A eleição de hoje é municipal, mas a mira está focada em 2018. Nesse sentido, os ataques da oposição ao governo Temer a partir da semana que vem estarão direcionados ao ministro das Relações Exteriores, José Serra. Os petistas e aliados vão forçar para a obtenção de todos os detalhes sobre as delações de executivos da Odebrecht, que mencionaram dois operadores como responsáveis pela entrega de R$ 23 milhões à campanha de José Serra em 2010, via caixa dois e, para completar o estrago, depositados em conta na Suíça.

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A escolha de Serra como alvo prioritário, diante de tanta gente enroscada, é uma estratégia eleitoral. Serra não é um ministro qualquer. É pré-candidato a presidente da República e responde hoje pela política externa do país. É ainda considerado o primeiro da fila para assumir a Fazenda, na hipótese de desgaste de Henrique Meirelles.
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Até aqui, estamos no seguinte pé em relação às denúncias envolvendo Serra: O ministro negou e o governo se calou para ver se o caso cai no esquecimento. A oposição, entretanto, está se armando para manter essa fogueira acesa pós-feriadão. Se houve depósitos na Suíça, a Justiça dirá. Mas a oposição está no seu papel. Ninguém esperou a condenação de petista para atacar o partido como um todo. Agora, os petistas farão o mesmo com o governo Temer. É do jogo.

Questão de jeito I
Assessores e aliados de Michel Temer estão cada vez mais preocupados com a forma atabalhoada como são feitas as trocas de cargos nas estatais e postos-chaves do governo. A troca de Rose de Freitas por Romero Jucá na liderança do governo no Congresso, da forma como foi feita deixou o governo preocupado. Primeiro, saiu nos jornais e, depois, o presidente conversou com ela. Assim, não dá.

Questão de jeito II
A preocupação é que muitos que estavam no governo Dilma, no início do ano, são hoje aliados de Temer. E, levando-se em conta a máxima de que o adversário de ontem pode ser o aliado de amanhã, é preciso ter cuidado. O próprio Michel Temer, na primeira reunião que fez com sua equipe, assim que tomou posse, alertou: “Denunciem o erro, mas não fulanizem”. Aos olhos de muitos, os ministros esqueceram esse pedaço e começam a repetir o que fazia Dilma Rousseff.

#Xôprivilégio
Os brasileiros, de um modo geral, querem limpar a política, mas alguns querem vingança. Depois de grande parte da cúpula do PT ter parado atrás das grades, os petistas agora querem entrar na campanha lançada pelo Correio Braziliense, de fim do foro privilegiado, para ver se os políticos que ajudaram a empurrar a turma de Lula para o cadafalso também caem. Como diz o ditado, quem for culpado que se quebre.

CURTIDAS

O alerta de Daiello/ Em todos os seminários que participa, o diretor geral da Policia Federal, Leandro Daiello, trata as propostas de legalização do jogo do bicho e da repatriação como conseqüências da transparência provocada a partir da Lava Jato. Por mais que muitos critiquem certas atitudes da operação, ela é um marco histórico. “Daqui a 50 anos, ainda ouviremos falar dela”, tem dito ele.

Enquanto isso, em Curitiba…/ A depressão de Gim Argelo não passa. Nem a raiva de Eduardo Cunha. Desdobramentos virão.

A eleição no CNJ…/ marcada para 8 de novembro, a eleição do futuro integrante do Conselho Nacional de Justiça indicado pela Câmara movimenta os bastidores. Agora, além de Felipe Cascaes, Ana Luísa Marcondes e Lucas Rivas, que já foram apresentados estão em campanha há tempos, entrou o advogado José Augusto Torres, mais conhecido pelo apelido, Guto, tem 51 anos e trabalha na Câmara há 35 e atuou em várias funções, inclusive foi chefe de gabinete da Procuradoria Parlamentar.

…Virou uma incógnita/ Com tantos candidatos, não há favoritos e por isso, os telefones dos deputados não param. Guardadas as devidas proporções, parece até eleição para o TCU.

Denise Rothenburg

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