continuar a defesa do governo e os ataques a Geraldo Alckmin via vídeos no Twitter, como aqueles em que citou a participação do PSDB no seu Ministério. Agora, entretanto, diante do atentado a Bolsonaro, vai baixar a bola.
… está tudo meio nebuloso/ O atentado também jogou em segundo plano as denúncias de que o presidente teria recebido propina. As apostas da classe política são as de que esse tema só volta à baila com força em janeiro.
Os hinos de cada um/ O ministro da Justiça, Torquato Jardim (foto), abriu as comemorações de 7 de setembro com uma exibição da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional (que continua fechado), no saguão do Ministério. Ao final, Torquato brincou: “Ficou faltando um quarto hino!” O maestro Claudio Cohen fez aquela cara de quem não estava entendendo, e o ministro cantarolou a melodia que todo flamenguista canta com a mão sobre o peito.
“Eu sou Fluminense!!!, retruca o maestro.
Paz e democracia a todos neste 7 de Setembro
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