Aliados do presidente Michel Temer não conseguiam esconder a frustração por um adiamento da exposição do procurador Ãngelo Goulart Villela à Comissão Parlamentar de Inquérito da JBS. Villela é acusado de receber da JBS para manter a empresa informada sobre os passos da Operação Greenfield, que investigou os fundos de pensão. Seu depoimento estava previsto para esta quarta-feir. Ele alegou problemas de saúde de seu pai para não comparecer essa semana à CPI. O depoimento foi remarcado para 17 de outubro.
A expectativa dos aliados do presidente é a de que o procurador reforce o que disse em entrevista à Folha de São Paulo, ou seja, que o ex-procurador Rodrigo Janot queria tirar Michel Temer da Presidência da República e barrar a nomeação de Raquel Dodge para o cargo de procuradora-geral. Para os governistas, é importante que esse depoimento ocorra antes da votação da segunda denúncia contra Michel Temer no plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Assim, se Ângelo Villela confirmar as declarações dadas anteriormente, haverá um reforço do discurso do governo.
De acordo com a previsão de integrantes da CCJ, a votação do parecer sobre a segunda denúncia deve ocorrer no dia 18, ou seja, um dia depois do depoimento do procurador à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. A votação no plenário da Câmara está prevista para 24 de outubro.
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