Se o ministro da Justiça, Sérgio Moro, fosse indicado hoje para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, a tendência do Senado seria rejeitar a indicação do governo. Para completar, o silêncio do presidente Jair Bolsonaro sobre o caso nas primeiras 24 horas indica que a estratégia do Planalto é esperar essa crise decantar, da mesma forma que fez em relação ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro. No Congresso, porém a leitura é de que o caso é a chance perfeita para tentar deixar o ministro menor.
Bolsonaro, entretanto, tem se cercado de cuidados. O pacote anticrime, por exemplo, não foi levado pessoalmente por Jair Bolsonaro ao Congresso, e, há alguns dias, o presidente mencionou se não seria a hora de indicar um evangélico para o STF. Embora os filhos do presidente tenham defendido o ministro Moro e o ex-juiz tenha muito respaldo popular, a ordem, no governo, é deixa estar para ver como é que fica, concentrando o caso no Poder Judiciário.
O The Intercept Brasil ainda tem muito material para soltar. Vêm por aí diálogos entre os procuradores criticando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Começou um movimento, ontem, no sentido de tentar deixar apenas os procuradores na linha do fogo cruzado, e preservar o ministro Sérgio Moro. Afinal, o ministro sabe muito de muita gente. Resta saber se vai colar.
Integrantes dos partidos de centro enroscados na Lava-Jato vibraram com os indícios de que o ex-juiz feriu o Código de Processo Penal. Se o caso dos diálogos esquentar mais um pouquinho, alguns pensam em pressionar pela queda do ministro. Por enquanto, a ordem é aguardar.
A ordem é não sossegar enquanto Sérgio Moro não cair. Só tem um detalhe: Bolsonaro não vai demitir o ministro por pressão do Partido dos Trabalhadores.
O caso divulgado pelo site The Intercept Brasil serviu como uma luva para que o relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), aproveite esta terça-feira para amarrar melhor a proposta com os governadores.
Às ruas/ Simpatizantes do governo preparam nova manifestação para 7 de julho em apoio ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. A antecedência da convocação é para garantir uma mobilização capaz de superar a de 26 de maio, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Adesão aumentou/ Pesquisa da Arko Advice com 109 deputados detectou um aumento no apoio à reforma previdenciária. Em março, esse apoio era de 55,96%, hoje é de 75,22%. Obviamente, pregam mudanças no texto.
FHC e Mourão/ Até aqui, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram as autoridades que saírem em defesa de Moro. Nenhum dos dois quer ver comprometido o que foi apurado pela Lava-Jato.
Por falar em Mourão…/ O jornalista André Gustavo Stumpf deixou o comando da comunicação social da Vice-Presidência. Sua experiência fará falta por ali.
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