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PEPE NA CORDA BAMBA

E Pepe paga o pato

Enquanto os políticos seguem triturando o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Dilma Rousseff se convence de que não adianta deixar toda a articulação política palaciana nas mãos do seu partido. Assim como Lula, na crise do mensalão, chamou o deputado Aldo Rebelo para cuidar das Relações Institucionais — e depois o PTB de Walfrido Mares Guia e de José Mucio Monteiro —, Dilma tende a entregar o cargo de Pepe Vargas ao PMDB. No páreo, estão Henrique Eduardo Alves e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

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Dilma pode ai ter deixado o grande aliado numa saia justa. O PMDB há tempos reclama maior participação na definição das políticas de governo. Porém, quer mais do que um simples despachante palaciano, com Mercadante na Casa Civil interferindo. Ainda que Dilma tenha expressado vontade de manter o seu principal ministro focado na área técnica, longe da articulação política, ninguém acredita nisso por causa do jeitão de Mercadante. Ocorre que o PMDB não pode hoje recusar essa ajuda ao governo que ajudou a eleger.

Palpite de quem entende

Ministros do Supremo Tribunal Federal que deram uma olhada nos pedidos de abertura de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, consideraram algumas peças frágeis. Dizem que não vai dar para denunciar alguém por “eu acho que…” ou “parece”. Muitos sairão dali inocentados. O problema é que o estrago político já está feito.

Por falar em STF…

O encontro de Dilma com o ministro José Antonio Toffoli ontem foi visto por alguns parlamentares como um recado de que o Planalto detém alguma ascendência sobre os julgadores da Lava-Jato. Toffoli já recebeu o apelido de “zagueirão da tia”. Pode não ser, mas é assim que os aliados viram a audiência num momento como esse.

Arrefeceu

O PMDB recuou uma oitava na sua escalada de ruptura. Sabe como é: com o governo e os partidos na berlinda, o 

melhor é não tear fogo.

Atitude é tudo

Os ministros palacianos e aliados do governo consideram fundamental a presidente vir como alguma mudança de peso no governo antes da manifestação de domingo. Assim, ajudará a amortecer as críticas, num momento em que o PSDB sobe o tom e anuncia que apoia a manifestação do próximo domingo.

Wagner, o curinga (do bem)

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, acompanhou a presidente Dilma Rousseff na viagem ao Acre para, juntos, discutirem o futuro e as fórmulas para sair da crise. Por enquanto, o ministro não sai da Defesa. Afinal, seria descobrir um santo para cobrir outro.

Doente? Ah, tá!/ Mal o ministro da Educação, Cid Gomes, comunicou que não iria ao Congresso ontem porque estava hospitalizado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, telefonou para o cardiologista Roberto Kalil para saber se o ministro falava a verdade. Kalil disse que o problema de Cid era uma forte sinusite.

Virou chacota/ Os deputados passaram o dia inteiro dizendo que o problema de Cid Gomes não era a sinusite. Era a falta de apetite para enfrentar o Congresso, depois da declaração sobre os “300 a 400 achacadores”. O que mais se ouvia era: “Cid tem cargo. E quem tem cargo tem medo”.

Olheiros/ Aguardava-se a criação de uma comissão de deputados para averiguar a saúde do ministro.

Companhias/ Alem do ministro da Defesa, Jaques Wagner, Dilma chamou a presidente do INSS, Elisete Berchiol (foto), para compor a comitiva na viagem ao Acre. Quis assim, fazer mais uma homenagem à mulher e à primeira servidora de carreira do instituto a ocupar a presidência. Geralmente, quem acompanha a presidente nessas viagens é o ministro da área, Carlos Gabas. 

Denise Rothenburg

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