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Para enfraquecer Doria, governo vai recorrer de decisão sobre vacinas

Coluna Brasília-DF

Os esforços do governo em mostrar uma união nacional e ter o controle sobre a aquisição de vacinas não durou 48 horas, haja vista a decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que libera os estados para comprarem os imunizantes.

O governo se prepara para recorrer. Na seara política, é não deixar o governador de São Paulo, João Doria, disponibilizar as vacinas antes do Plano Nacional de Imunização contra covid-19, idealizado pelo governo Bolsonaro.

Em tempo: embora o presidente tenha reiterado que não tomará qualquer vacina, não quer perder essa batalha para aquele que considera, hoje, seu futuro adversário. Doria, por exemplo, já avisou que pretende começar a vacinação em São Paulo na última semana de janeiro. Essa será a guerra de abertura de 2021. E de maior interesse para a população do que a do comando do Congresso.

PSol, a próxima fronteira

Acostumado a sempre marcar posição, o PSol foi chamado pelas esquerdas a se juntar a um movimento pragmático a fim de evitar a eleição de um candidato totalmente alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, no caso, Arthur Lira.

O partido tem sido alertado pelas demais legendas de esquerda, que, diante da perspectiva de decisão em um turno único, não dá para brincar. PDT, PT, PCdoB e PSB e PSol já fecharam que não apoiarão Lira, mas não disseram ainda se vão se juntar ao bloco dos seis partidos já em construção para enfrentar o cacique do Centrão.

Tarde demais

Bolsonaro bem que tentou ajudar Lira, ao declarar que não interferirá na eleição para presidente da Câmara. Ninguém acreditou, especialmente, depois de o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro ter reclamado que seu cargo estava em negociação, e Marcos Pereira ter ido comemorar o apoio a Lira dentro do Planalto.

O que está ruim…

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), e o da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), ambos do DEM, estão de mal. O pano de fundo é que Alcolumbre coloca no deputado a culpa da derrocada da possibilidade de reeleição. E essa “convicção” do senador está tão difícil de tirar que já chegou a ponto de sequer comunicar o horário da sessão do Congresso.

… tende a ficar pior

Alcolumbre está construindo a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e está difícil de contornar o MDB, que tem quatro pré-candidatos e chances reais de, desta vez, conquistar a Presidência da Casa.

“Só no Brasil liberal se defende a destinação de dinheiro da escola pública para instituição privada”

do deputado João Carlos Bacelar (Podemos-BA) sobre a votação do Fundeb, que tentou levar recursos a escolas religiosas numa emenda defendida pelo partido Novo

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Chance na mão/ Os emedebistas têm a possibilidade de fazer a primeira mulher presidente do Senado, caso o partido lance a candidatura de Simone Tebet (MS). Só tem um probleminha: os “três mosqueteiros” definidos por Bolsonaro, ontem, no Planalto, almejam o cargo: os líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE), e o do partido, Eduardo Braga (AM).

Atrapalhou geral/ A expressão usada por Bolsonaro arrisca colocar, na testa dos três, a pecha de aliados incondicionais do Planalto, tirando a aura de independência que pode atrair mais votos no plenário da Casa. Aliás, foi essa mão do presidente em defesa de Maia que tirou a esquerda de Lira.

Começaram as despedidas/ O deputado Raul Henry (MDB-PE) abriu a leva de discursos de despedidas do atual presidente, Rodrigo Maia, antes mesmo de encerrada a sessão legislativa de 2020. Henry fez uma homenagem ao colega, definindo sua administração como corajosa, de defesa das instituições e da democracia.

Denise Rothenburg

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