A demora dos deputados em votar os temas de interesse dos estados, como a securitização das dívidas, levou um grupo de senadores a apostar na manutenção dos vetos à lei que flexibiliza as regras partidárias, especialmente, a brecha para o aumento do fundo eleitoral. Também pretendem fazer “corpo mole” para a votação das mudanças no Orçamento para atender as emendas dos deputados na Câmara.
Enquanto uns reclamam, nos bastidores, do descaso da Câmara para com as medidas do pacto federativo, o senador Chico Rodrigues diz no viva-voz: “Centrão é hoje um comando paralelo na Câmara. Com toda a liderança de Rodrigo (Maia), ela (a Câmara) vive submetida permanentemente aos humores do Centrão”, afirma o senador, vice-líder do governo.
Nesse quesito, aliás, governo e oposição estão praticamente juntos no Senado: “A securitização das dívidas dos estados não sai porque os líderes, capitaneados por Arthur Lyra, que é oposição ao governador do seu estado, não quer votar. O projeto está refém dessa figura abominável”, dispara Cid. Nesse clima, apesar da tentativa de entendimento, hoje ou Rodrigo Maia dá um sinal mais claro do que uma reunião para tentar votar, ou surpresas virão na sessão de hoje do Congresso para análise dos vetos.
Hora da reza/ A canonização de irmã Dulce, em 13 de outubro, promete atrapalhar o segundo turno da reforma da Previdência. É que tem um grupo de senadores indo em comitiva para a Itália, acompanhar in loco a cerimônia no Vaticano.
Seguro morreu de velho/ O presidente Jair Bolsonaro não planeja seguir esse comboio. A justificativa oficial é a de que precisa se preservar para a viagem aos países árabes no final do mês. A real é de que ele foi aconselhado a evitar o risco de o papa Francisco fazer alguma referência às mudanças das regras de porte de arma no Brasil.
General em campo/ O ministro da Secretaria de Governo, general Eduardo Ramos, foi pessoalmente ao Senado verificar o clima para votação da reforma da Previdência no plenário. Saiu dizendo que iria “apagar um incêndio”. Quando alguém perguntou que incêndio era, o senador sorriu, fez aquela pausa de segundos, e completou: “Na Amazônia!!!”
Olhar de líder/ Comandante do MDB no Senado, o amazonino Eduardo Braga diz que não quer mais saber de ser líder do governo. Especialmente, no cenário atual. “E olha que já enfrentei até onça”, comentou. Quando alguém perguntou se a indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador era pior do que onça, ele foi direto: “É.. Pior que é”, diz ele. Porém, a avaliação de outros líderes é a de que passa. Apertada, mas passa.
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