Confirmada a Copa América, os próximos dias serão destinados a saber quem vai arcar com as despesas de segurança e de estrutura de saúde necessárias para recepção do torneio. Até aqui, nenhum governador que aceitou sediar os jogos se dispôs a abrir o cofre. O de Goiás, Ronaldo Caiado, aliás, já avisou que não gastará um centavo com os jogos. Ibaneis Rocha, do DF, respondeu à coluna: “Ainda não discutimos os detalhes”. Sobrará para a União, que pediu encarecidamente aos governadores amigos que aceitassem receber hóspedes em plena pandemia. O diabo, diz o dito popular, mora nos detalhes.
A ideia do governo federal, além de movimentar a economia, é dar ao presidente Jair Bolsonaro o discurso de que trouxe a Copa América para o Brasil quando muitos recusaram o torneio. É mais uma forma de tentar empatar o jogo com o PT, que se orgulha de ter realizado aqui a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Só tem um probleminha, conforme lembrou a coluna ontem: se o governo gastar com os jogos e faltar oxigênio ou assistência, Bolsonaro terá levado para si um problema que também afligiu o PT no passado.
Diante da inclinação da CPI da Pandemia de colocar no relatório final a existência de um “gabinete paralelo” ao Ministério da Saúde, o governo vai trabalhar na seguinte linha: Bolsonaro costuma ouvir muita gente e tem uma rede social vasta. Isso não é crime.
Proteja o general I
A nomeação de Eduardo Pazuello para um novo cargo de secretário de estudos da Secretaria de Assuntos Estratégicos foi a forma que o presidente encontrou para evitar que o general fique ao relento, com o risco de punição no Exército.
Proteja o general II
Por trás da nomeação há ainda a intenção de levar o Exército a punir de forma mais branda um assessor direto do presidente da República, com gabinete no Planalto.
Missão cumprida
Aliás, como registrou a coluna dia desses, um cargo no Planalto era tudo o que Pazuello queria. Certa vez, ele soltou alguns gritos no corredor do quarto andar, cobrando um cargo no governo. Daquela vez, conseguiu só um lugar no Exército.
E o Ricardo Salles, hein?/ O presidente Jair Bolsonaro começou a ser aconselhado a buscar outro nome para o Ministério do Meio Ambiente. Porém, até aqui, ele não deseja trocar o ministro.
Vetos derrubados/ O auxílio da Cultura, que o governo vetou, foi restabelecido pelo Congresso. Agora, a liberação terá que ser feita este ano. O risco é o governo contingenciar esses recursos.
CPI, novo capítulo/ Ao ouvir hoje (2/6) a infectologista Luana Araújo, os senadores do G-7 querem configurar que o governo só deixou o atual ministro Marcelo Queiroga colocar ao seu lado pessoas que aceitassem o tratamento precoce contra a covid-19.
Ribamar Oliveira/ O jornalismo ficou mais pobre com a partida de Ribamar Oliveira, um dos maiores especialistas em Orçamento. Lá se vai um professor e um amigo, uma das 2.408 vítimas da covid da terça-feira desta semana. Que Deus conforte Lílian e filhos.
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