Movimentos clandestinos
A presidente Dilma Rousseff recomendou aos ministros palacianos que mantenham distância regulamentar da disputa pela presidência da Câmara. Embora não seja a melhor amiga do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), a presidente não deseja atitudes que possam lhe criar problemas no Congresso. Afinal, o governo entrando de cabeça na sucessão do parlamento levará a um racha na base, com sérias consequências sobre o governo.
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Um Eduardo Cunha derrotado com um empurrãozinho do Palácio tende a levar o PMDB para uma posição mais aguerrida em relação ao Planalto. E, se eleito, embora com o governo jogando a favor de Arlindo Chinaglia (PT-SP), a tendência é Eduardo Cunha não ter nenhum compromisso em relação ao Poder Executivo. Melhor não cutucar onça com vara curta.
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O problema, entretanto, é que deputados têm informado os peemedebistas sobre telefonemas do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a parlamentares para tentar dar um reforço à candidatura de Chinaglia. A Casa Civil não confirma. Os novos ministros, Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência; e Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais, afirmaram à coluna que não vão entrar nessa seara. “Esse é um assunto do Congresso. O Planalto não vai interferir”, disse Rossetto.
Quinteto Violado
Além de Aloizio Mercadante e Jaques Wagner, participarão da coordenação de governo Miguel Rossetto, Pepe Vargas e José Eduardo Cardozo. Até aqui, ninguém do PMDB e dos partidos aliados.
Erros & acertos
Um atento observador do cenário político lembrava o tempo em que o governo tentou isolar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e terminou unindo o PMDB em torno dele. Agora, ao dizer que tem votos no PT, Cunha pode estar cometendo o mesmo erro e, assim, favorecer a união dos petistas em torno de Arlindo Chinaglia (PT-SP). “É o espírito de família”, completa o deputado Nelson Pelegrino (PT-BA).
Bom começo
Nem todos os ministros aproveitaram o coquetel apenas para se divertir. A nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, deflagrou a construção de pontes com o setor ambientalista. O primeiro gesto foi um convite à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para a transmissão de cargo na Agricultura, segunda-feira. “Estarei lá sem falta”, prometeu Izabella. Será um momento histórico: ninguém se lembra de ver um ministro do Meio Ambiente na posse de um comandante da Agricultura e vice-versa.
Na esteira de Dilma
O novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, tornou-se o mais novo defensor da presidente da Petrobras, Graça Foater: “Se não surgir fato novo, não há nada que desabone a Graça Foster. O que precisamos é fortalecer e impulsionar a Petrobras”, diz.
Calote/ Os deputados desavisados que participaram do almoço em apoio a Arlindo Chinaglia ontem num restaurante às margens do Lago Paranoá começaram a sair direto por uma porta lateral que evitava a passagem pelo caixa do estabelecimento, onde cada um deveria pagar
R$ 105 pelo pacote de tira-gosto, salada, prato principal, sobremesa e bebidas. Quando os gerentes da casa perceberam, fecharam a porta, de forma a obrigar a turma a sair pela porta principal, onde era impossível driblar o caixa. Por falar em Arlindo…/ Ele foi à posse do pastor George Hilton no Ministério do Esporte. Hilton é do PRB, partido que já fechou o apoio ao líder do PMDB, Eduardo Cunha.
Paralelas na posse/ A conversa de Dilma Rousseff com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, e, ainda aquela entre Biden e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deixou a muitos no Brasil a certeza de que é chegada a hora de reforçar os laços nas Américas. Afinal, depois de os Estados Unidos retomarem o diálogo com Cuba, só falta mesmo a Venezuela.
Cada um com seu cada qual I/ O deputado Eduardo Cunha (foto) participou da maratona de posses dos peemedebistas ontem em Brasília. Chegou atrasado justamente na posse de Eduardo Braga, “mas vim, para depois você não dizer que eu não prestigiei o novo ministro. E tem mais: Não poderei ir à posse de Eliseu Padilha porque estarei viajando na semana que vem, mas passei o dia com ele hoje (ontem) para ninguém dizer que não dei atenção à ele”, comentou.
Cada um com seu cada qual II/ Os petistas fizeram uma maratona para não perderam a posse de Jaques Wagner, na Defesa; e de Ricardo Berzoini, nas Comunicações. Na posse dos gaúchos Pepe Vargas e Miguel Rossetto no Planalto, foi sentida a ausência do líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS).
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