Coluna Brasília/DF, publicada em 2 de novembro de 2023, por Denise Rothenburg
Ao aplicar uma ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio e de São Paulo, dois estados governados pela oposição, o presidente Lula dá discurso ao PT. Afinal, uma vez que a GLO foi pedida pelo governador do Rio, Claudio Castro, o fato de o governo federal não fazer nada poderia dar aos oposicionistas a narrativa de descaso por parte das autoridades federais diante dos apelos por ajuda para enfrentar o crime organizado. Por isso, Lula não teve dúvidas em jogar fora o discurso de que não adotaria uma GLO. Manteve, porém, a parte em que se comprometia a não tirar a autonomia do governador Claudio Castro para resolver o problema da segurança no estado.
Agora, com a GLO, o PT reforça o discurso para o Rio de Janeiro de que atende a todos, independentemente de coloração política. E, de quebra, estará presente, de forma ostensiva, nas ações de segurança pública.
Tem muita gente ligada ao governo que não quer saber de ver a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disputar o Senado pelo Paraná, caso Sérgio Moro (União) perca o mandato. Gleisi é um general do partido e seria muito ruim colocá-la à prova num estado em que os conservadores têm a força eleitoral. Cabe a Gleisi administrar o partido. E uma derrota por lá seria um desgaste desnecessário nesse momento.
O Congresso não pretende adiar mais a votação do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A ordem é votar na semana que vem. Afinal, com o feriado de 15 de novembro caindo numa quarta-feira, o ano legislativo tem apenas mais quatro semanas de funcionamento com presença garantida das excelências.
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) inelegível em mais um processo, os bolsonaristas só têm uma certeza em relação ao futuro, a necessidade de manter o eleitorado coeso. Mas há um probleminha: Não existe consenso sobre quem deva ser o candidato à Presidência.
Se um dos filhos do ex-presidente decidir assumir essa missão, ou mesmo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o grupo vai se dispersar. No case de Michelle sair candidata, a aposta é que esse eleitorado só estará unido se ela apresentar índices competitivos já nas primeiras pesquisas.
O fórum sobre reforma administrativa que teve lugar na Câmara, nesta semana, teve um momento constrangedor quando um empresário foi chamado de mentiroso pelo deputado Luís Carlos Hauly, por dizer que a reforma tributária aumentaria a carga tributária. “Não vou ficar aqui ouvindo mentiras. Respeitar opinião é uma coisa. Mentir é outra”, disse o deputado.
O governo compareceu em peso à posse da nova diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e já ouviu cobranças. No seminário sobre a reforma administrativa na Câmara, o diretor-secretário da Confederação, o ex-deputado Sandro Mabel, foi direto: “O governo federal não tem nem uma ‘peczinha’ para reduzir a despesa?” , disse, referindo-se à necessidade de equilíbrio nas contas públicas.
À exceção do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), os governadores oposicionistas não compareceram à posse do novo presidente da CNI, Ricardo Alban. Tarcísio de Freitas (SP), Eduardo Leite (RS) e outros não foram.
Hoje é dia de lembrar daqueles que amamos e que já partiram. Que o feriado seja de boas lembranças e orações para todos.
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