Por Carlos Alexandre de Souza — O presidente Lula deu o tom que deve orientar o governo brasileiro em relação à eleição norte-americana. O petista procurou adotar um tom neutro, ressaltando que o Brasil manterá uma relação estratégica com os Estados Unidos, independentemente de quem vencer a disputa para a Casa Branca. O chefe do Planalto não deixou de mencionar, no entanto, a simpatia com o colega Joe Biden, em particular nas iniciativas voltadas para os trabalhadores.
A fala sóbria de Lula vem na sequência de declarações mais contundentes de integrantes da Esplanada. Os ministros Simone Tebet (Planejamento) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) comemoraram a mudança na candidatura dos democratas, ressaltando um fato novo contra a extrema direita norte-americana. Em se tratando de autoridades brasileiras, eles foram bem além das declarações protocolares, incitando a polarização.
Entre os bolsonaristas, não se poderia esperar comedimento. Os integrantes da oposição aproveitaram o momento tenso dos democratas para incensar a candidatura trumpista e provocar o governo Lula. Chama a atenção ainda um certe desdém dos conservadores brasileiros à candidatura de Kamala Harris, reverberando um sentimento comum entre os republicanos. “Se for a Kamala, vai ser chocolate”, resumiu o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), minimizando as competências da vice-presidente para comandar a Casa Branca.
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Com a proximidade das eleições venezuelanas, o presidente Lula tem modulado as declarações em relação ao regime de Nicolás Maduro. Se na semana passada o petista dizia os eleitores sul-americanos é que sabiam em quem votar — “eles que elejam o presidente que quiserem”, Lula, agora, se diz “assustado” com a ameaça de banho de sangue em caso de derrota de Maduro.
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Em evento realizado em São Paulo pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes comentou sobre o problema da insegurança jurídica no país. Ele sustentou que o acesso facilitado à Justiça, com muitas possibilidades de recursos, provoca uma litigância de má-fé excessiva. “São milhões e milhões de processos que as partes sabem que vão perder”, observou Moraes. O magistrado acredita que o uso de inteligência artificial pode contribuir para tornar mais célere o trabalho dos tribunais.
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Também presente ao debate sobre Justiça, o ex-presidente e constitucionalista Michel Temer comentou sobre a importância da arbitragem na resolução de conflitos e como alternativa ao Judiciário. “A lei de arbitragem é muito séria, as provas às vezes são feitas tão profundamente como são no setor judiciário”, afirmou.
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O Partido Liberal (PL) oficializou o nome do deputado federal Alexandre Ramagem para a disputa à prefeitura do Rio de Janeiro. O vice da chapa, no entanto, ainda não foi decidido. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que endossou o candidato em eventos na última semana, faltou à convenção da sigla. Mas o vereador Carlos Bolsonaro estava presente, bem como o ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello e o líder do PL na Câmara dos Deputados, Altineu Cortês (RJ).
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O Brasil continua em guerra contra os povos indígenas. O levantamento divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário registra 208 assassinatos em 2023. Esse número é inferior apenas a 2020, quando 216 representantes de povos originários foram vítimas de homicídio. Roraima, Mato Grosso do Sul e Amazonas são os estados onde há mais ocorrências. Respondem por 40% das mortes resultantes de conflitos.
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Observador atento das contas públicas, o economista Felipe Salto fez uma defesa enfática do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reação à onda de memes contra o chefe da equipe econômica. “Os memes deviam atacar o meio trilhão de reais de renúncias tributárias, não as boas ações que o ministro (…) tem promovido para tornar a tributação menos iníquia”, escreveu.
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Os ventos da mudança sopram nos Estados Unidos, mas as metas estabelecidas pelo governo Biden para o multilateralismo e as mudanças climáticas continuam firmes. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet L. Yellen, estará no Rio de Janeiro para tratar da participação dos Estados Unidos nas discussões do G20. O objetivo é reforçar a liderança dos EUA no sistema multilateral, com avanços econômicos para o país e os parceiros.
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Após a passagem no Rio de Janeiro, Yellen vai a Belém, onde reafimará o compromisso do governo Biden em enfrentar a crise climática. O esforço compreende financiamento em projetos de desenvolvimento sustentável, além de combate a crimes ambientais.
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