A ira do presidente da Câmara, Arthur Lira, em relação ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, passa pelo fato de o petista ter influência direta no Ministério da Saúde, que, inclusive, aprovou a indicação de Nísia Trindade para o cargo. O deputado ainda ouviu do ministro que Nísia não sairia do ministério. E, aos poucos, viu Padilha tomar espaço que era do PP naquela pasta. Agora, diante da guerra aberta por Lira ao criticar o ministro palaciano, Lula empoderou Padilha e Nísia. Se depender do presidente, ambos ficam no governo até quando desejarem.
Em tempo: Lula sabe que sua atitude terá um efeito colateral. E não será nos vetos do projeto das saidinhas de presos, que já estava no pacote de propostas que fatalmente seriam derrubadas pelo Legislativo. Os problemas virão nos projetos relacionados aos recursos públicos.
Considerado um dos ministros mais pacientes do governo, Fernando Haddad pode se preparar para administrar essa crise entre Lira e Padilha. É que os temas escolhidos pelos aliados do deputado para impor derrotas ao governo virão da seara econômica.
Já está meio precificado entre os congressistas que a regulamentação da reforma tributária terá de ser feita sem aumento da carga de impostos.
Não são poucos os aliados de Lula que veem prejuízos para o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, e sua pré-campanha para a Presidência da Câmara. Se ele, assim como Arthur Lira, brigar com ministros do governo, outros atores ganharão apoios no bloco governista.
À primeira vista, quem sobe nessa bolsa de apostas é o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, do Republicanos. Oriundo de um partido conservador, ele leva entre evangélicos e tem como atrair um grupo do PL de Jair Bolsonaro.
Sem X/ A Petrobras apresentou, ontem, sua nova campanha publicitária, com o tema “transição energética justa”. As peças estarão em todas as mídias, tevês, rádios, mídias digitais no Brasil e no exterior, exceto… no X, do bilionário Elon Musk, que desafiou a Justiça e as autoridades brasileiras.
Veja bem/ A empresa mostrará ao público todo o trabalho que vem desenvolvendo em plataformas 100% eletrificadas, energia eólica em alto-mar e produção de derivados sustentáveis. A ideia é mostrar como a Petrobras já atua na transição energética, de forma gradual e inclusiva.
A visão deles/ Do ângulo político, a nova campanha faz um contraponto aos críticos das pesquisas de petróleo na Margem Equatorial, assunto que colocou a área do meio ambiente e o setor de minas e energia em campos opostos dentro do governo.
Estreia/ Pela primeira vez, uma empresa pública vai desdobrar o slogan do governo federal: “Isso é bom pra todo mundo”. Alguns políticos disseram à coluna que isso é um sinal de que Jean Paul Prates (foto) continua alinhado com o governo.
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