Categorias: Política

Declaração de Bolsonaro sobre a eleição na Câmara é igual a R$ 3,00

A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que não irá interferir na Presidência da Câmara dos Deputados “da mesma forma que não interferia na atuação de seus ministros” teve efeito zero entre os partidos. Foi feita para ver se conseguiria evitar que os partidos de oposição vetassem a formalização de apoio a Arthur Lira (PP_AL). Deu errado, porque os partidos de oposição, PT, PDT, PCdoB, Psol e PSB já definiram que não vão apoiar formalmente Arthur Lira. Note-se que a decisão, fechada hoje numa reunião dos líderes desses partidos, inclui o PSB, a tem Lira ainda tem esperança de conquistar mais à frente.

A temporada pré-Natal se encerra esta semana com a tarja de “candidato do governo” tatuada na testa de Arthur Lira e nada que o candidato do PP diga daqui para frente fará mudar essa visão. É que, entre as declarações e os gestos, os políticos dos partidos de esquerda avaliaram os gestos. Bolsonaro disse esta semana, numa solenidade em São Paulo, que mal pode esperar a troca de comando na Câmara para fazer a sua pauta ideológica e de costumes. Foi ao lado dele que o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, foi comemorar o apoio a Arthur Lira. Portanto, avisam os congressistas, para o bem ou para o mal, é essa a posição que Lira ocupará na disputa.

Os partidos, porém, ainda não estão decididos a apoiar o candidato que vai sair do grupo de seis partidos capitaneados pelo atual presidente, Rodrigo Maia. Ali, muitos têm plena consciência de que o não-apoio ao bloco dos seis partidos e a busca de um candidato mais à esquerda pode levar a uma divisão de forças que resulte na eleição de Arthur Lira, que tem o aval do presidente Jair Bolsonaro. Esses partidos também têm ciência de que o presidente não estaria comemorando apoios a Lira dentro do Planalto se não tivesse a certeza de que poderá contar com o papista para fazer valer a agenda que mais lhe interessa. Lira, porém, não deixará de trabalhar esses votos no varejo, como o leitor da coluna Brasília-Df e do blog já está cansado de saber. Numa eleição para presidência da Câmara 45 dias é longuíssimo prazo.

Denise Rothenburg

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