A simbologia da concentração do PT no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo durante toda a sexta-feira foi proposital, num esforço para recriar o clima das assembleias da Vila Euclides, famosas em abril de 1980, quando Lula foi preso pela polícia do regime militar junto com outros dirigentes sindicais do ABC. Enquanto os metalúrgicos se concentravam, Lula ganhava tempo para negociar, da mesma forma que faz agora com a Justiça.
Só tem um probleminha: desta vez, quem leva Lula para a cadeia não é o Dops do regime militar, nem tampouco o motivo da prisão está relacionado a uma greve por melhores condições de trabalho e salários. Porém, o PT não vê alternativa, a não ser tentar recriar o ambiente de abril de 1980, para ver se repete o resultado de ver seu maior líder fora da cadeia. Há 38 anos, aquela greve seguida da prisão projetou Lula politicamente. Agora, só resta ao PT que todo esse movimento deflagrado desde que foi decretada a prisão gere o mesmo resultado. Falta combinar com o país, que hoje é outro.
A culpa é do Lula
Tucanos comentavam, em conversas reservadas ontem, que a prisão de Paulo Vieira, o Paulo Preto, foi reflexo da ordem envolvendo o ex-presidente Lula. A sensação no meio político é a de que, a partir de agora, quem tiver contas a acertar com o Poder Judiciário pode se preparar.
A rapidez de Moro
Advogados ligados ao ex-presidente Lula disseram ter certeza de que o juiz Sérgio Moro já estava com o pedido de prisão pronto, aguardando apenas o sinal verde das instâncias superiores. A diferença entre a hora em que a prisão foi autorizada e o despacho de Moro é de menos de meia hora.
O melhor dos dois mundos
O discurso de Henrique Meirelles ao deixar o cargo foi uma paulada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e elogios ao de Lula, do qual ele fazia parte. Fora da Lava-Jato e como parte da equipe de Lula e de Temer, Meirelles espera acoplar a fase de prosperidade do governo petista com a retomada da economia do atual do governo.
Políticos poderosos
É assim que os parlamentares se referem ao Partido Progressista. Se já pressionava o governo na casa dos 40 deputados, agora com 52 terá muito mais poder de fogo num ano em que o presidente Temer não pode perder a mão no Congresso para não correr riscos caso venha uma nova denúncia.
CURTIDAS
Primeiro, a missa/ Antes de resolver suas idas e vindas com a Justiça, o ex-presidente Lula vai participar da missa no Sindicato dos Metalúrgicos em homenagem aos 68 anos de D. Marisa.
Falem bem, falem mal…/ … Mas falem do PT. No Partido dos Trabalhadores, houve quem dissesse que justamente no dia em que o juiz Sérgio Moro mandou recolher Lula, Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin deixaram os cargos para se candidatar a presidente da República. Terminaram na sombra, porque só se falava do caso Lula.
( Nelson Almeida/AFP – 25/8/17)
Não precisava exagerar/ Geraldo Alckmin já saiu ampliando as rusgas com os aliados do ex-prefeito João Doria (foto). Os “doristas” não gostaram de ver o governador deixar o cargo com tantos elogios a Márcio França, que assume o Palácio dos Bandeirantes cheio de gás para concorrer ao governo estadual contra Doria.
Prestígio/ Ao passar ontem na migração do aeroporto de Brasília, uma senhora agradeceu ao policial federal pelo trabalho da instituição. “Vocês, da Polícia Federal, são orgulho para o Brasil. Obrigada pelo seu trabalho. Vai fundo!”
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