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Guerra aberta

Os lances mais fortes na disputa pela presidência da Câmara virão por volta de 15 de janeiro, quando o candidato do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), formalizará um bloco com cerca de 200 deputados com o intuito de tirar do PT a primazia da indicação do primeiro vice-presidente da Câmara e, ainda, a presidência da Comissão de Constituição e Justiça. A ideia é entregar esses cargos aos partidos que estiverem fechados com o PMDB. Até aqui, Cunha reuniu sob sua candidatura o DEM, o Solidariedade, o PTB, o PSC e o PRB. Significa que esses cargos cairão na mão de um desses partidos.

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Os aliados de Cunha garantem que só existe um meio de esses cargos ficarem com o PT: o partido desistir de concorrer à presidência da Casa e buscar um acordo com os peemedebistas. Essa saída hoje é sonho de uma noite de verão.

Prioridade

Se quiser levar avante seus planos de governo, a presidente Dilma Rousseff precisará reeditar a DRU (Desvinculação de Receitas da União), que vence no ano que vem. Se não enviar a proposta assim que o Congresso voltar do recesso, dificilmente conseguirá aprovar a desvinculação em tempo de garantir as verbas no ano que vem, uma vez que emenda constitucional precisa de dois turnos de votação nas duas Casas legislativas. A DRU permite ao governo gastar 20% dos impostos a seu critério. Essa desvinculação representa mais de R$ 60 bilhões ao ano.

A Justiça descansa…

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está a caminho da Disney e só volta em 20 de janeiro. Significa que a turma do petrolão ainda não denunciada poderá curtir seus dias de sol e praia. Pelo menos, até o fim de janeiro.

…, mas trabalho não falta

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, listou para a coluna a série de temas que entrarão em debate assim que os ministros do STF voltarem do recesso: planos econômicos passados, royalties do petróleo, poder de investigação do Ministério Público, biografias, quilombolas. Isso sem contar o petrolão.

Território ocupado

A Frente Parlamentar de Agricultura prepara uma carta de apoio ao líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), para presidente da Casa. Arlindo Chinaglia, que marcou a largada de sua campanha pelos estados e grupos parlamentares somente na última sexta-feira, deflagrou conversas com esse grupo recentemente. Afinal, ali,

o PT tem pouca inserção.

CURTIDAS    Apostas/ Os deputados do PT mantêm desde a última sexta-feira um olho no Ministério da Defesa, seara ocupada por Jaques Wagner, e outro na Casa Civil, onde está Aloizio Mercadante. Em conversas reservadas, há quem aponte Dilma Rousseff como a única que obteve sucesso absoluto na Casa Civil ao longo do governo Lula e mesmo depois dele. Dizem ser difícil Mercadante ter a mesma sorte.

Por falar em Casa Civil…/ Acabou a fase em que o ministro era o único no Planalto com acesso direto ao gabinete presidencial. Agora, Miguel Rosseto tem a mesma proximidade com Dilma. E Pepe Vargas, que em princípio é visto como um ministro fraco, também tem no sangue o gauchês político de Dilma. Ou seja, à exceção de Mercadante, Dilma e os outros dois ministros podem até abrir um CTG palaciano.

Por falar em Defesa…/ Ali, longe do burburinho palaciano e da fogueira de vaidades que assola o dia a dia no Planalto, há quem diga que Wagner tem mais chances de se preservar para, lá na frente, entrar com força no campo da política. Faz sentido.

Bolsos vazios/ Os ministros que tomaram posse só têm uma preocupação nos próximos dias: preservar o Orçamento de cada pasta. “A parte que nos cabe (R$ 445 milhões) já é pequena. Se tiver corte, será no osso”, comentou o ministro do Turismo, Vinícius Lages.  

Denise Rothenburg

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